Brasil é o que tem maior corte de projeção do FMI para crescimento em 2014
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RAUL JUSTE LORES
DE WASHINGTON
DE WASHINGTON
Atualizado às 11h29.
O Brasil é o país com o maior corte na projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional) para crescimento econômico em 2014 dentre as nações monitoradas pela instituição: redução de 0,8 ponto percentual.
Apesar disso, a estimativa do FMI de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro para o ano que vem ainda é de 3,2%, acima de boa parte das projeções do mercado brasileiro sobre a economia. Antes, a projeção do FMI era de 4%.
A economia global crescerá 0,2 ponto a menos do que o antes previsto, tanto neste ano quanto no próximo.
Neste ano, em relação ao Brasil, a revisão foi de 3% para 2,5%. Em entrevista à imprensa na sede do FMI, o diretor do Departamento de Pesquisas do Fundo, Olivier Blanchard, disse que o nível de investimentos no Brasil é ainda baixo e que a redução do crescimento chinês afeta o preço das commodities, atingindo países exportadores de matérias primas como o Brasil.
"O Brasil tem gargalos de infraestrutura e de mão de obra e já está acima da inflação estimada, o que limitou o crescimento nos últimos dois anos", afirmou Thomas Helbling, chefe da Divisão de Estudos Econômicos.
Os países emergentes, em conjunto, tiveram as projeções revisadas 0,3 ponto percentual para baixo, tanto em 2013 quanto em 2014.
Em média, o crescimento dos países emergentes será de 5% neste ano. Rússia e África do Sul terão altas de 2,5% e 2%. O PIB chinês deve crescer 7,8% e o da Índia, 5,7% (abaixo das previsões anteriores, de 8,1% e 5,9% respectivamente).
ECONOMIA MUNDIAL
Em relação à economia mundial, também houve redução das estimativas de crescimento em 2013 e 2014 diante da desaceleração dos países emergentes e a persistente estagnação da Europa.
A economia mundial irá crescer 3,1% em 2013, o mesmo que em 2012. A recuperação americana continua bem melhor que a europeia, mas com números ainda modestos. O crescimento da economia americana deve chegar a 1,7%.
A zona do euro terá uma queda de 0,6% neste ano, maior que a de 0,4% prevista anteriormente e a mesma retração do PIB que já teve no ano passado. Itália e Espanha terão quedas no PIB de 1,8% e 1,6% respectivamente em 2013. Em 2014, porém, a previsão é que a Europa cresça 0,9% --menos que o previsto iniciamente (1%).
Um dos raros casos de revisão para cima foi o do Japão, reflexo da política de expansão monetária do primeiro-ministro Shinzo Abe. A terceira maior economia do mundo deve crescer 2% neste ano, acima do 1,5% da estimativa anterior. Em 2014, porém, houve revisão para baixo, de 1,5% para 1,2%.
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