Poderoso chefão que
mandava antes continua dando as cartas num congresso que faz o mesmo jogo
"Eu já tenho em mãos os
lacres de Justiça Eleitoral para a próxima eleição"
Deputado Fernando Chiarelli,
da tribuna da Câmara Federal
É mentira, Terta. No Brasil, o que se chama de
democracia é um grande logro. Insisto no tema para dizer algo que a consciência
me impõe: afora as atrocidades perpetradas por uma meia dúzia de insanos e o
ambiente de medo e coação institucionalizados, não são relevantes as diferenças
entre o hoje das fraudes tecnológicas e o ontem das botinas paranóicas.
Em ambos os casos, o povo nunca foi ouvido, nem
cheirado. Naqueles idos, os celerados impunham seus casuísmos, seus arbítrios e
sua farsa sobre a existência fictícia dos três poderes basilares de um regime
democrático.
Nestes dias, o quadro é o mesmo, só que com as
tinturas de um marketing cuidadosamente desenvolvido segundo as novas
concepções da matriz, cristalizadas através de organizações não governamentais
de pesos pesados da economia mundial, sob a batuta de espoliadores da soberania
alheia, como a malta encabeçada por David Rockfeller no depravado "Diálogo
Interamericano".
Há alguma dessemelhança entre o Congresso de hoje
e o daquele então? Não fosse por tantas "coincidências", a figura
deletéria de José Ribamar Ferreira Araújo da Costa Sarney está aí para atestar
que nada mudou. O vice-rei do Maranhão continua dando as cartas, por cima da
carne seca, como nos tempos em que foi o preposto da ditadura à frente do
partido dos miquinhos amestrados.
Aliás, ressalte-se, hoje o manda-chuva tem muito
mais poderes do que antes: é presidente do Senado da República, controla o
Estado do Maranhão em mãos da filhota como seu feudo medieval, estendeu seus
domínios ao Amapá, pelo qual se fez senador fraudando o domicílio eleitoral sem
que nenhuma besta da mídia ou desses podres poderes questione, e nada se decide
no Planalto sem o seu de acordo.
Antes, esse ícone da podridão política era menino
de recado da meia dúzia de generais que se servia da tropa, "prendia e
arrebentava" para servir à grande potência do norte, às voltas com a
guerra fria contra a "ameaça comunista". Hoje, inverteu galhardamente
os papéis e a comanda uma penca de vertebrados políticos que não querem nem
saber o que se passa pelo mundo, não alcançam no que deu a
"globalização" e cuidam tão somente de interesses menores, os seus, indiferentes
ao desdobramento do sucateamento do Estado soberano e de seus pilares
industriais, certos de que tudo se resolve com as migalhas de políticas
compensatórias imobilizanes..
Nos vinte anos de chumbo, metia-se a mão sem
constrangimento, porque a mídia ou estava acuada ou se satisfazia com as
pepitas que lhe destinavam. Hoje, pelo menos, a gente fica sabendo da farra,
embora a legislação leniente e alguns magistrados dóceis se encarreguem de
limitar as constatações da roubalheira a um mero espetáculo midiático, que se
dissolve no apagar das câmeras ou é esquecido para dar vez a outras
"bombas".
Antes, as eleições aconteciam sob o crivo da
intolerância, com o risco de cassações decididas entre quatro paredes. Para ser
candidato, o pretendente tinha de jurar que ia aceitar ser figurante de um faz
de conta garantido à bala. Mesmo assim, extraviavam-se alguns, que ganhavam
sobrevida e encaravam os déspotas com a coragem de um Lysâneas Maciel e de um
Chico Pinto.
Hoje, por qualquer meia pataca o mais inflamado
dos tribunos põe a viola no saco e entra na dança, cuidando exclusivamente dos
seus interesses e de quem financiou suas milionárias campanhas.
Naquele tempo, era tudo às claras. Escreveu não
leu, o pau comeu. Hoje é tudo à escuras, a começar pelo próprio processo
eleitoral que levou às últimas consequências o voto secreto: tão secreto que essas urnas
eletrônicas o escondem a sete chaves, inviabilizando sua conferência, isto
porque, ao contrário do que acontece em países como a Venezuela, todas as
tentativas de impressão do voto foram detonadas ou procrastinadas para que as
fraudes sejam blindados nos segredos das meia noite.
E desse mistério eletrônico
brotem eleitos virtualmente biônicos, sem qualquer histórico digno de um voto,
mas com alto poder de sedução.
Exagero? dá uma olhada nas casas legislativas e
vê quem é quem, procura o mapa da mina que os levou a se converterem em
representantes de bancadas vinculadas exclusivamente a interesses, a serviço
dos quais pautam suas agendas e negociam seus votos, especialmente nas matérias
"do interesse do governo".
É profundamente lamentável que não tenhamos
capacidade política de reverter esse quadro, que não tenhamos condições de
pleitear uma outra "comissão da verdade" sobre esses desmandos sem
porretes de nossos dias, onde os propinodutos se disseminam como motores da
gestão pública e o próprio povo já tenha incorporado o noticiário a respeito
como parte do folclore permissivo e "palatável" com ingredientes
compensatórios.
Quer saber mais? Gravei comentário de oito
minutos sobre essas urnas intocáveis, inspirado em denúncias do deputado
Fernando Chiarelli e do incansável engenheiro Amilcar Brunazo Filho, e pus no
You Tube. Aliás, estou muito gratificado com a quantidade de pessoas que estão
"participando do meus encontros" nesse espaço que se abre com seu
poder de impacto ainda mais contundente.
Se quiser ir direto ao assunto, clique aqui e veja o que um dia falou o deputado Fernando Chiarelli da tribuna da Câmara, sem que se levantasse uma voz para constestá-lo.
Ou saiba da última no vidade, - de como técnicos da Universidade de Brasília quebraram o sigilo da dita urna em teste organizado pelo próprio TSE - clicando aqui.
Clique na foto e veja o que falei sobre as urnas eletrônicas
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