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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

OS CUSTOS LINDEMBERG E CARNAVAL...

Publicado em 21/02/2012


São Paulo (SP) - Na última 5a. feira (16/02) terminou o aparatoso julgamento, pelo tribunal popular, de Lindemberg Alves, o frio e calculista criminoso do ABC, que, em 17.10.2008, após mantê-la em cativeiro durante cinco dias, tirou a vida da sua ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, fora outros delitos então e antes cometidos. O assassino foi condenado a 98 (noventa e oito) anos de prisão, dos quais, espera-se, deverá cumprir 26 (vinte e seis), sem nenhum benefício.
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Alguém se deu ao trabalho de calcular quanto custou ao Estado somente esse julgamento, com idas e vindas do réu, em comboio, da penitenciária para o tribunal, manutenção de espaço para uma platéia de aproximadamente 200 (duzentas) pessoas, salários da juíza, da promotoria pública e dos auxiliares de justiça, diárias e estadas dos jurados, salários dos policiais militares encarregados da segurança nas dependências judiciais internas e externas ?
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O réu foi apresentado por sua defesa como um "bom menino" e assim procurou comportar-se durante o julgamento, quando, hipocritamente, pediu perdão à família da vítima. Na sua versão, justificou o bárbaro crime como um ato de "desespero", por sentir-se "pressionado" pela mídia e pela Polícia Militar, que, em última análise, seriam as grandes responsáveis pelo fatal desfecho do caso !  
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Querem saber ? Concordo com Lindemberg, mas, não nos seus termos. A mídia errou, sim, em dar ampla cobertura ao evento criminoso, principalmente através da televisão, o que manteve Lindenberg permanentemente atualizado de todas as providências que vinham sendo adotadas pelas autoridades policiais. Em outras palavras: Lindemberg jamais seria  surpreendido, como não foi, pela ação policial. Teve informações e tempo suficientes para pensar em tudo, inclusive para dar entrevistas ao vivo !
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Errou, sim, a Polícia Militar, ao permitir tanta participação da mídia. Deveria isolar a área, mantendo a imprensa e os curiosos bem distantes da cena do crime, impedindo qualquer comunicação externa com o réu. E deveria, conforme comentou uma ilustre e conhecida Promotora Pública, depois de 72 (setenta e duas) hora de cativeiro, ter usado um atirador de elite e colocado um ponto final na carreira de Lindemberg. 
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Como de costume, haveria gritaria de parte da imprensa, porém, nestas alturas, Eloá estaria viva, o assunto esquecido e os elevados custos do criminoso para o Estado melhor empregados em obras sociais. Nos EUA, que, no caso, podem servir de exemplo,  basta o delinqüente ameaçar sacar a arma para ser fuzilado, no ato, pela polícia. Que dirá, então, dando tiros a esmo pela janela, como fez Lindemberg ?
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Li vários artigos sobre o carnaval e estranhei o fato de em nenhum ter sido abordado o relacionamento das escolas de samba do Rio de Janeiro com o jogo de bicho. Em recente operação da Polícia Federal, que prendeu os chefões daquela atividade ilícita, noticiou-se que todos, sem exceção, presidiam uma escola de samba, ou a alguma delas estavam vinculados. 
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O que isto pode significar ?  A primeira conclusão é inevitável: parte dos lucros obtidos na exploração do jogo de bicho seria investida nas escolas de samba. Muita coincidência que todos os chefões tenham preferência pela mesma atividade paralela. Mais coincidência ainda as escolas de samba elegerem os mesmos protagonistas para o cargo de comando.
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Como as escolas de samba requerem mais verba, para seus monumentais e luxuosos desfiles, além dos "subsídios" oferecidos por seus "patronos", o Estado entra com o restante, donde acaba resultando, pelo menos durante o carnaval, uma estranha simbiose, ou uma momentânea pausa, entre perseguidores e perseguidos.
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No meu tempo o carnaval era conhecido por "tríduo momesco", porque os festejos propriamente ditos aconteciam apenas no sábado, no domingo e na 3ª. feira, enquanto na 2ª. feira trabalhava-se normalmente. Depois o carnaval passou a ser uma "quadra momesca" e a sua tendência, como já vem ocorrendo, é a de prolongar-se por uma semana. Uma coisa é certa: o carnaval não pode terminar, caso contrário, o encerramento de outra época do ano terá de ser escolhido para o país "começar a funcionar".


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