Fórum Socioambiental de Aldeia
Nossa Mata Atlântica e a FIAT em Pernambuco.
O achado histórico, reproduzido abaixo, é impactante e bastante revelador de nossa perpetuada relação Colonizado x Colonizador:
“A destruição da Mata Atlântica brasileira e de sua vida silvestre começou no início do século 16 (Dean, 1995; Coimbra-Filho & Câmara, 1996), e a gravidade dessa destruição alarmou até mesmo a rainha de Portugal à época, que ordenou, em 1797, ao governador da Capitania da Paraíba, que tomasse as medidas necessárias para cessar a destruição das florestas de sua colônia (Jorge Pá dua & Coimbra-Filho,1979).”
Mas o que tem essa revelação histórica a ver com a FIAT hoje no século XXI em Pernambuco?
Passados 216 anos, nos depararmos com a notícia abaixo, “aparentemente” dissociada desse relato histórico. Mas, atentemos, será que, de alguma forma, podemos enxergar algum tipo de, digamos, “espelhamento”? Ou alguma ironia do destino?
Vejamos a notícia:
Fiat cobra Arco Viário
(Publicada no portal jconline.ne10 no dia 26 de fevereiro de 2013)
“‘O Arco não pode demorar. Tem que acontecer’”, disse, na ocasião, o presidente da Fiat no Brasil, Cledorvino Bellini”.
Vejamos, então, à luz dos fatos: a bem da verdade, a Fiat (empresa europeia, italiana de origem) tem todo direito de exigir do governo a construção do Arco Viário porque, ao que tudo indica, com isso está cobrando o cumprimento de um acordo. Acordo é acordo.
A Fiat, entretanto, não tem razão de cobrar a destruição de nosso último e maior fragmento de Mata Atlântica restante em pé, nosso tiquinho de mata, mata cuja destruição já causava assombro nos idos do século XVIII ! Hoje, pelo que representa, nos causa pânico!
É quase certo que a Fiat sequer imagine a dimensão do que a sua cobrança “enfática” signifique, ou melhor, do que dela resultará. Mas “precisa saber” (se não sabe) que sua imagem está se associando a um crime ambiental de grandes proporções.
“A Mata Atlântica, considerada patrimônio nacional pela Constituição Federal, estendia-se, originalmente, por cerca de 1.300.000 km2 do território brasileiro. Hoje, os remanescentes primários e em estágio médio/avançado de regeneração estão reduzidos a apenas 7,84% da cobertura florestal original, o que compreende aproximadamente 100.000 km2. Isso faz com que o Bioma Mata Atlântica seja considerado o segundo mais ameaçado de extinção do mundo. Destes 100.000 km2, apenas 21.000 km2 (equivalentes a aproximadamente 2% da área original), estão protegidos em Unidades de Conservação de Proteção Integral.” (Extraído de Caderno nº 33 da série Políticas Públicas – Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006)).
O crime ambiental anunciado ao qual a FIAT está associada:
Na APA Aldeia-Beberibe, criada para proteger o que mais significativo nos sobrou da Mata Atlântica, por onde passará o Arco da Fiat, nada mais que três unidades de conservação de proteção integral serão atingidas. E duas delas dificilmente subsistirão se persistir o nonsense – ou seja, o Arco da Fiat – o que condenará à extinção parte dos 2% restantes da área original de nossa mata atlântica! É uma conclusão aritmética! E nós (o planeta) não merecemos.
Sr. Cledorvino Bellini, nada disso se faz necessário, pois há várias alternativas locacionais para construção do Arco.
Vamos aqui nos restringir a apontar uma alternativa locacional concreta, pois ela consta no EIA/Rima elaborado por um consórcio de empresas cujo o principal empreendedor é a Odebrecht Transportes (estudo de impacto ambiental contratado pelo Governo do Estado de Pernambuco). O EIA/Rima da Odebrecht resultou indeferido pela CPRH porque teimava em defender a destruição desse mesmo fragmento de mata que volta a ser ameaçado.
A alternativa locacional concreta, a qual nos referimos, sai do mesmíssimo ponto na BR 101, duplica a PE 41, passa pelos arredores do município de Araçoiaba e vai ao encontro da mesma BR 408. Esse trajeto, segundo estudos da Odebrecht, aumentaria o percurso em 10,9 minutos! Esse será o prejuízo para a Fiat: o aumento de 10,9 minutos no trajeto de seus transportados.
Sr. Cledorvino Bellini será que o custo resultante do atraso de 10,9 minutos justifique a destruição de nossa Mata? Acreditamos que sua resposta a essa questão é obviamente “não”!
Por assim acreditarmos estamos lhe fazendo um apelo por sua intervenção ao nosso governador. Acreditamos que não seja interessante a FIAT se associar a tamanho desatino. Queremos acreditar na promessa de seu marketing , ou seja, na Fiat Ecológica (terminologia extraída no site da empresa).
FÓRUM SOCIOAMBIENTAL DE ALDEIA
Sociedade civil que congrega diversas entidades ambientais da região de Aldeia
O achado histórico, reproduzido abaixo, é impactante e bastante revelador de nossa perpetuada relação Colonizado x Colonizador:
“A destruição da Mata Atlântica brasileira e de sua vida silvestre começou no início do século 16 (Dean, 1995; Coimbra-Filho & Câmara, 1996), e a gravidade dessa destruição alarmou até mesmo a rainha de Portugal à época, que ordenou, em 1797, ao governador da Capitania da Paraíba, que tomasse as medidas necessárias para cessar a destruição das florestas de sua colônia (Jorge Pá dua & Coimbra-Filho,1979).”
Mas o que tem essa revelação histórica a ver com a FIAT hoje no século XXI em Pernambuco?
Passados 216 anos, nos depararmos com a notícia abaixo, “aparentemente” dissociada desse relato histórico. Mas, atentemos, será que, de alguma forma, podemos enxergar algum tipo de, digamos, “espelhamento”? Ou alguma ironia do destino?
Vejamos a notícia:
Fiat cobra Arco Viário
(Publicada no portal jconline.ne10 no dia 26 de fevereiro de 2013)
“‘O Arco não pode demorar. Tem que acontecer’”, disse, na ocasião, o presidente da Fiat no Brasil, Cledorvino Bellini”.
Vejamos, então, à luz dos fatos: a bem da verdade, a Fiat (empresa europeia, italiana de origem) tem todo direito de exigir do governo a construção do Arco Viário porque, ao que tudo indica, com isso está cobrando o cumprimento de um acordo. Acordo é acordo.
A Fiat, entretanto, não tem razão de cobrar a destruição de nosso último e maior fragmento de Mata Atlântica restante em pé, nosso tiquinho de mata, mata cuja destruição já causava assombro nos idos do século XVIII ! Hoje, pelo que representa, nos causa pânico!
É quase certo que a Fiat sequer imagine a dimensão do que a sua cobrança “enfática” signifique, ou melhor, do que dela resultará. Mas “precisa saber” (se não sabe) que sua imagem está se associando a um crime ambiental de grandes proporções.
“A Mata Atlântica, considerada patrimônio nacional pela Constituição Federal, estendia-se, originalmente, por cerca de 1.300.000 km2 do território brasileiro. Hoje, os remanescentes primários e em estágio médio/avançado de regeneração estão reduzidos a apenas 7,84% da cobertura florestal original, o que compreende aproximadamente 100.000 km2. Isso faz com que o Bioma Mata Atlântica seja considerado o segundo mais ameaçado de extinção do mundo. Destes 100.000 km2, apenas 21.000 km2 (equivalentes a aproximadamente 2% da área original), estão protegidos em Unidades de Conservação de Proteção Integral.” (Extraído de Caderno nº 33 da série Políticas Públicas – Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006)).
O crime ambiental anunciado ao qual a FIAT está associada:
Na APA Aldeia-Beberibe, criada para proteger o que mais significativo nos sobrou da Mata Atlântica, por onde passará o Arco da Fiat, nada mais que três unidades de conservação de proteção integral serão atingidas. E duas delas dificilmente subsistirão se persistir o nonsense – ou seja, o Arco da Fiat – o que condenará à extinção parte dos 2% restantes da área original de nossa mata atlântica! É uma conclusão aritmética! E nós (o planeta) não merecemos.
Sr. Cledorvino Bellini, nada disso se faz necessário, pois há várias alternativas locacionais para construção do Arco.
Vamos aqui nos restringir a apontar uma alternativa locacional concreta, pois ela consta no EIA/Rima elaborado por um consórcio de empresas cujo o principal empreendedor é a Odebrecht Transportes (estudo de impacto ambiental contratado pelo Governo do Estado de Pernambuco). O EIA/Rima da Odebrecht resultou indeferido pela CPRH porque teimava em defender a destruição desse mesmo fragmento de mata que volta a ser ameaçado.
A alternativa locacional concreta, a qual nos referimos, sai do mesmíssimo ponto na BR 101, duplica a PE 41, passa pelos arredores do município de Araçoiaba e vai ao encontro da mesma BR 408. Esse trajeto, segundo estudos da Odebrecht, aumentaria o percurso em 10,9 minutos! Esse será o prejuízo para a Fiat: o aumento de 10,9 minutos no trajeto de seus transportados.
Sr. Cledorvino Bellini será que o custo resultante do atraso de 10,9 minutos justifique a destruição de nossa Mata? Acreditamos que sua resposta a essa questão é obviamente “não”!
Por assim acreditarmos estamos lhe fazendo um apelo por sua intervenção ao nosso governador. Acreditamos que não seja interessante a FIAT se associar a tamanho desatino. Queremos acreditar na promessa de seu marketing , ou seja, na Fiat Ecológica (terminologia extraída no site da empresa).
FÓRUM SOCIOAMBIENTAL DE ALDEIA
Sociedade civil que congrega diversas entidades ambientais da região de Aldeia
Fonte:https://www.facebook.com
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