domingo, 12 de maio de 2013
A Arte de Mentir: mania ideocrática?
“Nossos inimigos dizem: mesmo que ainda se conheça a verdade, ela não pode mais ser divulgada. Mas nós a divulgaremos” (Bertold Brecht, in “Nossos Inimigos Dizem”)
Zona Sul do Rio de Janeiro: um malandro velho, bem vestido, com uma bombinha de asma, senta no chão para implorar uma ajudinha qualquer. O cara alega que precisa de pouco para viajar ao trabalho, em outra cidade, e os generosos passantes lhe dão dinheiro.
Puro golpe – que rende uma boa grana por dia. Esta é a manifestação pública da arte de mentir, muito comum nos grandes centros urbanos. Mentir virou um negócio no Brasil. Do simples mortal 171 ao mais picareta político empregado e bem remunerado, graças ao nosso voto.
Vide o Lula. Mandou soltar o factóide de que pode ser candidato a Presidente em 2014. E sempre deixa em aberto que, se não vier agora, vem em 2018. Pura mentira para assustar adversários e aliados pouco confiáveis – principalmente Eduardo Campos, que não deseja enfrentá-lo abertamente. Lula vem mesmo é candidato a senador por São Paulo. Em busca da impunidade parlamentar...
O conceito de Verdade torna-se vítima fácil da malandragem – política ou não. Verdade é a realidade universal permanente. “A Verdade é concreta” – no conceito do filósofo alemão Johann Wolfgang Goethe. Mais fácil é definir a Mentira: opinião, ação ou omissão contrárias à verdade.
No mundo, a maioria das mentiras resulta das ideologias (conjunto coletivo de ideias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo). Ainda mais quando se manifestam as ideocracias – os modelos ideológicos aplicados na prática política para a conquista e manutenção do poder. É o império das ideias mentirosas ou fora do lugar.
A ideocracia cria uma “falsa consciência” sobre a realidade que visa a reforçar e perpetuar o controle, a dominação e manipulação. As “idéias fora do lugar” servem como mecanismos políticos de controle, dominação e manipulação das massas, através da padronização e simplificação do discurso retórico. Os políticos usam e abusam desta conversa fiada – matéria-prima da Engenharia Social.
Ciência originária de grandes centros de inteligência, como o famosoInstituto Tavistoc de Londres e seus congêneres, a Engenharia Social é o processo artificial e político-ideológico de construção psicossocial de regras padronizadas de conduta humana para a influência, manipulação e controle da sociedade.
A engenhosidade dos poderosos de plantão descobriu, cientificamente, qual o uso ideocrático da mercadoria informação (que tem valores de uso, troca e estima. A informação ideológica, “formadora de opinião”, circula, globalmente, obedecendo a programas neurolinguísticos focados em enganar, manipular e influenciar as pessoas - principalmente com conceitos errados ou mentirosos.
Assim, a Engenharia Social prepara “a maioria”, psicologicamente, para adoção de comportamentos programados e padronizados, induzindo opiniões isentas de informação verdadeira e propensas a pouco ou nenhuma reflexão correta. O cenário fica perfeito para os mitomaníacos de plantão. Desde aqueles que se autoenganam até os que se tornam profissionais, militantes, da arte de mentir.
A Engenharia Social cumpre três objetivos fundamentais. Primeiro, acirra os confrontos e diferenças que não existem para impedir a livre unidade social. Segundo, gera temas polêmicos para desviar a atenção da opinião pública de questões políticas mais fundamentais. Terceiro, força ainda mais a modificação do senso comum, disseminando conceitos errados ou fora da tradição. O coletivismo sobrepondo-se ao individualismo é um deles.
Nossos políticos parecem PHDs em Engenharia Social. O pior é que a massa ignara anda fazendo escola com eles. A onda de cinismo pragmático atinge o Brasil como um tsunami escatológico. Tanta mentira, além de feder muito, representa a destruição dos valores de Ética, Justiça e Honestidade.
Apesar do fedor violento, a maioria prefere se autoenganar, fingindo que nem sente o cheiro bostejante. Poucos se habilitam a limpar a sujeira da corrupção. Pelo contrário, a maioria parece aderir a ela. Mesmo que pela via da covardia, da omissão ou da mais cômoda posição em uma suposta zona de conforto (que nada tem de confortável, de verdade).
Quem não reage rasteja! Quem aceita o jogo dos mitomaníacos e sociopatas no poder acabará vítima fácil deles. O Estado de Bosta vai se cristalizando. A hora do basta está passando...
A Pátria Amada – mãe gentil que também merecia hoje uma homenagem – veste luto permanente, porque os filhos dela fogem da luta. Quem trai a mãe faz qualquer negócio... Até o dia em que a casa cai...
Recomendamos a leitura atenta do artigo-estudo produzido pelo médico Nelson Bruni, publicado no site Fique Alerta: Sociopatas no Poder
Releia, também, o artigo de Antônio Ribas Paiva: Os Parâmetros da Autoridade
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