A Falta que fazem estes homens na Política
Por Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marco Antonio Felício da Silva, Luiz Eduardo Rocha Paiva, quem são estes militares? Não existe no Brasil atualmente quem não saiba o nome destes oficiais-generais, guindados ao conhecimento público pelas atitudes manifestas, corajosas e transbordantes de caráter, máxime se a lealdade à Pátria falar mais alto do que a disciplina.
O primeiro, quando disse, alto e bom som, que a política indigenista de lula era catastrófica; o segundo, que encabeçou o indignado manifesto dos militares em março de 2012, e o terceiro, que continua desmistificando a CNV em todos os debates na TV. Esses homens, quer queiram quer não queiram, estão a viver hoje drama pessoal sem precedentes, pois sabem que são olhados como líderes incontestes de reações que empolgaram a imensa maioria de população, que não aceita mais o estado de decomposição vivenciado pela nação. Mas que drama pessoal seria este, comum a estes "filhos de Esparta", que tanto os atormenta?
Sabe-se da "fé de ofício" que ornamenta a folha de serviço destes profissionais das armas, todos com mais de 40 (quarenta) anos de serviço prestados ao Exército e ao País: que cumpriram missões no exterior com exação sem par, que foram comandantes de escol e líderes incontestes de tropa, que respeitaram a Instituição em todos os seus atos de serviço, que sempre colocaram a admiração de seus subordinados acima de qualquer expectativa de cargos ou funções. Assim, por que estariam tão arredios estes soldados, tão ou mais realizados profissionalmente, neste tempo de incertezas que estamos todos a atravessar?
Em verdade, nenhum deles ainda foi capaz de aquilatar a repercussão de suas atitudes, altamente contestatórias da catastrófica realidade brasileira. É como se a ideia até então arraigada de forma errônea, de que militar não se mete em política, ainda os retivesse, na medida em que na "terra brasilis" se estabilizou a "politicalha" ao invés da alta política.
Acontece que a expectativa gerada, no momento em que reagiram, os apontou como líderes incontestes de oposição, mas também do “antientreguismo”, enfim de um movimento para recuperação de autoestima que começa a ganhar corpo, mas que só pode decolar com o engajamento deles, que se diga, de quem passou para a opinião pública uma imagem de absoluto não comprometimento com o viés político atual.
A ânsia da nação pela entrada na cena política de cidadãos que não sejam identificados como potenciais "anões do orçamento, pizzaiolos, mensageiros ou distribuidores de panetone", não é mais novidade. Quem vota sabe, não tem dúvida que soldados pelo menos são forjados na probidade castrense sem mácula, imune a qualquer investigação, sendo capazes, sim, de fazer reverter o processo de desintegração territorial, étnico/social e moral da Pátria Brasileira.
O eleitor quer renovar o legislativo, devendo fazê-lo no ano que vem. Todavia, ainda não se flagrou: depende somente dele testar uma novel safra de parlamentares, de molde a inaugurar era de credibilidade no Congresso. Uma inserção de sangue novo nos quadros dos partidos, com certeza, só será de grande valia para o eleitorado. Pelo menos a problemática da defesa, com uma bancada marcial atuante, seria levada a sério.
As amazônias verde e azul seriam aquinhoadas de meios dissuasórios para sua defesa. Os soldados, filhos e netos de todos nós, não iriam simplesmente mais ser peitados pelos "senhores da guerra", porque seriam dotados, em tempo útil, de armamento/equipamento compatível, capaz de fazer o inimigo desistir da luta. Os descomunais "Kozovos indígenas", já em franco processo separatista, seriam contidos na justa medida.
Uma vigilância mais efetiva dos gastos com dinheiro público ganharia corpo com a probidade de cidadãos que nunca se locupletaram em cargos ou funções
Aliás, Barak Obama, presidente da maior democracia do mundo, não teria se referido assim por mero diletantismo:-”É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar”.
Cidadão civil, trabalhador anônimo e diuturno desta Pátria, não é por nada que tuas Forças Armadas estão sempre liderando nas pesquisas quanto à confiabilidade das nossas instituições. Atenção, depurar o parlamento com militares em 2014 é vital para o futuro do País.
Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de Infantaria e Estado-Maior, na reserva.
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