Lula queria apenas um negro no STF ao
indicar Barbosa.
20 agosto,
2012 - Pedro Marinho
Lula mal tomara
posse, em janeiro de 2003, quando lhe caiu no colo a oportunidade de escolher
o primeiro dos oito ministros que indicaria para o STF durante seus dois
reinados. Incumbiu o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos de garimpar um
nome. Manifestou um desejo: gostaria muito de enviar ao Supremo
um negro.
No mês
seguinte, fevereiro de 2003, Joaquim Barbosa, então professor visitante da
Universidade da Califórnia, em Los Angeles, foi alcançado por um e-mail
enviado por um desconhecido: Sérgio Sérvulo. A mensagem viraria
do avesso sua rotina e abriria em sua biografia um capítulo novo.
Então assessor
de Thomaz Bastos, Sérvulo fez saber a Barbosa que seu chefe desejava
reunir-se com ele em Brasília. Ao tomar contato com o currículo do seu
achado, o ministro da Justiça de Lula reagira como se houvesse bamburrado,
como dizem os garimpeiros quando a sorte lhes sorri no serviço de mineração.
Além da
coloração de pele requerida pelo presidente, Barbosa exibia bom
currículo. De origem humilde, primogênito de oito filhos de um pedreiro
com uma dona de casa da cidade mineira de Paracatu, o escolhido formara-se e
pós-graduara-se na Universidade de Brasília. Melhor: era doutor
pela Sorbonne, a prestigiosa usina de canudos de Paris. Antes de chegar
à Universidade da Califórnia, lecionara como visitante na faculdade de
Direito de Columbia, em Nova York. Como se fosse pouco, era também eleitor de
Lula, Thomaz Bastos ficaria sabendo depois.
Barbosa voou
para Brasília. Foi ter com o titular da Justiça, a quem não conhecia
senão de nome e de fama. Retornaria a Los Angeles apenas para
providenciar a mudança e vender um carro. Em junho de 2003, tomou posse
no Supremo. Decorridos nove anos, tornou-se um algoz do PT, uma pedra
no sapato do ex-minerador e uma ameaça ao verbete que a enciclopédia reserva
ao governo do ex-mandachuva da mina.
Nesta
segunda-feira (20), na pele de advogado de um dos réus da ação penal do
mensalão, Thomaz Bastos protocolará no STF, junto com defensores de outros
acusados, petição contra uma tese cara ao relator Barbosa. Na peça, os
doutores classificam de aberração o julgamento fatiado. Reivindicam a
leitura integral dos votos dos juízes, não a análise por capítulos.
Em texto
veiculado aqui, explicou-se o por quê da aversão dos advogados ao
fatiamento. Julgado à moda de Barbosa, o processo do mensalão ganha
lógica, realça a tese de formação de quadrilha e potencializa a hipótese de
condenações em série. Algo que, se confirmado, faria da história do
governo Lula uma ponte ligando o sucesso ao “por outro lado”. Com um
escândalo no meio.
Quanto pudesse
finalmente se pronunciar sobre o passado ainda em suspenso, o verbete da
enciclopédia teria de anotar que Lula distribuiu renda como nunca antes na
história desse país. Por outro lado, permitiu que fossem distribuídas
também as valerianas de má origem azeitaram o apoio no Congresso. Ao
contribuir para derrubar o lero-lero de que o escândalo é uma lenda, Joaquim
Barbosa deve inspirar no ex-presidente que ajudou a eleger uma irremediável sensação
de arrependimento.
De repente todo
o sentimento de justiça deste país ficou canalizado nas mãos deste SENHOR
JUIZ!
Que se espraie
a todos os demais Juízes daquela casa e puna todos aqueles bandidos e
maléficos mentores do mensalão! É o sonho de todos nós,
Brasileiros....
Independente do
“julgamento jurídico“ em andamento, o “julgamento político“, tão importante
quanto aquele, já se faz sentir em todos os lares brasileiros, quando
mostram-se as “caras“ daqueles lobos que se vestem de ovelhas tentando
enganar a todos nós, os bobos.
E ele não
precisou de cota para cursar a Universidade !
Esta é a prova
maior de que, quando queremos, tudo podemos. Um grande exemplo de
dignidade e honradez. Ex faxineiro... ele limpava banheiros no TRE do
DF. Filho de uma dona-de-casa e de um pedreiro... Dividia o tempo
entre os bancos escolares e a faxina no TRE do Distrito Federal.
Apaixonado por línguas. Um dia, o mineiro, na certeza da solidão,
cantava uma canção em inglês enquanto limpava o banheiro do TRE. Naquele
momento, um diretor do tribunal entrou e achou curioso uma pessoa da faxina
ter fluência em outro idioma.
A estranheza se
transformou em admiração e, na prática, abriu caminho para outras
funções. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Formou-se
em Direito pela UNB, sendo a época o único negro da faculdade. Passou
nos concursos de Oficial da Chancelaria, Advogado do Serviço Federal,
Procurador da República, Professor da Universidade do Rio de Janeiro.
Ah, ele toca
piano e violino desde os 16 anos de idade.
Fonte: Recebido por e-mail
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Doutor JOAQUIM BARBOSA ...
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