A imprensa avestruz e Lula superando Chávez…
É evidente que o avestruz não enfia a cara no chão para não ver a realidade quando em perigo. Fosse assim, não haveria mais avestruzes no mundo, não é mesmo? A ave faz o que todos fazem quando percebem que a coisa tá feia: tenta dar no pé. Mas ficou a metáfora.
Parte da imprensa acha que, caso se comporte como avestruz no caso do golpe que Lula está tentando dar no governo Dilma, a realidade muda. Dadas as falas absurdas de assessores do Apedeuta naquele seminário, destacam-se as afirmações de que Lula não será candidato em 2014, que o nome do partido é mesmo Dilma… Ora, não brinquem! Isso não tem a menor importância!
O relevante, e muito!, é que foram dois bate-paus do lulismo que anunciaram que será ele a coordenar a base de apoio da presidente — para, dizem, colaborar com a sua reeleição. Uma ova!
Como Dilma decidiu disputar o segundo mandato — e o Babalorixá tinha a esperança de que ela declinasse do desafio —, o homem, reitero, meteu o pé na porta e resolveu dividir com ela o governo. E sem pedir licença. Anunciou a tomada justamente da coordenação política. Caso isso se efetive, Dilma já era, ainda que venha a ser reeleita. Corrupto nunca mais será demitido. O “coordenador político” dará um jeito de acomodar os larápios que forem pegos com a boca na botija. Lula quis deixar claro quem manda. Não quer mais essa história de “Dilma isso, Dilma aquilo…” Mais de uma vez, ele insinuou que a imprensa só é simpática a Dilma só para provocá-lo…
Algo dessa magnitude precisa de comunicação oficial, feita pelo governo. Até porque existe uma ministra das Relações Institucionais — é Ideli Salvatti; existe uma chefe da Casa Civil — é Gleisi Hoffmann. Não houve nada disso. Desde quando, senhores, é corriqueiro que se anuncie uma decisão desse porte num seminário, ao arrepio do Palácio do Planalto?
A imprensa avestruz acha que, se esconder isso dos leitores, diminui a influência de Lula ou o agravo feito ao governo Dilma. O caso é bem mais sério do que parece. Chávez se manteve no poder contra a letra da lei, mas, vá lá, houve ao menos uma eleição por lá… Lula tomou um naco do poder de Dilma sem ter sido eleito por ninguém.
Por Reinaldo Azevedo
Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
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