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terça-feira, 29 de julho de 2014

VIVEM COMO DONATÁRIOS DO REINO !

O Crepúsculo dos Deuses


Artigo no  www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Qualquer melhoria institucional deve, obrigatoriamente, começar pela reforma do judiciário.

Desde os tempos coloniais, aperfeiçoa seus vícios.

Subserviência ao poderoso do dia, medo de perder seus privilégios, sensação de intocabilidade, descompromisso com as consequências de seus erros, ocultação de suas fraquezas pelo espírito de corpo, nepotismo, etc.

O deboche de seus “cardeais” chega ao ponto de exigir que pobres cartorários(as) façam uma “vaquinha” para lhes comprar um presente de valor quando de uma visita desses pavões às suas unidades.

Uns contratam como assistentes as amantes dos outros para salvar as aparências.

Ingênuos que pensam estar a salvo da espionagem e registro de suas façanhas que serão usadas em futuras chantagens.

Admitir em seus quadros homens e mulheres jovens é incentivar a arrogância e o subterfúgio ao cumprimento de suas funções. Falta-lhes tempo para conciliar a vida amorosa, a educação de filhos pequenos, a ambição consumista, o desejo de viajar e a exibição de seu “status”.

Uma república decente deve ter juízes sorteados entre advogados com mais de cinquenta anos de idade e dez de profissão, para um único mandato de cinco anos, com remuneração avultada (para afastar o risco de corrupção) e demissíveis por um Conselho de Estado, caso julguem contra a letra da Lei.

Legitimidade, já! Só é Legítimo o que favorece, ao mesmo tempo, o interesse público e os direitos individuais. Os "Deuses" sabem disto...


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

PAÍS DESCENDO A LADEIRA...


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Bolsonaro pede desculpas a Israel por destrambelhada, inoportuna, hipócrita e covarde manifestação de Dilma



Edição do www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O polêmico deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) adicionou mais uma pitada de pimenta yiddish à “Guerra de Itarareh” entre os terroristas petralhas e o governo israelense. Já vira festa na internet a nota de apoio enviada no último dia 25 de julho pelo Capitão da reserva Bolsonaro ao Embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad. A petralhada vai ficar ainda mais PT da vida com Bolsonaro que aproveitou o texto para pedir desculpas ao povo isrealense “pela destrambelhada, inoportuna, hipócrita e covarde manifestação do governo brasileiro” contra o governo de Tel Aviv.

As polêmicas palavras de Bolsonaro no texto vão alimentar a batalha que eletriza a “faixa de Gaza virtual”: “A nota bolivariana do Itamarati. Representando a Presidente da República, acusando Israel de agir com desproporcionalidade pode ser comparada a uma condenação de policial que tenha revidado com fuzil 7.62 a ataque de marginais utilizando armas calibre 38. No passado, o Brasil também enfrentou o seu terror quando a esquerda, pelas armas e financiada pelo comunismo, tentou chegar ao poder, a justa reação do Estado está sendo contestada, assim como Israel o está e se defender do Hamas”.

Depois de fazer um histórico do passado de guerrilheira de Dilma Rousseff, o deputado Bolsonaro resume sua ópera: “O atual governo brasileiro ao longo dos últimos 11 anos sempre esteve ao lado do que há de pior no  mundo, como Fidel Castro, Hugo Chavez, Ahmadinejad, Evo Morales, Kim Jong-um, entre outros, na contramão do pacífico, ordeiro e trabalhador povo brasileiro. Reforça tal afirmativa a edição do Decreto 8.243, de 23/05/2014, que anula o Legislativo Brasileiro. Em nome destes é que peço desculpas ao povo israelense pela destrambelhada, inoportuna, hipócrita e covarde manifestação do Governo brasileiro”.

A íntegra da mensagem original de Bolsonaro, que a mídia brasileira preferiu ignorar, pode ser baixada pelo link: http://goo.gl/PIL9bE

Releia o artigo de domingo: Nem Anão, nem Gigante, Brasil é encrenca ambulante

Fonte:http://www.alertatotal.net/

sexta-feira, 25 de julho de 2014

SUBSERVIÊNCIA CEGA...

BC libera recursos para mais crédito e demonstra contradição: é medida eleitoreira

Alexandre Tombini, presidente do BC, com Dilma: relação perigosa para o bolso dos brasileiros.
Ata do Copom foi divulgada ontem e comentada por mim aqui. Em seu parágrafo 25, diz:
25. O Copom destaca que o cenário central também contempla expansão moderada do crédito. Importa destacar que, após anos em forte expansão – arrefecida com a introdução de medidas macroprudenciais em finais de 2010 – o mercado de crédito voltado ao consumo passou por uma moderação, de modo que, nos últimos trimestres observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos, de outro, desalavancagem das famílias. No agregado, portanto, infere-se que os riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados. Em outra dimensão, o Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.
Ou seja, os membros do Copom chamam a atenção para o fato de que a expansão de crédito reduziu bastante seu ritmo, e tomam isso como algo positivo para o combate à inflação, o que é verdade.
No fundo, os bancos privados já tinham pisado no freio bem antes, cientes dos riscos econômicos à frente, enquanto os bancos públicos pisaram no acelerador para compensar essa desaceleração privada.
Os bancos públicos acabaram exagerando na dose, seus balanços se encontram extremamente alavancados e isso não produziu mais crescimento econômico, apenas mais inflação e risco de inadimplência à frente. A Caixa pode estar fomentando até mesmo uma bolha imobiliária.
Mas, se a turma do BC compreende isso e celebra a redução do crédito, então por que decidiulogo depois alterar as regras de risco de crédito e liberar recursos do compulsório para os bancos? Não faz sentido, pois vai à contramão do que disse a ata. A medida visa à expansão do crédito, o que joga mais lenha na fogueira inflacionária:
Com o ritmo lento da economia do país, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira (25) medidas que aumentam a capacidade dos bancos de oferecer empréstimos para pessoas e empresas. A intenção é estimular o crescimento com maior oferta de crédito.
Uma das ações altera regras dos depósitos compulsórios das instituições financeiras, reduzindo valores que elas têm de manter no próprio BC. Assim, mais de R$ 30 bilhões devem ser liberados para empréstimos às famílias e empresas.
Outra mudança está nos critérios para a reserva que os bancos devem ter caso tomem calote de quem recebeu os empréstimos. Com menor “estoque” de segurança, chamado de requerimento mínimo de capital para risco de crédito das operações de varejo, o BC informou que há um “potencial reflexo na economia” de mais R$ 15 bilhões em recursos.
Ao todo, portanto, as duas medidas anunciadas nesta sexta-feira têm impacto de R$ 45 bilhões – que poderão ser utilizados no aumento do crédito para as famílias e empresas.
Os bancos privados não pretendem expandir o crédito pois temem a inadimplência, caso a taxa de desemprego aumente com a estagnação econômica. A liquidez extra provavelmente não será traduzida em mais crédito na mesma proporção, e sim em lucros maiores para os bancos, pois o compulsório rende menos do que eles conseguem com títulos do próprio governo no mercado.
Mas, caso os bancos realmente decidissem emprestar esses recursos liberados para as famílias endividadas consumirem mais, isso não iria reativar a economia, ao menos não de forma sustentável. Iria apenas produzir mais inflação, ou aumentar o déficit comercial, pois a demanda iria “escapar” para os produtos importados, uma vez que nossa oferta não consegue acompanhá-la de forma competitiva.
O calcanhar de Aquiles é justamente esse: a baixa produtividade doméstica, fruto do “Custo Brasil”. O modelo de estímulo ao consumo calcado na expansão de crédito sem lastro na poupança doméstica se esgotou totalmente, e o quadro de estagflação demonstra isso. O PIB deve crescer menos de 1% esse ano, e a inflação acumulada em 12 meses está acima do teto da meta, mesmo com vários preços represados pelo governo.
A medida do BC, portanto, tem caráter eleitoreiro e é contraditória ao próprio discurso do Copom. Mostra que não temos um Banco Central independente do governo, com autonomia para perseguir a meta de inflação, e sim um BC subserviente aos interesses políticos de um partido hoje no poder.
Rodrigo Constantino

É MUITO JOGO !

 Dilma se livra de Pasadena

 EDITORIAL

O ESTADO DE S.PAULO - 25/07/2014

A história verdadeira pode ser outra, mas o fato é que deu certo o estratagema da presidente Dilma Rousseff de alegar que em 2006, quando chefiava o Conselho de Administração da Petrobrás, autorizara a estatal a comprar do grupo belga Astra Oil metade da Refinaria de Pasadena, no Texas, apenas com base em um resumo executivo "técnica e juridicamente falho", preparado pelo então diretor da área internacional da empresa, Nestor Cerveró. Em março passado, informada de que o Estado revelaria o seu papel na ruinosa transação, Dilma pediu à titular da estatal, Graça Foster, que preparasse uma nota explicativa. Insatisfeita com o que leu - o texto se limitava a dizer, burocraticamente, que o assunto era objeto de sindicância interna -, rasgou o papel que a amiga lhe trouxera e redigiu, de próprio punho, a versão a ser encaminhada ao jornal. Sabia o que fazia.
Afinal, no ano passado, depois de a Agência Estado levar a público o aberrante negócio, a Polícia Federal, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU) abriram investigações a respeito, por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas. Dilma há de ter atinado que poderia ser acusada de crime de responsabilidade por não haver barrado no nascedouro a operação que custaria à petroleira US$ 1,245 bilhão, com um prejuízo confesso de US$ 530 milhões (US$ 792 milhões para o TCU) - e que, por sinal, foi aprovada pela unanimidade dos integrantes da mais alta instância decisória da companhia. O vexame começou com o desembolso de US$ 360 milhões por 50% da instalação e estoques - ou 8,5 vezes mais do que os belgas pagaram aos antigos donos, pelo empreendimento inteiro, apenas um ano antes.
Em 2007, a ainda desavisada Dilma achou que a Petrobrás podia recusar a compra da outra metade da refinaria, proposta pela Astra Oil. Diante disso, esta acionou a Justiça americana, invocando a cláusula contratual Put Option, segundo a qual, em caso de desavença entre os parceiros, um teria de vender a sua parte ao outro. A empresa ganhou a causa. A Petrobrás recorreu e tornou a perder. Os custos da pendência contribuíram para o maior rombo da história da empresa.
Na nota de março, a presidente assinalou que o resumo de página e meia recebido pelo Conselho omitia, além da Put Option, a condição chamada Merlin, que garantia à sócia uma renda anual de 6,9%, fosse qual fosse a situação do mercado de derivados de petróleo. Se fossem conhecidas, essas cláusulas "seguramente não seriam aprovadas", assegurou.
Nos meses seguintes, em entrevistas à imprensa e depoimentos no Congresso, o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli, atual secretário de Planejamento do governador petista da Bahia, Jaques Wagner, não só insistiu que a compra de Pasadena valeu a pena, mas insinuou que o Conselho poderia perfeitamente tomar conhecimento da íntegra do contrato, cópias do qual, como de praxe, foram encaminhadas à secretaria do colegiado. Dominadas ou sabotadas pela bancadas governistas, as CPIs instaladas na Câmara e no Senado de nada serviram para esclarecer o suposto mistério. Ao público só resta intuir que a caixa-preta da Petrobrás tem sido sacudida por brigas de bastidores entre os seus potentados. De sua parte, Cerveró, o autor do tal resumo, volta e meia espalha que tem muito a contar.
Dilma, porém, se livrou. Na quarta-feira, tanto o Ministério Público como o TCU desvincularam o Conselho de quaisquer erros ou malfeitos que produziram o escândalo da refinaria. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as informações dadas pela presidente "afastam a acusação (de parlamentares oposicionistas) de conduta dolosa ou culposa", não cabendo imputar ao Conselho nenhuma espécie de delito que teria conduzido ao desastre.
Já o TCU aprovou o parecer do relator do processo, o ministro José Jorge, que isenta Dilma de qualquer responsabilidade no affair. Os suspeitos - a serem julgados em outra ação - são 11 diretores ou ex-diretores da Petrobrás, entre eles Gabrielli, Cerveró e Paulo Roberto Costa, antigo diretor de abastecimento da empresa, preso sob a acusação de lavagem de dinheiro. E a oposição pode ter perdido um argumento contra Dilma na campanha eleitoral.

O JOGO DA CONVENIÊNCIA....QUIÇÁ...CONIVÊNCIA

AGU e Lula pressionam TCU

 MERVAL PEREIRA 

O GLOBO - 25/07/2014

Houve uma articulação do governo, que envolveu o advogado-geral da União (AGU), Luís Adams, e até mesmo o ex-presidente Lula, para tentar engavetar o processo do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A decisão do tribunal acabou isentando o Conselho de Administração, presidido na ocasião da compra pela hoje presidente Dilma Rousseff, de culpa pelo prejuízo causado à Petrobras, mas condenou os 11 diretores da estatal brasileira a ressarcirem os cofres públicos em quase US$ 1 bilhão.
O primeiro relato sobre essa manobra governamental, que se assemelha em tudo às pressões que o ex-presidente Lula fez sobre os ministros do Supremo tribunal Federal (STF) para que o processo do mensalão não fosse a julgamento, foi feito pelo jornalista Reinaldo Azevedo, ontem, em seu blog na Veja . Fui a campo para esmiuçar o caso e descobri que na terça-feira, dia 22, véspera da análise do processo, às 17h, o advogado-geral da União foi ao TCU para uma audiência com o relator, ministro José Jorge (ex-senador do DEM e ex-candidato a vice-presidente da República na chapa tucana em 2006) e pediu para tirá-lo de pauta.
Não é um procedimento incomum, e normalmente os pedidos são atendidos para dar mais tempo aos advogados de se prepararem. Mas, como esse é um caso muito complexo e com delicadezas políticas, o ministro José Jorge tomou a precaução de publicar seu voto na intranet do TCU na véspera. Adams alegava querer fazer uma defesa oral, e não tivera tempo suficiente de analisar o relatório, divulgado no dia anterior.
Mas como o relatório fazia parte do processo, que já era público há muito tempo, o ministro José Jorge não viu razão para adiar o julgamento. Nessa conversa, José Jorge perguntou a Adams: Você vai fazer a defesa de quem? Nós estamos aqui defendendo a Petrobras, condenando as pessoas a devolverem o dinheiro à Petrobras . Ao mesmo tempo, o ministro do TCU José Múcio, que foi ministro de Articulação Política de Lula, foi chamado pelo ex-presidente para uma conversa em São Paulo.
No relato que fez a seus pares, disse que encontrou o ex-presidente muito preocupado, relatou que nunca vira antes Lula de moral tão baixa. O ex-presidente criticou a campanha de reeleição de Dilma, a indefinição do ministro Gilberto Carvalho, que não sabe se fica no Planalto ou se vai para a campanha. E se mostrou especialmente preocupado com a repercussão do processo do TCU sobre a Refinaria de Pasadena na campanha.
A preocupação era tão grande que Adams não fez a defesa oral e articulou com alguns ministros para que um deles, Benjamin Zymler, pedisse vista do processo. Quando José Jorge terminou de ler seu voto, Zymler alegou que a estimativa dos prejuízos precisava ser revista e pediu vista. O relator esclareceu então que seu voto ficaria computado, o que significava que o pedido de vista seria na votação já começada.
Imediatamente, o ministro Weder de Oliveira anunciou que votaria com o relator, alegando que aquela era uma etapa intermediária do processo, que a decisão definitiva só sairá mais adiante, quando fossem ouvidas as partes. Vários ministros, entre eles Ana Arraes, mãe do candidato do PSB Eduardo Campos, deram o voto a favor do relator, que ficou com a maioria.
Foi então que o ministro José Múcio pediu que o assunto fosse logo à votação já que a presidenta não está colocada , e Zymler retirou o pedido de vista, tendo o relatório sido aprovado por unanimidade. Nos contatos mantidos por emissários do governo com ministros do TCU, houve um momento em que foi jogada na mesa a carta da nomeação para o STF, cargo a que Adams aspira e também o ministro Benjamin Zymler.
Por isso, a decisão de excluir os membros do Conselho Administrativo da Petrobras do rol dos culpados foi tão comemorada pelo Palácio do Planalto. Mas é preciso compreender que esse processo vai por etapas. Neste momento, o relator entendeu que seria mais útil concentrar a investigação e a responsabilização na Diretoria Executiva, que foi quem realmente operou o negócio. Se abrisse muito o leque, alega José Jorge, perderia o foco nas investigações.
Nada impede, porém, que, ao abrir a Tomada de Contas Especial (TCE) e ao ouvir os envolvidos no caso, membros do Conselho de Administração, inclusive a própria presidente da República, sejam convocados a depor e eventualmente incluídos no rol dos culpados.

HAVENDO LAVAGEM...PORTUGAL NÃO É LAVANDERIA...

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Petralhas temem que escândalo de lavagem de dinheiro no Banco Espírito Santo chegue ao “Pai e ao Filho”


Edição do  www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Petralhas acompanham, com uma lupa banhada a ouro, as consequências da Operação Monte Branco, iniciada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal de Portugal, para apurar transferências ilegais entre gestores de fortuna, em um dos maiores escândalos globais de lavagem de dinheiro. Ontem, alguns ricos políticos brasileiros ficaram “apertadinhos” com a detenção provisória do banqueiro Ricardo Salgado, diretor executivo do Grupo Espírito Santo e patriarca da família que empresta o nome à instituição financeira com a qual membros da cúpula petista costumavam fazer negócios e investimentos. Pavor maior: o escândalo português pode ter ligações com a Operação Lava Jato no Brasil...

Ricardo Salgado pagou fiança de € 3 milhões e voltou para casa, no Estoril. Mas o que ele falou em sete horas de depoimentos aos promotores lusitanos pode ter complicado a vida de alguns brasileiros, principalmente políticos “novorricos” que tinham negócios bilionários com o Grupo Espírito Santo, e muito dinheiro depositado no BES. Um dos alvos da investigação do Ministério Público português são as triangulações entre Portugal, Brasil e países africanos (principalmente Angola e Moçambique). Suspeita-se que muito dinheiro seja lavado em jogadas de compra e venda de diamantes e em operações nas bolsas de valores, em súbitas trocas de ações de grandes empresas.

Os “investidores” brasileiros andam apavorados porque o Grupo Espírito Santo vive um inferno político-econômico. O governo e o Banco Central de Portugal têm dito que o BES tem capital suficiente para enfrentar os riscos decorrentes de dívidas da família. No entanto, a Espírito Santo International (ESI), holding controlada pelo Grupo Espírito Santo (GES), já entrou com “pedido de proteção contra os credores” na Justiça da Luxemburgo. Como a medida tem o mesmo efeito da recuperação judicial no Brasil, a conjuntura fica obscura.

As incertezas são grandes. A holding Rio Forte, que integra o Grupo Espírito Santo, falhou em pagar mais de US$ 1 bilhão em dívida à Portugal Telecom (cuja sigla, por ironia, é PT). O grupo de telecomunicações foi obrigado a aceitar um corte em sua parte na empresa resultante da fusão com a brasileira Oi – na qual membros da cúpula petista e aliados teriam grande volume de ações ordinárias e preferenciais. Investidores minoritários da PT vão entrar com ações contra os dirigentes da empresa, por não terem avaliado, de forma correta e transparente, os riscos da dívida das empresas envolvidas na fusão.

Em nome de quem?

Comentário nada religioso de quem pressente problemas com as denúncias de lavagem de dinheiro contra uma das maiores instituições financeiras portuguesas – onde alguns novos ricos brasileiros têm investimentos:

“A coisa já está esquisita para o Espírito Santo, em Portugal. Breve, pode ficar feia para o Pai e o Filho, no Brasil...”

Ou seja, o perigo é que seja revelado em nome de quem, aqui no Brasil, tem dinheiro supostamente levado-lavado lá na terrinha...

Rejeitada



Vai tomar no TCU?

O advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, apela ao estatuto da Petrobras para justificar que Dilma Rousseff é inteiramente responsável pela decisão de compra da refinaria Pasadena, nos EUA.

Ribeiro considera equivocada a decisão do TCU de inocentar Dilma e demais membros do Conselho de Administração da Petrobras, jogando a culpa de eventuais erros apenas nos membros da diretoria executiva, que estão com seus bens blonte:queados:

“O ministro relator foi induzido ao erro. Ele partiu de um pressuposto falso, que inúmeras vezes repetido, passou como se fosse verdadeiro. É falsa a declaração de Dilma de que o resumo executivo das condições de compra de Pasadena era técnica e juridicamente falho. Essa argumentação acabou responsabilizando quem não deveria ser responsabilizado, os diretores".

Não podia, mas pode...

Por meio de petição apresentada ontem, o advogado Edson Ribeiro tentará invalidar a decisão do TCU de responsabilizar apenas os diretores.

Ribeiro também questiona que o ministro José Jorge não poderia ocupar a posição de relator do caso, por já ter sido membro do Conselho da Petrobras:

"Ele foi presidente do conselho de administração da Petrobras em 2001 e 2002, tem interesses em sua decisão. Não basta o julgador ser um homem honesto e íntegro. Ele precisa parecer. Para isso, não deveria ser julgador".

Fonte:http://www.alertatotal.net/

quarta-feira, 23 de julho de 2014

TEM MUITO LAMA PARA SER MOSTRADA... ...


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Pressionada, Dilma pensou em alegar motivo grave de saúde para desistir de disputar a reeleição


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Dilma Rousseff pensou em alegar um motivo de saúde para desistir de concorrer à reeleição. A Presidenta chegou a verbalizar a amigos e assessores próximos tal intenção de jogar a toalha, diante das pressões que vem recebendo. Dilma entra na guerra para permanecer no Palácio do Planalto contra a própria vontade, pois não encontrou condições políticas seguras para fazer valer seu desejo pessoal. Instintivamente, sabe que parte para o sacrifício – com alto risco de derrota, embora, pessoalmente, não se sinta culpada pelo que de ruim possa ocorrer.

A instabilidade psicológica da candidata Dilma é uma das causas das desavenças na cúpula petista de campanha – que Lula nega publicamente existir, em clara manobra defensiva. Dilma se sente pessoalmente incomodada com as ameaças, pressões e traições de uma conjuntura pré-eleitoral que promete ser covarde, desleal e desumana. Dilma pressente insegurança entre os inconfiáveis “aliados” petistas. Chega a temê-los mais que adversários políticos. Também tem pavor do jogo sujo dos reais “inimigos” – lembrando-se, sempre, da espionagem de que foi vítima pela NSA norte-americana.

Dilma não deixa de ter razão. A versão sobre sua intenção de desistir da reeleição – que poderia parecer absurda, impensável e fruto de invencionice da oposição, apenas para desgastá-la – se origina, precisamente, do esquema refinado de monitoramento dos passos de Dilma e de outros membros da cúpula petista. Os interesses contrariados pelo governo, que geram milhões ou bilhões em prejuízos para investidores, explica o jogo imundo da espionagem – tendo Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva, e os familiares de ambos como alvos preferenciais.  

Alerta Total já havia antecipado ontem a informação – espalhada por lobistas de Brasília - de que estaria prestes a estourar um grande escândalo sobre o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As denúncias – ligadas a negócios com africanos – atrapalhariam ainda mais a Presidenta Dilma Rousseff – cuja imagem é prejudicada pela proximidade com Lula, na visão, inclusive, de alguns marketeiros que trabalham a peso de ouro para o PT. Se o “informe” procede, ou se é um boato plantado como contrainformação na guerra reeleitoreira, só o tempo vai confirmar.

Uma ação psicológica que não vai colar diz respeito à saúde da própria Dilma ou do Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva. Médicos que cuidam de ambos no Hospital Sírio e Libanês, em São Paulo, garantem que os dois nunca estiveram tão bem. Dilma e Lula fazem acompanhamento em um tratamento pós-câncer. Ela no sistema linfático e ele na laringe (onde a alta tecnologia medicamentosa do “SUS dos ricos” conseguiu o milagre de eliminar e impedir a volta de um tumor com cerca de dois centímetros).

Bem de saúde, Dilma e Lula vão mal politicamente. O slogan de campanha – roubado originalmente do falecido Leonel de Moura Brizola -, “a força do povo”, acaba refletindo, exatamente, o contrário: a fraqueza de Dilma e Lula. Ambos convencem os eleitores ignorantes (beneficiados, diretamente, pelo assistencialismo do governo). Também creem neles os torcedores fanáticos da seita petista. A maioria do eleitorado (cerca de 70%) deseja mudança. Tal sentimento, verificado em pesquisas de diferentes institutos, pautará a eleição. A derrota é previsível. O PT só vence se houver fraude eletrônica.

A Presidenta é pressionada pelo pessimismo econômico – com aumento do custo de vida, endividamento das famílias, sinais de desemprego e dificuldades de crédito. O cidadão-eleitor-contribuinte associa os problemas à má gestão do governo no combate à inflação e à política de juros altos (agravada pela voracidade dos bancos, inclusive os ditos “públicos”, no assalto a mão armada dos spreads, taxas e pressão psicológica sobre devedores). Do ponto de vista gerencial, sem soluções concretas para tais problemas, Dilma esgotou-se (até se o leitor quiser optar pelo sentido sanitário do verbo).

O Presidentro é vítima da própria propaganda enganosa, em um culto à personalidade que lhe impôs uma “metamorfose ambulante”. De herói, guerreiro do povo brasileiro, Lula teve sua imagem desconstruída. Não adianta mais evocar o operário que fala errado, que finge não ter estudado. Tal versão enganosa contrasta com a imagem de alguém que se refinou e adotou hábitos de rico. Há muito tempo, Lula está mais para “polvão” ou “pavão” do que para “povão” (coisa de passado muito distante).

Apenas o estilo de sindicalista de resultados de Lula parece imortal. De resto, o escândalo do Mensalão, que milagrosamente não o atingiu diretamente, afetou sua endeusada imagem de “líder”. A pergunta, que martela o subconsciente de qualquer um com bom senso, é: como membros da cúpula de um partido podem ser condenados pelo Supremo Tribunal Federal, sem que o “líder”, presumidamente honesto, tenha, no mínimo, falhado em impedir o esquema de corrupção? A resposta é politicamente óbvia: Joaquim Barbosa fez com que as coisas ficassem pretas para o PT (hoje sinônimo de “Perda Total” para o Brasil).


Alerta Total repete 13 vezes o que tem escrito: O regime petista esgotou-se. O discurso do partido, há quase 12 anos no poder federal, não consegue indicar soluções imediatas e confiáveis para os três maiores gargalos da economia brasileira: os impostos elevados, os juros altíssimos e a retrógrada legislação trabalhista. Seja quem for o próximo Presidente da República (dificilmente será Dilma), terá de promover, de imediato, uma reforma tributária, a revisão do sistema de spread bancário (que inviabiliza o crédito e penaliza o cidadão) e o excessivo regramento sobre o emprego e a renda de quem produz.

O consenso geral é que o Brasil está desatualizado. Opera com conceitos errados, presos ao passado e que inviabilizam um futuro de crescimento e desenvolvimento produtivo. O PT representa a vanguarda deste atraso. E aqui nem se fala do problema da corrupção. Dirigentes petistas, seus familiares ou “laranjas” facilmente identificáveis não resistem a uma investigação simplória sobre sua milagrosa evolução patrimonial. Por isso, o partido-seita sairá fortemente derrotado da eleição de 2014.

Petistas e petralhas, que se locupletaram nos anos de poder, ficam numa boa, até a hora do juízo final – cujo risco de acontecer é diretamente proporcional à chance de derrota reeleitoral. O PTitanic está afundando. Muitos ratos já começam a pular dos porões do navio. A temporada de traições está apenas começando...

Vermelho 13 é um palpite azarado para os próximos anos no Brasil...

Fonte:http://www.alertatotal.net/

APRENDEU MUITO NO SINDICALISMO...

A grande mentira de Lula

TAMANHO DA FONTE: A-A+
Lula voltou a afirmar que o país, em 2002, havia perdido o controle da inflação e que o PT, após aquelas eleições, salvou a economia do caos. Talvez seja essa a maior das mentiras de Lula. Quem fez a inflação se elevar, na época, foram suas infelizes e seguidas declarações de que “mudaria tudo” no Brasil. Depois, vencidas por ele as eleições, esqueceu tudo o que falava. E realizou sua obra mais reconhecida: manteve o mesmo modelo econômico desenhado por FHC. Para alívio da Nação, os preços voltaram ao nível anterior.
Os fatos, ocorridos entre 1993 e 2002, se passaram assim:
1. FHC, ministro da Fazenda de Itamar Franco, cria o Plano Real e controla a inflação galopante.
2. O PT denuncia o Real como um “embuste” e vota contra o plano de estabilização no Congresso.
3. A nova moeda vira um sucesso e FHC se elege presidente da República, derrotando Lula no primeiro turno.
4. O PT continua contra o Plano Real, pregando sua total modificação. Os preços se mantêm, o poder de compra do povo se eleva.
5. FHC se reelege, derrotando novamente Lula no primeiro turno. A inflação segue controlada.
6. Lula diz que tudo no Brasil está errado, e que vai mudar a situação da economia.
7. Os agentes econômicos se assustam com as propostas de Lula, e a inflação volta a subir. A população se apavora.
8. Lula divulga uma carta aos brasileiros, dizendo que manterá os rumos da economia. O mercado se acalma.
9. Lula vence as eleições e mantém a mesma política de FHC. Os preços caem ao patamar que estavam com FHC. O Brasil se alivia.
Conclusão: Lula deve ter inveja de FHC. Criticou tanto o Plano Real, depois o manteve brilhando. Mordeu a língua. Ninguém esquece fácil uma derrota moral desse tamanho

segunda-feira, 21 de julho de 2014

FATOS REAIS E HISTÓRICOS...

As Raízes do AI-5


Embora tenha um enfoque ideológico esquerdista, tendencioso, pela leitura original, na íntegra, do Ato-5, vale a pena ver este documentário produzido pela tal “Comissão Estadual da verdade” em São Paulo. Já a leitura do texto do Azambuja revela o que inspirou tal ato.

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

“A geração que chegou ao poder com o presidente Lula deve muito a Cuba. Nos anos do regime militar a esquerda teve a solidariedade de Cuba com sua mão amiga e seu braço forte. A geração que chegou ao poder com Lula é devedora de Cuba. E me considero um brasileiro cubano e um cubano brasileiro”. (José Dirceu, abril de 2003)

Em 1998 a editora Garamond editou o livro “Abaixo a Ditadura – O Movimento de 1968 contado por seus líderes”, escrito por José Dirceu de Oliveira e Silva (o “capitão do time”, segundo Lula, um corrupto que hoje cumpre pena na Papuda) e Wladimir Palmeira.

É altamente instrutivo recordar algumas passagens desse livro, uma vez que o Movimento de 1968, como foram denominados os distúrbios de rua que o então governador do então Estado da Guanabara, Negrão de Lima, declarou em rede de TV, que o Estado não possuía condições de conter, foram uma das origens do Ato Institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968, instrumento idealizado pelo governo para impor a Lei e a Ordem.

Também é interessante assinalar o ambiente carregado em toda a América Latina, uma vez que no ano anterior, em Havana, havia sido constituída a Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS), em uma reunião à qual esteve presente Carlos Marighela. Mas, solidariedade a quem? A Che Guevara, que já se encontrava na Bolívia, com o objetivo de criar vários Vietnãs na América Latina.
Vamos ao livro.

Escreveu Wladimir, liderança dos distúrbios no Rio de Janeiro: “Nós sempre tínhamos uns mensageiros ou batedores, em geral secundaristas, observando constantemente onde estava a polícia. De repente eles chegavam e diziam: ‘Wladimir, carro da polícia entre a Alfândega e tal. Queima?’ Eu respondia: ‘Queima!’, e os meninos queimavam. A gente estava preparado para isso (...) Quando fui preso, o Franklin (observação: Franklin Martins, que foi comentarista político da TV Globo e membro do governo do PT) e o Carlos Alberto Muniz (observação: Carlos Alberto Vieira Muniz, posteriormente um dos dirigentes do MR-8) assumiram a liderança sem problemas (...) No enterro do Edson Luiz, por exemplo, a Light cortou as luzes da rua quando estávamos passando pela praia de Botafogo. Logo em seguida, o Luiz Antonio, da Dissidência Secundarista, chegou correndo: ‘Como é Vladimir? Vamos fazer alguma coisa? Podemos quebrar as lâmpadas?’ ‘Quebra essa porra toda!’, respondi. E ele foi e quebrou. Quando o pessoal do PCB começou a denunciar que havia policiais infiltrados fazendo provocações, imediatamente vinha a réplica: Não, foi o Vladimir que mandou”.

Escreveu José Dirceu: “Na manifestação de 1º de Maio (1968), o Movimento Estudantil e o Agrupamento Revolucionário de São Paulo destruíram o palanque do Abreu Sodré na Praça da Sé e botaram o governador para correr. Ali ocorria o primeiro laço mais forte entre o Movimento Estudantil, a classe operária e os revolucionários; esse Agrupamento era o grupo que saiu do PCB com o Marighela e depois se transformou na ALN; já possuíam um esquema militar e estavam iniciando as ações armadas. Mais tarde eles também nos deram cobertura em outros momentos, principalmente durante a ocupação da Maria Antonia. Nesse dia o governador levou uma pedrada (...). Fomos para a praça dispostos a denunciar aquela palhaçada e dissolver o ato público. Avançamos, destruímos e queimamos o palanque, e depois saímos em passeata pela cidade. A polícia ainda tentou reprimir, mas se não tivessem se escondido na igreja nós teríamos ido atrás deles (...). Não podíamos aceitar passivamente que aqueles agentes da ditadura viessem posar de políticos ligados às causas populares (...). Mais tarde também apoiamos integralmente a greve de Osasco. Fizemos panfletagens e comícios em todo o Estado (...). Nossa concepção era de que o Movimento Estudantil tinha um papel bem delimitado, ao contrário da Ação Popular, que o considerava como vanguarda da sociedade para derrubar a ditadura (...). No PT, no fundo, ainda sou muito do que fui no Movimento Estudantil (...)”.
Prossegue José Dirceu: “Fizemos um Congresso da UEE (União Estadual de Estudantes) no conjunto residencial da USP (CRUSP) em agosto (1968), que foi manchete em todos os jornais (...). O Congresso do CRUSP reuniu cinco mil pessoas; a repressão havia anunciado que iria impedir o encontro, mas nós fizemos na marra e conquistamos uma grande vitória política (...). e aqueles milhares de delegados me consagraram como presidente da UEE. No dia seguinte, a Última Hora publicou uma manchete em duas páginas: ‘José Dirceu venceu’, com uma grande foto minha e uma longa matéria sobre o Congresso”.

Wladimir Palmeira: “Não havia diferença entre o estudante do (restaurante) Calabouço e o estudante universitário. O pessoal do ‘Calaba’ não era apenas mais pobre, era também mais radicalizado. Quando ia para as ruas, gostava de depredar carros na av Rio Branco; muitas vezes queriam quebrar o fusca de um sujeito de classe média que eventualmente estava até simpatizando com a nossa luta: para eles, era ‘tudo rico’ (...) Eles eram muito combativos e levavam para as passeatas uns cacetes enormes com uma minúscula bandeirinha do Brasil na ponta, só para dar o visual. Eram os que mais brigavam com a polícia (...). O problema é que já não controlávamos mais a maioria do DCE da Federal; a maior parte dos diretores havia ido para o PCBR no racha de 1967. Era necessário ganhar politicamente, e fomos para a Praia Vermelha dialogar com os estudantes. Fizemos uma aliança com o Jean Marc (observação: Jean Marc Van der Weiss, dirigente da Ação Popular, posteriormente um dos trocados pela liberdade de um embaixador seqüestrado), nosso tradicional adversário; o PCBR, uma força que tentava se colocar mais à esquerda, também terminou aceitando nossa proposta. A partir daí, começamos a organizar uma manifestação que ficou conhecida como ‘a quarta-freira sangrenta’. Nossa preparação, entre o fim de maio e começo de junho (1968), incluiu coquetéis molotov, cacetes, pedras, principalmente, e um forte trabalho político em todas as universidades. Seria uma passeata para inverter tudo o que se fizera até então”.

Prossegue Vladimir: “No dia 19 de junho todos estavam a postos. Tínhamos organizado três colunas para entrar ao mesmo tempo no pátio do MEC, chegando de três direções diferentes. Uma burrice, mas também não éramos nenhum Von Klausevitz para saber que se devem concentrar as forças. Ao meu lado, na mesma coluna, creio que marchava o Brito (Elinor Brito) e, com certeza, o Cid Benjamim (observação: respectivamente, dirigentes do PCBR e do MR8, posteriormente banidos do país, trocados pela liberdade de um embaixador seqüestrado). Quando eles se aproximam, começamos a jogar pedras e a porrada começou; uma verdadeira batalha campal (...) Os estudantes caíam, esfarrapados, machucados, sangrando, era uma loucura. E afinal não conseguimos ocupar o MEC (...) Nos deslocamos individualmente ou em pequenos grupos para a Av. Rio Branco. Dessa vez montamos uma barricada na avenida, uma alteração radical na nossa tática de luta. Desde 1966, costumávamos avançar pela contramão no meio do trânsito. Assim o deslocamento da polícia ficava impedido pelo engarrafamento total do centro do Rio. Essa tática tornou-se uma marca registrada em todo o Brasil (...) Naquela quarta-feira nos plantamos ali, no meio da avenida mais importante do centro do Rio de Janeiro, defendendo com paus e pedras nossas posições atrás das barricadas. A certa altura aconteceu uma cena inesquecível. De repente estacionou por perto um caminhão cheio de PMs, pelo menos uns vinte, armados até os dentes (...) Fui lá, fiz um discurso, fui embora e os PMs não levantaram um dedo. Depois, uma turma cercou o caminhão, mas os soldados continuaram na deles, impassíveis. Uma coisa impressionante (...) 

Fiz mais um comício por ali mesmo e fomos encontrar o Marquinhos (observação: Marcos Medeiros, do PCBR) e o pessoal que estava com ele em frente ao antigo Jornal do Brasil, perto da Presidente Vargas. Montamos outra barricada e, como dessa vez não havia trânsito, a polícia chegou logo, disposta a dar porrada. Era aquela polícia terrível, que marchava em passo de ganso exibindo bombas, cassetetes e uns escudos enormes. Quando chegaram a uns 50 metros, o Marquinhos se levantou e disse: ‘E agora, Vladimir, o que é que a gente faz?’ Eu respondi: ‘Pau neles!’ E pela primeira vez partimos para cima da polícia. Os soldados saíram correndo com os estudantes atrás. Quando tomamos conta da Uruguaiana eles decidiram mandar os cavalos. Continuamos com as pedras e conseguimos derrubar muitos animais com as nossas rolhas e bolas de gude espalhadas pelo chão. Há uma foto muito significativa desse momento: um menino – secundarista, imagino – sorrindo em cima de um cavalo, com um capacete da PM na cabeça. Logo depois tocaram fogo em um caminhão do Exército. Ninguém sabe quem foi, mas o acusado foi o Jean Marc (...) Quando vimos a PE chegando, achamos prudente bater em retirada (...) O Jean Marc pegou um ônibus e foi preso. Um cabo o reconheceu e disse que ele tinha incendiado o tal caminhão (...). Entrei formalmente na clandestinidade nessa noite; ao voltar para casa, vi que a polícia já estava lá. Em geral só ficavam atrás de mim, observando, mas naquela quarta-feira queriam mesmo me prender (...).A partir de 2 de agosto eu já estava preso”.

José Dirceu: “Nessa época eu já estava começando a ter problemas. Já era semi-clandestino, andava armado, com segurança, e dormia em vários locais, isso porque estava sendo processado com uma acusação ridícula, tipo ‘organizar entidade ilegal’ (a UEE), e desde 1967 já havia ordem de prisão contra mim; obviamente não tinha me apresentado para prestar depoimento, eu não sou ingênuo. Passei a ser um elemento procurado. Mas a clandestinidade não me assustava (...) A tragédia da esquerda nas faculdades foi que as organizações político-militares estimulavam os dirigentes estudantis a entrarem para a clandestinidade (...) Muita gente foi trabalhar em outros lugares, mudou de cidade, de faculdade e, às vezes, de nome (...) Quando os integrantes da Dissidência de São Paulo acabaram aderindo à ALN, outros à VPR, decidi não entrar para nenhuma das duas organizações porque nunca fui foquista. Participei da luta armada, apoiei, achava que era necessária, mas na verdade nunca acreditei nela como forma de luta; eu me inclinava mais para uma resistência armada. Porém nunca questionei isso, nunca debati; quer dizer, me acovardei nessa discussão”.

Prossegue José Dirceu: “No dia 24 de junho fizemos uma grande manifestação no centro. Saíamos da Praça da República e seguimos para o Largo do Arouche. Lá, usando coquetéis molotov, pedras e paus, o pessoal quebrou a porta de vidro e várias janelas da Secretaria de Educação e da Academia Paulista de Letras. Na esquina da Av. Ipiranga com S. João, arrancaram um poste para, com ele, tentar arrombar as portas do First National City Bank of New York (...). Um grupo começou a gritar ‘Estadão, Estadão’, e imediatamente nos dirigimos pela Av. S. Luiz rumo ao jornal, onde fomos recebidos a tiros por franco-atiradores postados dentro do prédio (...). 

Gritando e correndo, vários manifestantes responderam com tiros e coquetéis molotov contra a fachada do jornal, quebraram vários vidros e puseram fogo no andaime que estava na portaria. Eu dei início à passeata fazendo um discurso pelo megafone (...). Na esquina seguinte vimos um Aero-Willys chapa branca preso no engarrafamento. Aos gritos de ‘quebra, põe fogo’, o carro foi cercado por um grupo e seu motorista expulso. Os estudantes quebraram os vidros e depois viraram o carro e o incendiaram, enquanto a polícia ficava observando de longe (...). Não foi por acaso que, mais tarde, a ditadura destruiu e pôs fogo na Faculdade de Filosofia da rua Maria Antonia, fechou o prédio da FAU e transformou a Faculdade de Economia numa dependência da justiça militar. Aqueles lugares representavam o espírito libertário e criativo (...). O que era o CRUSP? Era a zona livre, a guerrilha, a luta armada. Por isso foi ocupado por nós e se tornou um bastião (...). 

As escolas tinham virado repúblicas livres, onde se fazia política, arte e cultura – e até se estudava. Lá comíamos e bebíamos, fazíamos reuniões, eventos, conferências; lá dormíamos e namorávamos. Milhares de estudantes circulavam pelos pátios e corredores, era uma verdadeira feira, em ebulição permanente. Festivais, aulas paralelas, seminários, exposições, música, cineclube... Imagine o que era a universidade ocupada em 1968. Parecia que estávamos diante do embrião de uma sociedade diferente. Aquilo era uma festa (...). Tive uma grande paixão no Movimento Estudantil: a Iara Iavelberg, que mais tarde foi companheira do Lamarca (...) Iara era presidente de um Diretório Acadêmico e militante da POLOP (observação: Política Operária, uma das organizações que deu origem à VPR), que nessa época estava em pé de guerra com a Dissidência”.

Vladimir: “O confronto da sexta-feira no Rio foi o primeiro em que morreu um policial: alguém jogou do alto de um edifício uma máquina de escrever em cima dele (observação: sargento da PM Nelson de Barros, em 21 de junho de 1968). Os jornais da época disseram que 55 PMs foram hospitalizados (...). Entre os civis morreu muita gente; não sei precisar quantos, mas na época dizíamos que tinham sido no mínimo dez. Depois calcularam 17, enquanto a polícia só reconhecia um (...). Dizem que a ditadura comprou o silêncio das famílias, pagou os enterros e ainda deu algum dinheiro a eles (...). 

Quem restabeleceu a ordem, já de noite, foi a Polícia do Exército (...). No intervalo entre a sexta-feira e a quarta seguinte, dia da passeata dos Cem Mil, entrei numa clandestinidade rigorosa e não pus o nariz na rua durante vários dias (...). Não sou a pessoa mais indicada para descrever o ambiente da cidade do Rio de Janeiro naqueles dias que antecederam a passeata, mas sei que reinava uma tensão enorme. De repente, na segunda-feira à noite o Negrão de Lima surpreendeu todo mundo anunciando na televisão que iria permitir a passeata e disse mais ou menos o seguinte: ‘Por favor, pelo amor de Deus, não toquem fogo no Rio de Janeiro. Eu decidi permitir a passeata para evitar o confronto, mas não depredem nossa cidade’ (...). A passeata reuniu muitos padres e freiras (...). Desta vez muito mais artistas e intelectuais, não faltava ninguém das figuras mais conhecidas (...). A passeata virou um passeio (...). 

Não houve a menor confusão. Mais tarde a Polícia do Exército se gabou de ter feito a minha segurança; quando eu estava na cadeia os caras passaram um vídeo mostrando quantos deles havia em torno de mim. Cansei de ver o tal vídeo (...). Durante a passeata eu já sabia que ali estava cheio de policiais; aliás, quase todos naquela minha segurança eram desconhecidos...eu ia fazer o que? (...). Na hora de ir embora, pegamos o fusca do Luiz Tenório, que hoje é presidente do Sindicato dos Médicos, e seguimos direto para Botafogo e o Tenório me deixou ali, numa esquina qualquer – para não saber onde eu iria dormir – e continuou a viagem. Duas horas depois ele estava em cana”.

José Dirceu: “Resolvemos desocupar a Maria Antonia e ir para o CRUSP. Não podíamos travar uma guerra ali, pois isso seria o pretexto que precisavam para invadir todas as outras faculdades e liquidar o Movimento Estudantil. Os tempos já eram outros. Assim que saímos, a polícia ocupou as duas escolas, prendeu vários estudantes e logo depois o prédio da Filosofia foi incendiado pelo CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Anos depois, a “filósofa” Marilena Chauí, professora universitária (!) recorda esse dia, em texto publicado na Folha de São Paulo:

‘- 3 de outubro de 1968. Ruído de carros pesados, cães a latir, estrépito de botas pelo calçamento, sirenes, gritos, palavras de ordem, comandos.

- Estão vindo! O Exército e a polícia estão chegando!

- Atenção! Cada qual procure um lugar para defender a Faculdade. Rápido, rápido.

- Olhem, olhem! Estão subindo na torre e nos telhados do Mackenzie! O CCC os chamou para lá! Vão metralhar, gente, vão metralhar!

- Estão jogando bombas. Depressa, coquetel molotov aqui, depressa!

- Mas temos poucos. Ninguém pensou que iriam ser necessários.

- Pedras, pessoal, jogar pedras.

- Estão metralhando! Tem um morto! Tem um morto!

- Mataram um estudante!

- Mataram...Fogo! A Maria Antonia está pegando fogo. Água, pessoal, água, pelo amor de Deus!

- Fogo, fogo! A Faculdade pegou fogo! Todo mundo tem que sair . Não pode haver mais mortos.

Sob gritos furiosos e fogo cerrado – incêndio de um lado, metralhadoras e bombas, de outro – a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras é esvaziada. Seus ocupantes, submetidos ao corredor polonês, são lançados em camburões rumo ao DOI-CODI ao DOPS e à OBAN’”.Observação: o DOI-CODI só foi constituído na década de 70!
A dona Marilena, que mais tarde iria se converter na musa do PT, hoje, depois do mar de lama que envolve o seu partido e o seu governo, não escreve e não fala. Prefere manter-se em silêncio.... “O silêncio dos intelectuais”.

A bomba no Aeroporto dos Guararapes, em 15 de julho de 1966, que causou a morte de duas pessoas e ferimentos em outras; o atentado ao Quartel-General do II Exército, em 26 de junho de 1968, em São Paulo, que causou a morte do soldado Mario Kosel Filho; e o assassinato do capitão do Exército dos EUA Charles Rodney Chandler, em São Paulo, em 12 de outubro de 1968, na frente de seus filhos sob a acusação de ser um agente da CIA, bem como os fatos acima narrados por duas lideranças estudantis da época, podem ser considerados as sementes do Ato Institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968.

Embora todos esses fatos possam ser encontrados em livros, jornais e revistas da época – os próprios autores consultaram O Estado de São Paulo, O Globo, Correio da Manhã, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, Jornal da Tarde, Folha de São Paulo, revista Realidade, Revistas da Civilização Brasileira, livros: O Poder Jovem, de Artur José Poerner, A Paixão de uma Utopia,de Daniel Aarão Reis Filho e Pedro Moraes, O Ano que não Terminou, de Zuenir Ventura – ainda hoje, 50 anos depois, aparecem aqueles que insistem em reescrever a História do Brasil, como o jornalista Helio Contreras.

Segundo a coluna do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos - O Globo de 27 de agosto de 2005 -, seria lançado, proximamente, o livro “AI-5-Repressão no Brasil”, no qual o jornalista Helio Contreras atribui ao brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, um ilustre militar, falecido no ano 2000, “a culpa do AI-5”. Uma irresponsabilidade sem tamanho desse jornalista, uma vez que todos sabem que o AI-5 foi discutido e aprovado, por unanimidade, em uma reunião do presidente Costa e Silva com todos os seus ministros. Dessa reunião, como é óbvio, o brigadeiro Burnier não participou e nem poderia ter participado e, tampouco, exercia influência sobre qualquer ministro de então. Daí, a se considerar que essa publicação não passou de mais uma excrescência oportunista, uma babaquice, como tantas outras que vêm sendo impingidas ao povo brasileiro e, principalmente, às pessoas que não vivenciaram aqueles anos de chumbo.

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.


Fonte:http://www.alertatotal.net/