13/11/2012 - 16h04
Estudante que tenta refundar a Arena publica estatuto no 'Diário Oficial'
DE
SÃO PAULO
A estudante de direito
Cibele Bumbel Baginski, 23, publicou nesta terça-feira (13) no "Diário
Oficial da União" o estatuto da ARENA (Aliança Renovadora Nacional),
partido que tenta fundar e que leva o mesmo nome da sigla que deu sustentação
à ditadura militar (1964-1985).
A jovem assina o estatuto
como presidente nacional do grupo.
A etapa é necessária para
que o partido comece a coletar as cerca de 500 mil assinaturas exigidas para
o registro na Justiça Eleitoral.
Com o registro, a legenda
passa a poder disputar eleições e a ter direito a uma parcela do Fundo
Partidário, mantido com recursos da União.
A parcela destinada a cada
partido varia de acordo com sua votação para a Câmara dos Deputados na última
eleição. Como exemplo, o PEN (Partido Ecológico Nacional) recebeu R$ 202 mil
desde sua criação, em junho deste ano.
Questionada em agosto deste
ano sobre a participação da Arena em crimes da ditadura, Baginski disse à Folha que também houve "coisas
boas" naquela época. "O partido faz política, elege representantes.
O que esses representantes fizeram é outra coisa", afirmou.
Entre as bandeiras
defendidas pelo partido estão ações como "abolição de quaisquer sistemas
de cotas raciais, de gênero ou condições 'especiais'", a maioridade
penal aos 16 anos e o retorno ao currículo escolar das disciplinas de Latim e
Educação Moral e Cívica -- ensino imposto em 1969 e tirado do currículo em
1993.
O partido seria controlado
por um "Conselho Ideológico", instância "suprema" composta
por cinco membros permanentes e vitalícios e quatro indicados por membros.
O texto diz que o grupo
possui como ideologia o "conservadorismo, nacionalismo e
tecno-progressismo, tendo para todos os efeitos a posição de direita no
espectro político".
Dois de seus objetivos são
lutar "contra a comunização da sociedade e dos meios de produção além de
outras práticas insidiosas ao pleno desenvolvimento e qualidade da sociedade
brasileira" e "resguardar a soberania nacional, o regime democrático
e o pluralismo político de toda forma de uniformidade de pensamento ou
hegemonia política."
"Em respeito à
convicções ideológicas de direita, não coligará com partidos que declaram em
seu programa e estatuto a defesa do comunismo, bem como vertentes
marxista."
|
Endereço
da Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário