São Paulo (SP) - Na última 5a. feira (16/02)
terminou o aparatoso julgamento, pelo tribunal popular, de Lindemberg
Alves, o frio e calculista criminoso do ABC, que, em 17.10.2008, após
mantê-la em cativeiro durante cinco dias, tirou a vida da sua
ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, fora outros delitos então e antes
cometidos. O assassino foi condenado a 98 (noventa e oito) anos de
prisão, dos quais, espera-se, deverá cumprir 26 (vinte e seis), sem
nenhum benefício.
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Alguém se deu ao trabalho de calcular quanto custou ao Estado somente
esse julgamento, com idas e vindas do réu, em comboio, da penitenciária
para o tribunal, manutenção de espaço para uma platéia
de aproximadamente 200 (duzentas) pessoas, salários da juíza, da
promotoria pública e dos auxiliares de justiça, diárias e estadas dos
jurados, salários dos policiais militares encarregados da segurança nas
dependências judiciais internas e externas ?
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O réu foi apresentado por sua defesa como um "bom menino" e assim
procurou comportar-se durante o julgamento, quando, hipocritamente,
pediu perdão à família da vítima. Na sua versão, justificou o bárbaro
crime como um ato de "desespero", por sentir-se "pressionado" pela mídia
e pela Polícia Militar, que, em última análise, seriam as
grandes responsáveis pelo fatal desfecho do caso !
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Querem saber ? Concordo com Lindemberg, mas, não nos seus termos. A
mídia errou, sim, em dar ampla cobertura ao evento criminoso,
principalmente através da televisão, o que manteve Lindenberg
permanentemente atualizado de todas as providências que vinham sendo
adotadas pelas autoridades policiais. Em outras palavras: Lindemberg
jamais seria surpreendido, como não foi, pela ação policial. Teve
informações e tempo suficientes para pensar em tudo, inclusive para dar
entrevistas ao vivo !
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Errou, sim, a Polícia Militar, ao permitir tanta participação da
mídia. Deveria isolar a área, mantendo a imprensa e os curiosos bem
distantes da cena do crime, impedindo qualquer comunicação externa com o
réu. E deveria, conforme comentou uma ilustre e conhecida Promotora
Pública, depois de 72 (setenta e duas) hora de cativeiro, ter usado um
atirador de elite e colocado um ponto final na carreira de Lindemberg.
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Como de costume, haveria gritaria de parte da imprensa, porém, nestas
alturas, Eloá estaria viva, o assunto esquecido e os elevados custos do
criminoso para o Estado melhor empregados em obras sociais. Nos EUA,
que, no caso, podem servir de exemplo, basta o delinqüente ameaçar
sacar a arma para ser fuzilado, no ato, pela polícia. Que dirá, então,
dando tiros a esmo pela janela, como fez Lindemberg ?
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Li vários artigos sobre o carnaval e estranhei o fato de em nenhum
ter sido abordado o relacionamento das escolas de samba do Rio de
Janeiro com o jogo de bicho. Em recente operação da Polícia Federal, que
prendeu os chefões daquela atividade ilícita, noticiou-se que todos,
sem exceção, presidiam uma escola de samba, ou a alguma delas estavam
vinculados.
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O que isto pode significar ? A primeira conclusão é
inevitável: parte dos lucros obtidos na exploração do jogo de bicho
seria investida nas escolas de samba. Muita coincidência que todos os
chefões tenham preferência pela mesma atividade paralela. Mais
coincidência ainda as escolas de samba elegerem os mesmos protagonistas
para o cargo de comando.
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Como as escolas de samba requerem mais verba, para seus monumentais e
luxuosos desfiles, além dos "subsídios" oferecidos por seus
"patronos", o Estado entra com o restante, donde acaba resultando, pelo
menos durante o carnaval, uma estranha simbiose, ou uma momentânea
pausa, entre perseguidores e perseguidos.
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No meu tempo o carnaval era conhecido por "tríduo momesco", porque os
festejos propriamente ditos aconteciam apenas no sábado, no domingo e
na 3ª. feira, enquanto na 2ª. feira trabalhava-se normalmente. Depois o
carnaval passou a ser uma "quadra momesca" e a sua tendência, como já
vem ocorrendo, é a de prolongar-se por uma semana. Uma coisa é certa: o
carnaval não pode terminar, caso contrário, o encerramento de outra
época do ano terá de ser escolhido para o país "começar a funcionar".
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