d. Raymundo Damasceno Assis,
presidente da CNBB.
Questão é 'inegociável', diz CNBB a Dilma
17 de fevereiro de 2012 | 3h 05
VANNILDO MENDES / BRASÍLIA - O Estado de
S.Paulo
Em carta que será enviada à presidente Dilma Rousseff, a Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) critica a posição da nova ministra da Secretaria de
Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, que, no passado, defendera
publicamente a descriminalização do aborto.
"Essa é uma questão inegociável", disse d. Raymundo Damasceno Assis,
presidente da entidade. "A igreja defende sempre a vida, desde o começo até o
seu termo natural", acrescentou d. Raymundo.
Em entrevista após o encerramento da reunião mensal do Conselho Episcopal
Pastoral (Consep), ele informou que não divulgará o teor da carta antes que
Dilma a leia, mas disse que a posição da igreja é clara. Segundo ele, a igreja
se preocupa com a maternidade precoce e a gravidez indesejável e, por isso,
defende políticas públicas para mulheres em situação vulnerável. "Mas qualquer
debate sobre os direitos da mulher não pode excluir os direitos do nascituro",
acrescentou o religioso.
A CNBB, segundo d. Raymundo, não interfere no direito de a presidente
escolher seus auxiliares e espera receber a nova ministra para um debate sobre o
tema em suas instalações.
"A presidente é livre para escolher seus ministros, mas é estranho que, logo
no início dos trabalhos, ela tenha abordado um tema tão discutível", disse d.
Raymundo. "Há outras questões mais relevantes que precisam ser tratadas pelo
governo." Eleonora está em viagem oficial a Genebra e sua assessoria não quis
comentar as críticas.
Para o secretário-geral da entidade, d. Leonardo Steiner, a declaração da
ministra a favor do aborto "incomodou muita gente, não só à CNBB". "Ela fez um
posicionamento pessoal e depois disse que isso não era a posição do
governo."
FONTE: Estadão-SP
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