Quem analisa detidamente o mau desempenho das ações da Petrobras no mercado e, ao lado disso, acompanha as notícias surpreendentes que envolvem negócios e parcerias da empresa, notícias essas que servem de base para respaldar um pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso, tem motivos suficientes para ficar preocupado. Ainda mais que o governo, ao impedir a Petrobras de reajustar os preços dos combustíveis a níveis internacionais, incorre no mesmo erro de administrações anteriores que é a utilização da empresa como instrumento de controle da inflação.
A verdade é que os atuais problemas da Petrobras são imensos e numerosos, provocando a queda do seu valor de mercado. A empresa vale hoje 65 por cento do seu patrimônio e a perda de eficiência média nas plataformas é de 10%, chegando, em alguns casos, a 50%. O governo está diante de um dilema severo.
Nesse quadro, é difícil concordar com a presidente da estatal, a competente Graça Foster, que em audiência no Senado, explicou medidas que estão sendo tomadas - a empresa atingiu recorde de produção de gasolina no mês de maio -, e procurou passar uma mensagem de tranquilidade à sociedade.
Afinal, se os brasileiros têm carinho por uma empresa nacional essa é a Petrobras, que surgiu após uma histórica mobilização popular que ganhou as ruas do país com o lema “O Petróleo é Nosso”. Hoje, cerca de 300 mil trabalhadores estão entre os orgulhosos, porém cada vez mais desconfiados acionistas da Petrobras.
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