Morte de Hugo Chávez não fede nem cheira para os demais governos populistas da América Latina
O sistema capimunista na Venezuela, batizado ideologicamente de “socialismo bolivariano”, dificilmente será enterrado após o sepultamento do coronel Hugo Chávez - cuja morte foi finalmente confirmada ontem, mas já era especulada desde o fim do ano passado. Dificilmente haverá mudanças, em curto prazo, no modelo econômico populista - baseado em demagogias promovidas com fortes gastos do governo, aproveitando o dinheiro farto do petróleo.
Não há motivos para comemorar a morte de ninguém – muito menos a do militar-militante Hugo Chávez. Até porque o mito bolivariano tem tudo para ficar ainda mais vivo na conjuntura política post mortem. Certamente haverá disputas internas de poder no seio do “chavismo” – tecnicamente um regime gerenciado de forma centralizada e autoritária, baseado em muita propaganda ideológica mentirosa, mas com o respaldo do voto popular - doado facilmente pelos pobres da periferia beneficiados diretamente pelos programas de compensação de renda oficiais.
Ao contrário do que alguns analistas internacionais equivocadamente afirmam, a morte de Chávez não representa um duro golpe para os demais governos populistas do continente, que operam segundo a ótica do Foro de São Paulo (entidade que regula a estratégia esquerdista na América Latina), para consolidar o modelo capimunista: governos centralizadores, com verniz ideológico de “socialismo-comunismo”, que aparelham a máquina do Estado para beneficiar seus líderes políticos e familiares, tornando-os sócios ocultos de grandes empreendimentos privados promovidos com dinheiro público direcionado de forma aparentemente legal ou pela descarada via da corrupção.
Na Venezuela, a previsão mais concreta é uma briga de poder entre os herdeiros chavistas. A quebra do Estado de Direito já acontece por lá, com Nicolas Maduro assumindo o poder, ao arrepio da Constituição, para promover uma eleição dentro de um mês. Maduro é o favorito para o pleito. Até porque, desde dezembro, já está armado, no mínimo, um esquema para uma fraude eleitoral. Dificilmente o oposicionista Henrique Capriles pode se dar bem. Perderá de novo, legitimando os vitoriosos previamente programados.
A morte de Chávez afeta o Brasil em nada. Soam como inúteis os votos de pesar de Lula, Dilma, Dirceu, Marco Aurélio Garcia et caterva. Chávez bem lhes servia de bom exemplo. O caudilho venezuelano tinha um estilo claramente ofensivo na tomada e consolidação do poder. Suas viúvas brasileiras são mais dóceis, covardes e incompetentes. Chávez partia para o embate e conquistava o que queria – como bom militar. Já os militantes tupiniquins – para sorte nossa – preferem o delicado modelo gramscista, para tomada gradual do poder, via aparelhamento do Estado e muita propaganda ideológica, com apoio dos intelectualóides orgânicos e seus discursos nacionaissocialistas construídos com doses de bom whisky 18 anos... Como Chávez era uma sombra indesejável para os esquerdistas idiotas daqui, a morte dele, na realidade, representa um alívio...
Cuba é quem pode sofrer grande prejuízo com a morte de Chávez – caso ocorra alguma improvável mudança de poder na Venezuela, nas eleições que serão marcadas para daqui a 30 dias. Os irmãos Castro – Fidel e Raúl – já não têm mais saúde para comandar o comunismo na Ilha das ilusões perdidas. O capimunismo de Chávez fazia com que a PDVSA subsidiasse Cuba com o envio de US$ 5 bilhões anuais em Petróleo. Se tal ajuda cessar, o regime cubano ficará mais agonizante que o paciente Chávez no tratamento feito lá contra o câncer.
Chávez morreu prematuramente – na avaliação de especialistas em oncologia. Sua vida foi encurtada pela crença no milagre comunista. Em vez de ter se tratado nos melhores hospitais de São Paulo, onde a alta tecnologia e a vivência médica de verdade poderiam lhe prolongar a existência, preferiu confiar na enganadora lenda sobre a medicina cubana. Durou menos do que poderia ter durado. Aliás, é impressionante como Chávez foi abduzido pelo “comuno-socialismo” – uma doença mental ideológica degenerativa do caráter, da honestidade e do bom senso.
No começo, Chávez era um coronel do Exército, claramente patriota, que não se conformava com as injustiças e desigualdades na Venezuela – que não usava os petrodólares para um real desenvolvimento. Tentou dar golpes, acabou preso, deu a volta por cima e, nas urnas, conseguiu chegar à Presidência da Venezuela 14 anos atrás. Ao assumir o poder em 1999, o coronel Chávez sofreu uma metamorfose. O caudilho abandonou seus valores militares, anti-comunistas, e foi seduzido – sabe-se lá como – pela ideologia socialista.
Depois que Chávez entrou para o time do Foro de São Paulo, tornou-se um dos maiores aliados de Fidel Castro e virou o maior propagandista do socialismo na América Latina – gerando inveja em Lula da Silva – sempre tido como um “socialista envergonhado”, nunca convicto. Mas o sarcoma comunista acabou fatal para Chávez. Agora, de forma idiota, seu herdeiro Nicolas, que de maduro só tem o sobrenome, tenta vender até a conspiratória tese de que o câncer de Chávez foi engendrado pelos seus inimigos norte-americanos. Ontem, na bravata, até expulsou o adido militar dos EUA.
Chávez já foi desta para uma melhor. Mas demagogos, corruptos e pretensos socialistas como Cristina Kirchner, Evo Moralles, Rafael Correa e outros idiotas muito bem votados pelas massas ignorantes continuam no poder. No Brasil, se a economia não desandar, Dilma Rousseff se reelege em 2014 – no pleito em que Lula da Silva ainda pode sair consagrado das urnas como Senador pelo Estado de São Paulo. Aécio Neves não representa ameaça concreta ao esquema PT-PMDB. O netinho de Tancredo Neves perdeu seu timming e não é ofensivamente convincente para se vender como alternativa ao atual governo, apesar do apoio que tem da Oligarquia Financeira Transnacional. Eduardo Campos e Marina Silva na disputa apenas atrapalham e tiram uns votinhos à esquerda.
Ou seja, Chávez morreu. Será enterrado de maneira mítica e cultuado como um semideus. Mas o inferno capimunista continuará dirigindo os destinos da América Latina. O capimunismo parece eterno. O sistema híbrido, combinando a promessa socialista no discurso de progresso para todos e o emprego do Estado intervencionista para controlar e beneficiar uma minoria de aliados econômicos locais e transnacionais, parece perfeito para uma América Latina sem oposição com massa crítica e projeto claro, realmente democrático e defensor da livre iniciativa, para ocupar o poder.
Derrotado pelo câncer, Chávez foi-se. Mas a foice e o martelo – sarcomas do cínico capimunismo em metástase - continuam em alta na cotação das massas ignorantes e cada vez mais imbecilizadas que elegem os representantes dos Governos do Crime Organizado para comandar os diferentes países.
O capimunismo é uma realidade sem volta – pelo menos no curto prazo. O Tio Sam torce o nariz para o sistema. Mas os EUA (cuja soberania sofre constante ataque da Oligarquia Financeira Transnacional) não têm mais a mesma capacidade interventora do passado, para influir nos rumos políticos da América Latina.
Fonte:www.alertatotal.net
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