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sábado, 23 de junho de 2012

SERÁ CORPORATIVISMO? COMPLÔ?



Dados da Delta chegam incompletos e com atraso à CPI do Cachoeira


Sigilos fiscal e telefônico da empreiteira foram quebrados pela comissão.
Bancos e empresas de telecomunicações apontam dificuldades técnicas.

Priscilla Mendes e Renan Ramalho





Obra da construtora Delta (Foto: Reprodução /
Obra da construtora Delta (Foto: Reprodução / Globo News)

Globo News)
Os dados bancários e telefônicos resultantes da quebra de sigilos da construtora Delta, um dos alvos de investigação da CPI do Cachoeira, têm chegado incompletos e com atraso, segundo informe disponibilizado pela  própria comissão.
Consulta aos dados feita pelo G1 indica que, por dificuldades técnicas, ao menos três bancos pediram mais tempo para envio das transações em contas da empresa e três companhias telefônicas informaram de forma incompleta os registros de ligações em linhas da empreiteira.
A Delta entrou na mira da CPI após investigações da Polícia Federal apontarem que a empresa, que mantém diversos contratos com governos federal e estaduais, abasteceu empresas de fachada ligadas a Cachoeira. A suspeita é de que os recursos tenham sido usados para doações não declaradas a campanhas eleitorais e pagamentos de propina pelo grupo do bicheiro.

Para desvendar os negócios, a CPI quebrou, em 17 de maio, os sigilos fiscal, bancário e telefônico em contas regionais da Delta em quatro estados (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins) e no Distrito Federal; e depois, em 25 de maio, da Delta nacional, com sede no Rio de Janeiro.
A construtora tentou derrubar, no Supremo Tribunal Federal, a abertura dos dados da sede, mas teve o pedido negado pela ministra Rosa Weber, que determinou, em 4 de junho, o envio das informações em dez dias.

Bancos
Até a tarde desta sexta (22), segundo informe da própria CPI disponível na internet, dos dez bancos que informaram possuir contas da Delta, três não haviam enviado os dados, pedindo mais tempo.
O Banco de Brasília (BRB) pediu 90 dias para levantar as transações da Delta Nacional e da Delta no Distrito Federal. O banco apontou dificuldade em digitalizar documentos antigos, já que foram requisitadas informações dos últimos dez anos.

O Bradesco pediu mais 50 dias para fornecer os dados da Delta nacional "em razão do alto grau de complexidade da solicitação (identificação e análise da origem/destino dos recursos movimentados nas transações)", segundo justificou à CPI.  Além da prorrogação, pediu que fossem rastreadas apenas movimentações acima de R$ 10 mil.
O Santander também pediu mais 30 dias para fornecer as informações da Delta no Distrito Federal.
Para obter os dados, a CPI envia o pedido de quebra de sigilo ao Banco Central, que apenas transfere a demanda às instituições. A resposta à comissão é enviada diretamente pelos bancos.
Por meio da assessoria, o BC informou que "tem atuado junto aos bancos, caso a caso, para que esses dados sejam enviados da forma mais breve possível e completa possível".

Teles
Entre as empresas de telecomunicações, a Embratel enviou registros das ligações feitas em linha da Delta de Goiás nos últimos cinco anos, já que não tinha dados de 2002 a 2006.
A Claro pediu prazo extra de 60 dias para levantar os dados, já que possui 2.447 linhas celulares habilitadas em nome da Delta nacional, segundo informou à CPI.

Já a Nextel, cujos aparelhos eram usados por integrantes do próprio grupo de Cachoeira, enviou somente dados cadastrais e informou à CPI "que está empenhando esforços para que o processamento e envio dos históricos de chamadas ocorra no menor prazo possível".

Atraso para investigar
Ao G1, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), confirmou que os dados têm sido enviados de de forma "incompleta e inconsistente" e disse que está em contato com os bancos.

Deu como exemplo a Alberto & Pantoja, apontada pela PF como uma empresa de fachada de Cachoeira para lavar dinheiro.
Segundo Odair Cunha, dos R$ 59 milhões de saldo analisado em uma conta bancária da empresa, R$ 11 milhões não têm registros de destino ou origem.
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"A demora no envio das informações prejudica o trabalho da CPI na medida em que atrasa possíveis de quebras de novos sigilos. Porque essa quebra [de sigilo bancário da Delta] pode sugerir outras empresas participantes da organização criminosa", declarou Cunha.
Ele reconhece as dificuldades técnicas e não vê má-vontade das instituições. "Muitas vezes, a tecnologia não colabora", disse. Para tentar agilizar e detectar inconsistências, conseguiu auxílio de dois técnicos do Banco Central.
Outro integrante da CPI, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), concorda que as informações incompletas podem arrastar o trabalho. Ele lembrou que o pedido de convocação do dono da Delta, Fernando Cavendish, foi adiado pelo colegas sob a justificativa de que era necessário analisar antes os dados da empresa.
Por isso, disse ter convencido o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, a disponibilizar dois especialistas da Polícia Federal para ajudar a analisar os dados.
"Vamos recuperar muito tempo. A partir daí, a PF também poderá pedir para compartilhar novas provas que a CPI obtiver", afirmou.

Fonte:http://g1.globo.com


















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