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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


PT usa juros irreais diante da inflação, que mata a poupança e a aposentadoria do brasileiro, como arma de campanha. Está fácil, PSDB.


Se o discurso eleitoral do PT for o que está abaixo, atenção PSDB: calculem para um aposentado as suas perdas e ensinem o pequeno poupador a tirar a inflação do rendimento, mostrando a ele que, se pretende comprar alguma coisa ou viver dela no futuro, jamais conseguirá. Mas, tucanos: sejam safados como eles. Abaixo, matéria da Folha de São Paulo.
 
O PT começou a construir, em um documento a ser distribuído amanhã à militância da sigla, a narrativa que servirá de base para a campanha presidencial do ano que vem. Com forte tom ideológico e números de comparação entre a gestão petista e a administração tucana, o partido lançará na comemoração de seus 10 anos de governo uma cartilha que opõe o projeto de Lula e Dilma, que chama de "glorioso", ao modelo de Fernando Henrique Cardoso, que classifica como "desastroso".
 
Embora ninguém admita publicamente, os termos da cartilha serão usados como matriz da disputa pela reeleição em 2014. O texto foi produzido pelo Instituto Lula e pela Fundação Perseu Abramo e supervisionado pelo presidente da sigla, Rui Falcão. Ele exalta, por exemplo, a redução dos juros na gestão petista -um dos pilares da propaganda de Dilma Rousseff por mais um mandato.
 
Sobre o período de FHC, ataca: "Enquanto o salário médio dos trabalhadores caiu, aumentou a derrama contínua de recursos públicos para os segmentos mais ricos e enriquecidos por uma dívida em expansão e por taxas reais de juros incomparáveis internacionalmente". Na gestão tucana, a Selic chegou a ultrapassar a taxa de 40% ao ano. Hoje, está em 7,25%. Analistas apostam, porém, que o Banco Central terá que subir os juros neste ano para conter a inflação.
 
A cartilha não traz autocrítica nem faz menções ao mensalão, tampouco ao julgamento que condenou à prisão alguns de seus líderes. Dirigentes argumentam que também não fizeram menção a escândalos de tucanos. O livreto de 15 páginas, encapado com a imagem de Lula e Dilma, como se fossem rostos de um mesmo corpo, não economiza em adjetivos ideológicos. "Consenso de Washington" é um deles, adotado de forma pejorativa para identificar o receituário econômico de privatizações e de Estado mínimo.
 
"Foram anos de enaltecimento da 'economia política do bonsai'. Para qualquer broto de crescimento com possível distribuição menos ingrata da renda que ousasse aparecer no Brasil havia a tesoura dos delegados do Consenso de Washington a amputá-lo", afirma. Ao citar desemprego, salários, pobreza e distribuição de renda sob FHC, a cartilha diz que "o desastre do neoliberalismo é contundente"."Por meio de privatizações sem critérios e [sem] decência administrativa, cerca de meio milhão de trabalhadores foram demitidos", diz. Sob Dilma, o Executivo construiu uma agenda extensa de concessões públicas ao setor privado. Mas sempre renegou o termo "privatização" e exaltou exigir contrapartidas, como redução de tarifas. (Folha Poder)

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