Publicado em 01/05/2012
São
Paulo (SP) - Se em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel aboliu a escravidão
dos negros, em 26 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal
proclamou a escravidão dos brancos, homens e mulheres. Num exagerado modernismo
antidiscriminativo, passamos a ter cotas, formais e informais, para homossexuais,
negros, pobres, egressos de escolas públicas, silvícolas e ex-presidiários,
expressando a garantia de reserva de uma "porção, fração, ou quinhão
de vagas" em diversas áreas de atividades, como nos estudos e no
mercado de trabalho.
Com
isso, torna-se cada vez mais inconveniente ser branco (antiga "raça
predominante") e normal. Quem assim é, acaba verdadeiramente
discriminado. Na disputa por uma vaga na faculdade, se
houver diferença acima da nota de corte entre um branco e um
índio, a preferência será do silvícola, fazendo-se letra morta da igualdade de
todos perante a lei. A opinião não é só minha, mas, também do emérito
jurista Ives Gandra da Silva Martins, no seu artigo "Você é branco ?
Cuide-se !".
Na
história dos grandes benfeitores da humanidade e das pessoas que mais se
destacaram em diversos ramos de atividade, conhece-se alguém que saiu dos
sistemas de cotas ? Machado de Assis ? Santos Dumont ? Anita
Garibaldi ? Pelé ? Madre Teresa de Calcutá ? Einstein ? O casal
Pasteur ? O excelente cantor, compositor e músico
norte-americano, negro e deficiente visual, Stevie Wonder ?
É assim
que o Brasil pretende descobrir talentos na sua população ? É assim que
pretende formar novos e bons engenheiros, uma das mãos-de-obra mais
carente no mercado de trabalho, que se vê obrigado a recorrer
a profissionais especializados do exterior ? O Brasil está sendo
assolado por dois enormes furacões: um da corrupção, outro da demagogia.
Tanto
quanto o da corrupção, o furacão da demagogia não tem preferência,
fazendo-se notar, indistintamente, nos três Poderes da República. Ultimamente,
diante do menor vacilo do Poder Legislativo, o Supremo Tribunal Federal
tem tomado a dianteira, abonando direitos legalmente inexistentes e
mesmo contrários à Constituição Federal, da qual é guardião, para fazer média
com supostas minorias. Casos da "união estável homoafetiva" e, agora,
das "cotas raciais".
A
demagogia jurídico-política, que se instalou no Brasil, está dando ensejo
a situações de perplexidade. Recentemente falecido,
o sambista "Dicró", festejado pelos cariocas e vascaínos, seria
discriminado na Bahia, onde tornou-se proibida a contratação,
para eventos promovidos pela administração pública, de artistas cujas
músicas "debochem" das mulheres. Portanto, de
eventual discriminado, o negro "Dicró" passou a discriminador,
por fazer "gracinha" com as sogras, nas suas composições !
Discriminação
racial seria impedir os negros de ingressarem nas faculdades, assim
como constitui discriminação racial privilegiar o ingresso dos negros, em
detrimento dos brancos. Essa preocupação com o estabelecimento de cotas
raciais está relacionada ao remorso coletivo, decorrente de um sentimento
de culpa histórico, pelos sofrimentos que os nossos mais longínquos
antepassados possam ter causado aos negros, na época da escravidão. O
sonoro placar de 10 x 0, no julgamento das cotas raciais pelo STF, dá
idéia do tamanho daquele remorso coletivo, semelhante ao que se passa com
os cristãos, que vivem em constante estado de penitência, pela crucificação
de Jesus Cristo.
Participando
ativamente do furacão da demagogia jurídico-política, o STF está criando
complicações para si próprio, ou, quem sabe, abrindo mais as portas para o que
parece gostar de fazer. Encontramo-nos no auge da mania de
"opções". A mais conhecida é a sexual. Indivíduo que nasce com todas
as características físicas do gênero masculino, adota certos modismos,
alega ter feito "opção" sexual pelo gênero feminino e, assim, quer
ser tratado, respeitado e ter o reconhecimento dos respectivos direitos,
inclusive participando de "cotas".
Ora,
eu, branco e normal, vou bronzear a minha pele, encaracolar o meu cabelo e
fazer "opção" pela raça negra, para, assim, ser tratado, respeitado,
ter os respectivos direitos reconhecidos, inclusive participando de
"cotas". Provem-me o contrário ! Mas, como "negro
fabricado", jamais terei o mesmo desempenho de artistas, esportistas e
ativistas de legítima origem negra, como Michael Jackson, Usain Bolt
e Nelson Mandela, que nunca necessitaram de "cotas"
para manifestar seus talentos.
Presentemente
a escravidão é outra. Todos nós, sem exceção, somos escravos dos maus
políticos, dos maus juízes e dos bandidos. A estes, bandidos, não devemos
reagir, sob pena de sermos executados. Àqueles, maus políticos e maus juízes,
as reações têm sido inócuas, porque eles acabam julgando-se entre si, onde
prevalece o corporativismo. As sanções a eles impostas não são
tão punitivas e nem tão reeducativas. Ex-Presidentes, ex-Senadores e ex-Deputados,
cassados, voltam a ocupar cargos públicos, eletivos, ou não. Juízes, quando
punidos, e se punidos, acabam sendo aposentados com todas as vantagens
inerentes ao cargo, inclusive proventos integrais.
Na
evolução da espécie humana, há registros da existência de escravos
brancos e de negros que escravizaram outros negros. Agora, a ordem é
estabelecer "cotas de honestidade e sinceridade", para dizer ao negro
de hoje que ele não necessita de nenhum privilégio para ser igual às demais
raças, bem como para dizer ao branco de hoje que ele não tem nenhuma
responsabilidade pelo infortúnio do negro de ontem.
Independentemente
de "cotas", com o aval e votos de brancos paulistas, tidos como
"elitistas, bairristas e conservadores", dois negros (Paulo Lauro e
Celso Pitta) e uma mulher nordestina (Luiza Erundina) já foram
Prefeitos da cidade de São Paulo, a maior do Brasil e uma das maiores do
mundo.
Xô
demagogia !
Fonte: Direto da Redação
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