Populismo elétrico
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
A carga tributária representa 45% do valor final da tarifa de eletricidade no país. O governo Dilma resolveu que a redução das tarifas do setor é parte importante na estratégia de derrubar o Custo Brasil e melhorar a competitividade da nossa indústria. Qual a solução encontrada pelos brilhantes estrategistas do governo? Reduzir os pesados impostos do setor? Claro que não! Acharam melhor decretar a queda da tarifa e ponto final.
Como não existe almoço grátis, sobrou para as empresas do setor a fatura final. Mais especificamente, para a grande estatal que controla boa parte do setor, a Eletrobrás. O governo resolveu usá-la como centro de custo para seu objetivo míope de curto prazo. Suas ações já caíram mais de 70% no ano, e a insegurança jurídica agora é total, afugentando novos investidores. A capacidade de investimento foi gravemente afetada. O longo prazo foi sacrificado pelo curto prazo, como de praxe neste governo.
Mas há quem aplauda. A Firjan gastou um bom dinheiro para publicar hoje um anúncio de página inteira no jornal O Globo, defendendo a presidente e alegando surpresa com os opositores, supostamente um lobby em defesa das estatais. Curiosamente, o anúncio não cita uma única vez o tamanho da carga tributária no setor. A indústria não quer atacar as causas do problema. Prefere lutar por seus subsídios, e para o inferno com o amanhã!
Rogério Werneck, professor da PUC, detona em seu artigo no mesmo jornal os argumentos dos defensores desse populismo elétrico. Sua conclusão vai direto ao ponto: “Como consumidor de energia, o leitor pode até estar satisfeito. Mas, como contribuinte, deveria estar seriamente preocupado”. Lembrem-se sempre daquilo que não se vê no primeiro momento...
Posted by Rodrigo Constantino
Fonte:http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/
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