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segunda-feira, 16 de julho de 2012

O PT FOI VERDADE QUE TORNOU-SE MENTIRA

Lula, o Bóson de Higgs do PT




 
Admita-se que há três problemas sobre a mesa: a estagnação do PIB, a CPI do Cachoeira e a expansão das greves do funcionalismo. O PT não tem nada a dizer a respeito de nenhum deles. Não se sabe sequer de que lado está. Ao tempo do vice José Alencar, havia petistas defendendo a queda dos juros, mas eles já caíram. Na CPI, os petistas estão dos dois lados do guichê, ora cobrando, ora silenciando. Diante da greve dos professores, durante 53 dias, não conseguiram sequer oferecer mediações. Só acordaram na terça-feira, quando Lula entrou no circuito. Três dias depois, pelo menos tinham o que propor.
 
Simbolicamente, na famosa cena do encontro de Lula com Maluf, havia dois outros personagens. Um, Ruy Falcão, presidente do partido. O outro era o vereador Wadih Mutran, do PP. Os repórteres Diógenes Campanha e Paulo Gama mostraram que, desde 2008, seu patrimônio dobrou, chegando a R$ 3,8 milhões. Como? Três bilhetes de loteria premiados. (Ele guarda R$ 1,4 milhão em dinheiro vivo.) A ambiguidade do PT em relação aos dinheirinhos fáceis é antiga. Sua exaustão intelectual aconteceu há anos, quando se transformou em um apêndice do lulismo, sem que se saiba o que isso significa. Produziu-se uma federação de comissariados, sem plataformas ou propostas, acumulando interesses.
 
Assim como sucedeu ao PMDB, o PT virou um aglomerado sem massa. Não existe sem o seu Bóson de Higgs. Ele se chama Lula.
 
O teste dessa partícula agregadora ocorrerá na eleição de São Paulo. Se Fernando Haddad vencer, mais uma vez o Bóson de Lula terá arrastado as fichas. Se perder, a derrota será só dele.
 
No dia em que o Banco Central apontou uma estagnação do PIB, a doutora Dilma disse que “uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto. É a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o seu presente, o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes”.
 
Quis a sorte que houvesse uma baiana na plateia para decifrar a fala: “Isso, na minha terra, se chama ‘enrolation’, ‘embromation’.” Nessa arte, Lula é mestre, Dilma é uma constrangida aprendiz.
? e e ? ?? to Econômico (OCDE) divulgado em 2010.
 
E, no entanto, ainda ocupa a 53ª posição entre 65 países. Os países que fazem parte da OCDE, os mais avançados do mundo, aplicam cerca de 7% do PIB em pesquisa e desenvolvimento.
 
O Brasil não passa de 1%, sendo suplantado largamente por Coreia do Sul e China, países que estavam atrás de nós nesse setor nos anos 1980. Em 1960, a Coreia já tinha escolaridade média superior à do Brasil em 1,4 ano de estudo, e essa diferença só fez aumentar de lá para cá, estando atualmente em mais de seis anos.
 
Depois de aparentemente desistir da possibilidade de crescer acima de 3% ainda este ano, a presidente Dilma Rousseff tenta encarnar a personalidade de seu tutor, repetindo como Lula que “nunca antes neste país” fez tanto pela distribuição de renda.
 
E repete até mesmo as gafes do antecessor, ao comemorar o desastre econômico europeu para fazer um contraponto ao modelo brasileiro.
 
Segundo ela, o Brasil usa uma fórmula mais eficiente: fomentar o desenvolvimento “distribuindo o bônus para o povo. Hoje eles (os espanhóis) estão cortando o 13° salário, 30% do salário dos vereadores e aumentando os impostos e (mesmo assim) o país vai de mal a pior” — disse a presidente.
 
Fez lembrar o ex-presidente Lula, que criou um embaraço diplomático ao dizer, para se vangloriar, que "é muito bom terminar o mandato e ver que os EUA continuam em crise", em contraste com o Brasil, que crescera naquele ano 7,5%.
 
Deu no que deu. Este ano, é possível que os Estados Unidos em crise cresçam mais que nós.


Fonte:
http://www.ternuma.com.br

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