Novo Código de Censura
Por Humberto de Luna Freire Filho
A palavra "ética" é retirada de novo código de conduta dos senadores porque esse princípio de moralidade não é conhecido e muito menos respeitado pela maioria dos nobres que frequentam essa pocilga denominada Congresso Nacional. Aproveitando a oportunidade, não seria a hora para outros termos de pouco significado na Casa também serem excluídos? por exemplo, falta de vergonha, falta de caráter, falta de cidadania, enfim todos os indicativos que um parlamentar deveria ter e respeitar, mas que nessa republiqueta bananal eles não as tem, portanto não respeitam.
Também foi excluído do documento a obrigação para que os parlamentares apresentem, quando empossados, declaração de bens de seus parentes até o segundo grau. Essa obrigatoriedade sem dúvidas poria fim as roubalheiras do dinheiro público, que acontecem através dos conchavos com o Executivo e também com empresas privadas, principalmente empreiteiras das obras oficiais, arrebanhadas pelo Exu de Garanhuns, verdadeiros cartéis que transformaram o Planalto Central em um tremendo "laranjal" com a farta distribuição de propinas.
O mais impressionante em toda essa podridão que tomou conta do Poder Legislativo, em conluio com o Poder Executivo, é que o Regimento Interno do senado é de 1970, auge da ditadura militar, e que desde então nunca foi reformado. Dedução das entrelinhas, os senadores da época entravam no Senado pobre e saiam pobres. Isso não pode mais acontecer.
Para encerrar com chave de ouro, o relator das mudanças, senador Lobão Filho, não acatou emenda que obriga a comunicação à Corregedoria de atos incompatíveis com o decoro ou com a compostura pessoal praticada pelos "nobres" fora das dependências da Casa Legislativa. Explicação macunaímica: prostitutos extramuros, nobres intramuros. É a automática metamorfose ambulante proposta pelo chefe dos chefes. O cretino que institucionalizou a corrupção no país.
Humberto de Luna Freire Filho é Médico.
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