- O MENSALÃO, A MENTIRA IDEOLÓGICA E A VERGONHA DO
EXÉRCITO
Jarbas
Passarinho – Coronel
reformado, foi governador, senador e ministro de Estado
Por Jarbas
Passarinho - Correio Braziliense - 27/12/11
O mensalão
chega ao limite dos prazos judiciais para a sua apuração às vésperas de
consumar a absolvição coletiva dos denunciados, por efeito da prescrição
voluntária. Os quatro anos decorridos, entre hoje e a denúncia da “organização
criminosa”, assim denominada pelo honrado procurador-geral da República,
Antônio Souza, ao Supremo Tribunal Federal, em agosto de 2007, foram fruto de
manobras protelatórias dos advogados e da tardança tradicional da Justiça. Já
causaram a prescrição do crime de formação de quadrilha que pesa sobre José
Dirceu, “chefe da quadrilha dos 40”, assim qualificado na denúncia. Daí a
preocupação com a possível prescrição total em 2012, ano final para o voto do
relator, Joaquim Barbosa.
O processo
avança a passo de cágado, agora sob a ameaça da declaração pública,
intempestiva, do voto anunciado pelo ministro Ricardo Lewandowski, revisor do
processo, a quem cabe falar imediatamente e obrigatoriamente após receber o
relatório, para opinar. Dizendo-se compelido a ler e opinar sobre mais de 2 mil
páginas do processo, de que já recebera cópia e acaba de receber o original das
mãos do ministro Barbosa, alega só poder fazê-lo em 2013.
Nessa data,
estaremos há um ano de cumpridos todos os prazos para o voto final do ministro
Joaquim Barbosa. Então dois ministros de conhecida inclinação para votar contra
os mensaleiros terão deixado o STF por terem mais de 70 anos, obrigando-os à
aposentadoria compulsória. Informa a revista Veja — edição de 21 de dezembro de
2011 — que “o voto anunciado do ministro Lewandowski criou um enorme mal-estar
entre os colegas do Supremo Tribunal Federal”, pois tornaria o processo
totalmente perempto.
Certamente
não esperava que o relator, mediante grande esforço físico e mental, iria
remeter-lhe o processo pronto para a revisão, como já o fez. Antecipou sua
disposição de, recebido de volta o relatório com o parecer do revisor, estará
pronto para apresentar seu voto final habilitando o STF a iniciar o julgamento
em abril. No relatório, antecipa voto, condenando desde logo José Dirceu, José
Genoino, Delúbio Soares, líderes do PT e Marcos Valério, organizadores “do
mecanismo que possibilitou ao governo de Lula desviar milhões de reais dos
cofres públicos para financiar campanhas políticas e subornar deputados”.
O desafio do
maior escândalo ocorrido logo no segundo ano do primeiro mandato de Lula abateu
muito o então presidente. Sua popularidade desabou de 80% para 20%. Dizendo-se
traído, foi acreditado. Cumpriu o conselho do seu ministro da Justiça,
criminalista famoso, e passou a dizer que se tratava de “inocente caixa dois”.
Desde então, os mensaleiros viraram vítimas de uma farsa.
A
leniência de ontem é trocada hoje pelo combate aos acusados de má conduta, exceção
para o companheiro de guerrilha. O atual ministro de Estado Fernando Pimentel é
o caso. Companheira de crença ideológica que perfilhou quando, ainda estudante,
a hoje presidente deixou-se empolgar pela paixão revolucionária que dominou o
século 20. No discurso de posse na Presidência da República declarou que não se
arrependia e tinha orgulho desse passado.
Já
o ministro Pimentel, não. Em resposta aos que o atacam da prática de suspeita
relação financeira com a Federação das Indústrias de Minas Gerais, quando
deixou a Prefeitura de Belo Horizonte, sempre foi democrata toda a sua vida e
pela defesa da democracia lutara contra a “ditadura militar”. Não é verdade. Desde sua filiação à
facção marxista Colina, de estudantes de Minas Gerais, usando codinome, foi
colega da jovem que hoje é presidente da República e do destacado líder Daniel
Aarão Reis, mais tarde preso e exilado. Pois é Daniel quem o desmente por
escrito para os jornais. Afirma que nenhum documento da guerrilha fala em luta
pela democracia. Confirma-o também para a mídia Fernando Gabeira, enquanto José
Dirceu acrescenta que a versão falsa foi um artifício usado a partir da luta
pela anistia, por ser mais aceitável para com a opinião pública.
Quando eclodiu a série de desonestidades no Dnit do Ministério dos
Transportes, o noticiário da mídia foi profuso em relação às fraudes em vários
dos convênios para transposição de águas do Rio São Francisco para a região do
semiárido do Nordeste.
Obra de vulto faraônico do PAC, está praticamente paralisada por falta de verba
para prosseguir os trabalhos. Aproveitando-se disso, houve quem se utilizasse
da ausência da fiscalização permanente e desviasse máquinas do patrimônio da
União para uso próprio ou para projetos do mesmo programa em curso, não importa.
Havia, entre
os convênios, alguns a cargo do Exército. Fiquei confiante como sempre na
tradicional reputação respeitável colhida pela Engenharia Militar de
Construção. Os civis responsáveis pelos desvios foram demitidos. A honestidade,
nunca antes manchada e por isso dela colhida em obras civis associadas,
horrorizou-me vê-la pela primeira vez moralmente ofendida. Temos orgulho desde
a existência do Exército, de centenas de anos, de conduta inatacável. Antes da
eclosão pública e política das fraudes, o Exército já havia aberto inquérito
que certamente trará consequências cuja gravidade é incompatível com
generosidade para com quem enlameou a honra da instituição.
REPASSAR UM ARTIGO DO SENADOR PASSARINHO É HONRA E DIGNIFICA
O GRUPO GUARARAPES.
LEIAM! O SENADOR PERTENCE A UMA RAÇA EM EXTINÇÃO NO PAÍS.
NÃO É BRANCA, PRETA, OU AMARELA
É A RAÇA DA VERGONHA NA CARA.
GRUPO GUARARAPES
DOC. 7
-2012
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