Plebe não quer plebiscito. Plebe quer o fim da corrupção no governo do PT, que é quem paga por ela.
Os presidentes dos três maiores partidos de oposição divulgaram nota nesta quinta-feira (27) para acusar a presidente Dilma Rousseff de sugerir a realização de reforma política para tentar tirar o governo do foco das manifestações populares. A oposição defende a realização de refendo, e não plebiscito, para que a população defina o novo sistema político do país --ao contrário do que sugeriu a presidente. Um plebiscito é uma eleição na qual a população escolhe uma entre diferentes propostas sobre um tema. Já no referendo o povo aprova ou rejeita uma decisão de Estado já aprovada.
Os presidentes do PSDB, DEM e Mobilização Democrática --Aécio Neves, José Agripino Maia e Roberto Freire-- se reuniram nesta quinta para unificar o discurso contra Dilma --quando elaboraram a nota conjunta. "A iniciativa do plebiscito, tal como colocada hoje, é mera manobra diversionista, destina a encobrir a incapacidade do governo de responder às cobranças do brasileiros, criando subterfúgio para deslocar a discussão dos problemas reais do país", diz a nota.
Os presidentes dos partidos de oposição afirmam que a reforma política possui uma "legislação complexa" que impede a população de responder apenas "sim" ou "não" ao definir o novo modelo de sistema político brasileiro, como previsto em um plebiscito. "Legislação complexa, como a da reforma política, exige maior discernimento, o que só um referendo pode propiciar", afirmam. No referendo, o Congresso aprova o novo modelo político e, posteriormente, consulta a população --que mantém o que foi aprovado, ou rejeita as mudanças feitas por deputados e senadores.
A oposição diz que Dilma tenta dar destaque sobre a realização do plebiscito depois que viu derrotada sua "tentativa golpista de uma constituinte restritiva" para discutir a reforma política. "Se tivesse, de fato, desejado tratar com seriedade esta importante matéria, a presidente já teria, nesses dois anos e meio [de governo], manifestado à nação a sua proposta para o aperfeiçoamento do sistema partidário, eleitoral e político brasileiro", afirmam na nota.
Segundo os presidentes dos partidos de oposição, enquanto Dilma tira o foco da crise para a discussão da reforma política, o cenário econômico brasileiro se agrava, a inflação cresce, o crescimento do país se retrai e o governo perde credibilidade no exterior. "As oposições continuarão debatendo, como sempre fizeram, as questões que interessam aos brasileiros. Jamais faremos oposição ao país", diz a nota.
Embora estejam dispostos a conversar com a presidente para dialogar sobre os rumos do país, os oposicionistas até agora não receberam convite do Palácio do Planalto para conversar --embora o governo tenha divulgado que a Dilma pretende se reunir líderes da oposição. A intenção do grupo é apresentar à presidente, durante o encontro, uma pauta de 26 propostas detalhadas em manifesto lançado como resposta às manifestações populares.
O documento sugere a redução pela metade no número de ministérios e cargos comissionados do governo federal, revogação do decreto que proíbe a divulgação dos gastos em viagens presidenciais e transparência nos negócios feitos pela Petrobras e nos empréstimos do BNDES. A oposição também tem propostas nas áreas de saúde, segurança, transporte e educação, como duplicar os investimentos da União nos gastos com segurança e concluir todas as obras de mobilidade urbana até o início da Copa do Mundo. Também há o apoio ao repasse de 100% dos royalties à educação e investimentos mínimos de 10% da receita corrente líquida da União na saúde.(Folha Poder)
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