O feitiço petista pode se voltar contra o feiticeiro…
O PT é o típico partido demagógico, sensacionalista, que sabe chacoalhar as árvores para colher os frutos no chão, mas jamais soube plantar coisa alguma de positivo. Dissemina o ódio entre as “classes”, entre as “raças”, entre os sexos, sempre com base na velha máxima de dividir para conquistar.
Pois bem: quando começaram as manifestações um tanto orquestradas em São Paulo em meados de 2013, o PT logo vislumbrou uma chance de chamuscar o governo Alckmin, sendo sua grande obsessão ocupar seu lugar. O tiro saiu pela culatra, e tivemos as manifestações de junho pelo país todo, fora do controle petista.
Com os “rolezinhos” o PT, que nunca aprende, fez a mesma coisa. Viu nessa baderna de jovens entediados e sem educação uma oportunidade para prejudicar o governo tucano em São Paulo. Mas a coisa tomou vulto maior e corre o risco de se espalhar, sem controle, pelo país todo.
É esse o tema da coluna de Reinaldo Azevedo na Folha hoje. Em ano de Copa, o PT já criou até grupos específicos para acompanhar os possíveis tumultos espontâneos paridos nas redes sociais, pois teme que a confusão prejudique a reeleição de Dilma. Diz Reinaldo:
O mundo real pôs o PT sob controle, mas não mudou a sua natureza. No campo, na cidade, na universidade ou no shopping, o partido não resiste à tentação de insuflar os “oprimidos”. Os “opressores” identificados pela legenda não são os premiados com Bolsa BNDES ou Bolsa Juros, mas a classe média, que a Marilena Chaui odeia e que [Gilberto] Carvalho julga ser racista.
Enquanto a fala indecorosa do ministro circulava, uma turba fechou algumas ruas na Penha, em São Paulo, para um baile funk. A polícia, chamada pela vizinhança, acabou com a festa. Um grupo de funkeiros decidiu, então, assaltar um posto de gasolina, espancar os funcionários, depredar um hipermercado contíguo e roubar mercadorias. Na saída, um deles derramou combustível no chão e tentou riscar um fósforo. Tivesse conseguido… O “Jornal Nacional” relacionou o episódio à falta de lazer na periferia. Pobre, quando não se diverte, explode posto de gasolina, mas é essencialmente bom; a falta de um clube para o funk é que o torna um facínora. Sei. É a luta entre o Rousseau do Batidão e o Hobbes da Tropa de Choque.
Os maiores adversários do PT em 2014 não são as oposições, mas a natureza do partido e os valores que tornou influentes com seu marxismo de meia-pataca e seu coitadismo criminoso. A receita pode, sim, desandar.
Pode mesmo. Nesse caso, pode prejudicar o próprio PT. Mas seria um caso clássico de feitiço que se volta contra o feiticeiro. Afinal, o PT é e sempre foi o líder nesse tipo de tática abjeta, de jogar gasolina para ver o circo pegar fogo quando acredita que apenas seus oponentes sairão queimados. Só que o fogo pode se alastrar de forma descontrolada, e nisso o PT nunca pensa. O PT nunca pensa.
Rodrigo Constantino
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