Terça, 21
de Fevereiro de 2012. Fortaleza, Ceará, Brasil.
Carlos Chagas |
• A partir de hoje, é só Carnaval.
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Importa menos saber se somos um País de doidos, de imprevidentes, de
malandros ou de sonhadores, porque a verdade é essa: planos, projetos e
propostas se interrompem por conta folia, onde mergulha a maior parte da
população, submetendo-se os demais à pressão dos fatos..
Como tudo é fantasia, vale imaginar as próprias, ou seja, as fantasias,
capazes de ser usadas aqui em Brasília.
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Abriria o desfile a Ala das Ministras Abandonadas, com Gleise Hoffmann, da Casa Civil, à frente, como Branca de Neve. Com todo o respeito, Ideli Salvatti, da Coordenação Política, apareceria como a Bruxa Malvada, perseguida pelos Caçadores, no caso Henrique Eduardo Alves e Waldemar da Costa Netto.
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Graça Foster, recém-empossada na presidência da Petrobras, seria Chapeuzinho Vermelho, fugindo do Lobão Mau, o ministro das Minas e Energia.
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Abriria o desfile a Ala das Ministras Abandonadas, com Gleise Hoffmann, da Casa Civil, à frente, como Branca de Neve. Com todo o respeito, Ideli Salvatti, da Coordenação Política, apareceria como a Bruxa Malvada, perseguida pelos Caçadores, no caso Henrique Eduardo Alves e Waldemar da Costa Netto.
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Graça Foster, recém-empossada na presidência da Petrobras, seria Chapeuzinho Vermelho, fugindo do Lobão Mau, o ministro das Minas e Energia.
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Ana de Holanda, da Cultura, voltada para o passado, meio sem futuro,
desfilaria de Semana da Arte Moderna, agora comemorando 90 anos. Teresa
Campello, do Desenvolvimento Social, e Mirian Belchior, do Planejamento, fariam
a dupla do Gato na Tuba, miando mais do que soprando. Isabela Teixeira, do Meio
Ambiente, passaria como Beduína no Deserto do Saara.
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Agastada com a recusa de sua pretensão de ser a porta-bandeira da Escola de
Samba Desunidos do Congresso, Martha Suplicy pediria ingresso no bloco
palaciano, apresentando-se como a Bela Adormecida.
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Erenice Guerra, como Nora Ney, entoando “Ninguém Me Ama, Ninguém Me Quer”.
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Muitos ministros seguiriam como Cavaleiros de Granada, aqueles que alta
madrugada, brandindo lança e espada, saíram em louca cavalgada. Para quê? Para
nada.
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Na comissão de frente do Bloco do Ali Babá estarão os ex-ministros demitidos
por acusações de corrupção: Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi,
Pedro Novais. Orlando Silva, Carlos Lupi e Mário Negromonte – todos
distribuindo notas de dólar para as arquibancadas e levantando cartaz dirigido
ao restante do ministério, com os dizeres “Eu
Sou Você Amanhã”.
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Os ministros Fernando Pimentel, Fernando Bezerra e Guido Mantega viriam a
seguir na Ala dos Blindados, usando armaduras medievais.
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Logo atrás, de presidiários, arrastando bolas de ferro presas nas canelas,
os 38 mensaleiros cantando “Está
Chegando a Hora”.
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Em evoluções surpreendentes, entrariam e sairiam de um carro-gaiola, com
destaque para Marcos Valério e Delúbio Soares, impedidos de descer por conta de
passistas do Ministério Público e da Polícia Federal.
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Apesar de onze e não quatro, os ministros do Supremo Tribunal Federal vão
aparecer como os “Cavaleiros do
Apocalipse” mas o destaque será a ministra-corregedora do CNJ, Eliana
Calmon, chicote em punho, fantasiada de Zorro.
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A multidão entrará em delírio quando entrar a Escola de Samba Dependentes do
Bigode, com o próprio em carro aberto, vestido de general McArthur segurando a
faixa “Eu Voltarei”.
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Liderando a bateria, Renan Calheiros, autor do samba-enredo “Não é Preciso Morrer Para Estar no Céu”.
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Cuícas, surdos e tamborins em atividade, os senadores desfilariam com
camisolões e asas de anjo, exceção de
pequeno grupo vestido de diabinhos, entre eles Pedro Simon, Roberto
Requião, Jarbas Vasconcelos, Demóstenes Torres e Álvaro Dias.
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Sensação causará o Bloco da Compensação, com deputados do PT, PMDB, PP e
penduricalhos trajando mortalhas e farrapos, cantando a altos brados “Mamãe Eu Quero Mamar”.
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Marco Maia, em vez de porta-bandeira, será o porta-mamadeira.
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A madrugada estará alta quando a Escola de Samba dos Tucanos Perdidos fizer
sua aparição. Fernando Henrique, num trono carregado por Mendonça de Barros,
Pedro Malan, Nelson Jobim e outros, usará cetro, coroa e manto vermelho.
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O singular é que logo depois se verá Geraldo Alckmin, na mesma situação,
sustentado por Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli, só
que o governador virá vestido como Papa, distribuindo bênçãos em profusão.
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Segue-se a Ala dos Indecisos, com José Serra usando o uniforme do Dr.
Silvana, Inimigo da Humanidade, e Aécio Neves, de Harry Potter.
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O PT, em coro, cantará “Zum, Zum,
Zum, Está Faltando Um”, por ter sido o Rei Momo impedido de comparecer,
neste Carnaval.
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Uma peculiaridade: os companheiros se apresentarão sem os tradicionais
macacões de operário, mas, dessa vez, de fraque e cartola, desfilando de costas
para as arquibancadas.
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Encerrando a apoteose, numa carruagem puxada por dúzias de guerrilheiros
fardados e armados, será a vez DELA.
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Há controvérsias, mas a fantasia parece da Princesa Isabel. Ou de Catarina,
a Grande?
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Fonte: Jornal O Estado
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