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terça-feira, 9 de outubro de 2012

MERECIDA PUNIÇÃO... MAS FALTA O Nº 1


Mensalão: a condenação dos velhacos


Por Xico Graziano

Confesso guardar profunda decepção do Zé Genoíno e do Zé Dirceu. E explico a origem. Nas eleições de 2002, eles comandaram junto com a CUT uma sórdida campanha contra nós, parlamentares do PSDB, acusando-nos de querer acabar com as conquistas trabalhistas fundamentais, como o 13° salário e as férias remuneradas. Milhões de cartazes, enormes, pregados alhures, distribuíam fotos de nossos rostos impressas ao lado da frase mentirosa: “eles querem acabar com seus direitos trabalhistas”. Invencionice pura.

A mesma proposta que na época defendíamos, ao lado de FHC, esteve noutro dia divulgada pela presidente Dilma. Seu governo prepara, com apoio da CUT, uma modificação na CLT, visando flexibilizar suas rígidas regras para favorecer o emprego no país. Trata-se de facilitar os acordos entre empresas e sindicatos. Jamais se cogitou, nem antes nem hoje, em destruir as garantias básicas do trabalhador, cláusulas pétreas da Constituição.

A turma malvada do PT, porém, não titubeou quando viu uma oportunidade de nos machucar. Inventaram que queríamos favorecer os ricos patrões, enquanto eles, os bonzinhos, defendiam os pobres. Martelaram na mentira querendo transformá-la em verdade. Foi duro. Durante aquela campanha eleitoral, em cada local que eu me apresentava pedindo votos invariavelmente me perguntavam, ou me atacavam, pela suposta posição contra os trabalhadores. Até minha mãe Ignez quis conferir minha opinião. Percebi, naquele episódio, o germe da podridão crescendo dentro do PT. Nascedouro maldito do mensalão.

Chateado, irritado, certa vez tentei conversar com o Genoíno, protestando contra aquela maldade política. Ele, rindo, se justificou: Xico, faz parte da luta pelo poder! Mais irônico, o Zé Dirceu só ria, desdenhando da minha cara. Meus antigos líderes da época estudantil, pessoas que eu tanto prezara, se divertiam com a desgraça que provocavam. Tornavam-se uns velhacos, oportunistas.

Tendo exercido o mandato de Deputado Federal/PSDB por duas legislaturas, entre 1998 e 2006, deixei de concorrer nas eleições seguintes. Abandonei a vida parlamentar, decepcionado com a política congressual. Estranhou-me muito ver a política se desvirtuando nas mãos de gente fingida, negocista e, sinto dizer, mau-caráter. Nunca engoli esse sarcasmo dos que inventam infâmias para, sem dó, desmoralizar os adversários. Um dia, pensava, para fortalecer a democracia, isso precisa acabar.

Chegou a hora do Zé Genoíno e do Zé Dirceu pagarem pelos seus erros. Testemunha da perversidade que corrói suas mentes, não me apiedo pelo (suposto) sofrimento deles. Foram condenados não apenas como chefes de quadrilha e corruptos, como se comprovou serem. Mais. Serão recriminados pela política vil que sempre promoveram contra seus adversários, trocando a batalha das ideias, em prol da mudança sócio-política, pela luta abjeta da empulhação, a favor da picaretagem ideológica.

Está acabando a impunidade política no Brasil. Justiça tarda, mas não falha.

Tags:Mensalão


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