Reação
fraca
por Olavo de
Carvalho
Diário do Comércio, 9 de abril de 2012
Diário do Comércio, 9 de abril de 2012
Leio que o Clube Militar do Rio de Janeiro está
processando, por infração ao Estatuto do Idoso, o estudante que cuspiu no rosto
do Coronel Juarez Gomez. A reação é justa, mas fraca, inadequada e
desproporcional à gravidade da ofensa.
.
Desde logo, o coronel, como vários de seus
colegas que se reuniram no Clube para celebrar o 31 de Março, foi publicamente
xingado de “torturador” e “assassino” sem que haja nem o mais mínimo indício
judicial de que ele tenha cometido, seja os crimes de tortura e homicídio, seja
quaisquer outros. Se alguém nas Forças Armadas os cometeu, que seja punido. Mas
agarrar inocentes na rua, chacoalhá-los, intimidá-los e cuspir-lhes na cara,
pela simples razão de que um dia envergaram a mesma farda dos acusados, ou de
que usam do seu direito de achar que estes são inocentes, é coisa que ninguém
pode fazer por sincero amor à justiça, e sim somente pelo desejo mal disfarçado
de prostituí-la, de usá-la como pretexto para a perseguição política.
.
O coronel e seus companheiros de farda foram, com
toda a evidência, vítimas de crime de calúnia. Pior: calúnia premeditada, pois
o agressor não partiu para os xingamentos numa explosão emocional repentina,
mas foi ao local com a intenção deliberada de acusar de torturadores e
assassinos todos os militares que ali se encontrassem, pouco importando que não
pesasse, contra a maioria deles, ou mesmo contra nenhum dos presentes, nenhuma
acusação judicialmente válida de tortura, de homicídio ou de qualquer outro
delito. A manifestação foi organizada precisamente para incriminar a todos
indistintamente, ludibriando a opinião pública para que passasse a enxergar
como torturador e assassino qualquer militar que, sem jamais ter-se envolvido
pessoalmente em atividades criminosas, celebrasse ou aprovasse retroativamente
o movimento de 31 de março. Não poderia ser mais claro o intuito de dar ares de
crime hediondo a um autêntico “delito de opinião”.
.
Também não tem o menor cabimento processar o
cuspidor individualmente, como se a idéia da inculpação indiscriminada tivesse
partido da cabeça dele, só dele, e não dos planejadores, mentores e apoiadores
maiores da manifestação, como os srs. Sílvio Tendler e Tarso Genro. Por acaso
esses sessentões, ao instigar a juventude para que dissesse o diabo dos
militares, a instruíram para que distinguisse entre os acusados de crimes e os
meros entusiastas do movimento de 64, dando-lhes tratamento diferenciado para
demarcar a fronteira entre o meliante – real ou suposto -- e o cidadão honrado
de quem se diverge politicamente? Cumpriram essa obrigação elementar de quem
tem o mínimo indispensável de senso de justiça? Que nada! Gritaram, xingaram
junto com a massa, achando tudo lindo, pouco lhes importando a diferença entre
culpados e inocentes. Como perdoar essa conduta abjeta e criminosa num homem
que foi ministro da Justiça?
.
Reduzir todo o episódio a uma infração do
Estatuto do Idoso é atenuar a gravidade do delito, além de concentrar num
ridículo pau-mandado as culpas que cabem a seus mentores e instigadores, bem
como a todas as organizações que participaram do espetáculo.
.
Pior ainda: descrever o Cel. Juarez simplesmente
como um idoso atacado por jovens é fazer abstração do papel essencial que ele
desempenhou no ocorrido: o do inocente ao qual se imputaram, em público, culpas
que, se existem, não são dele. A idade da vítima pode ser um agravante, jamais
o delito principal.
.
Há quase duas décadas tenho tentado, em vão,
explicar aos nossos militares que suas respostas tímidas ao incessante festival
de calúnias contra as Forças Armadas – quando não a tentativa masoquista de
aplacar a fúria do adversário mediante condecorações, afagos e outras efusões
de delicadeza – só fazem encorajar novos ataques, que em vez de cessar com o
tempo vêm crescendo à medida que os acusados envelhecem e se tornam mais
frágeis.
.
“A fraqueza atrai a agressividade”, ensinava
Donald Rumsfeld. Se, em vez de reagir a calúnias mediante notinhas oficiais
patéticas que ninguém lê, as Forças Armadas tivessem processado logo os
primeiros cinco acusadores, ninguém se animaria a ser o sexto. A indústria do
denuncismo teria falido por falta de mão-de-obra.
.
.
.
Comentário: A
justiça tem que dar uma punição exemplar para este individuo, que não posso chamar
de cidadão, além de desrespeitar o Estatuto do Idoso, desrespeitou a sociedade
brasileira principalmente os militares das Forças Armadas. Se fosse o pai dele
ou alguém da família dele será que ele iria gostar? Na greve dos PMs de
Salvador e Rio de Janeiro teve até militares que foi para o presidio de
segurança máxima e a opinião pública e os militares estão de olho no que
vai acontecer, Políticos que pensam que o que esta acontecendo no Brasil esta
sendo esquecido estão muito enganado, pode ter certeza.
Recebido por E-mail: Claudio Eugenio claudioeugenio47@gmail.com
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário