Duas perguntinhas ao Barroso
Por Mara Montezuma Assaf
A leitura do jornal me angustia mas me motiva a perseverar na luta por um Brasil melhor: Fernando Gabeira, em seu artigo - Que porto é esse,senhora dos navegantes - descreve um cenário político sinistro e impensável há alguns anos atrás, quando se lutava pela redemocratização do País.
Pior que isso, praticamente desiludido e desesperançado, joga a toalha ao admitir: "Aos poucos, vamos compondo um novo e inquietante dístico para a Bandeira Nacional: "Barbárie e Progresso".
Junte-se a isso o editorial - Mordaça reforçada - onde se relata a confirmação da decisão do então desembargador Dácio Vieira tomada há 4 anos atrás contra o Estadão e a liberdade de imprensa, ratificação dada agora pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal , cujo atual presidente é o mesmo Dácio Vieira. Oh! poderoso Sarney!
Em vista disso só me resta a certeza de que o golpe contra a democracia já foi dado por este governo petista em cujas mãos já "comem" descaradamente os poderes Legislativo e parte do Judiciário. Não por acaso, Dilma indica o advogado Luiz Roberto Barroso , considerado um "progressista", para ocupar a cadeira vaga do STF.
O novo ministro vai julgar os recursos dos condenados no processo do mensalão e pode mudar os rumos da ação, pois os votos dele, do também recém empossado Teori Zavascki, somados aos de Lewandowski e Toffoli, podem resultar em redução de penas dos condenados.
Isso, trocado em miúdos, significa a exaltação apoteótica da impunidade aos mensaleiros , tudo o que Lula, Dirceu e petistas em geral mais querem.
Portanto, quando este advogado for sabatinado no Senado, apenas duas perguntas deveriam ser feitas a ele:
Qual o seu grau de isenção e parcialidade na questão do julgamento do mensalão?
Como o senhor analisa a postura do ministro Joaquim Barbosa quando toma , corajosamente, a defesa da democracia?
Mara Montezuma Assaf é Professora Aposentada.
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