Rejeição
Ricardo Guedes, O Globo
A rejeição de Dilma Rousseff seria impeditiva para a sua reeleição a presidente da República caso as eleições fossem hoje.
Dilma apresenta avaliação positiva de governo de 35%, com rejeição de 45%. Ou seja, quando se apresenta o nome dos candidatos individualmente ao total do eleitorado, e se pergunta em qual votaria, 45% dizem que não votariam em Dilma de jeito nenhum.
Os limites para a rejeição individual no total do eleitorado são os seguintes: o candidato com até 35% de rejeição ainda é viável. O candidato com mais de 40% de rejeição revela-se inviável.
A lógica: dos 100% do eleitorado, 20% vão tradicionalmente para abstenção, brancos e nulos, restando 80%. Ao dividirmos 80% por 2, obtemos o indicador de 40%.
Ou seja: se um candidato apresenta 40% ou mais rejeição ele não passa no 2º turno.
Lula e José Serra em debate eleitoral em 2002. Foto: Vanderlei Almeida / AFP
Assim ocorreu nas eleições de 2002. No segundo semestre de 2001, Serra e Lula apresentavam rejeições acima de 40%, possibilitando o crescimento de Roseana Sarney como 3ª via.
Com os episódios que resultaram na queda de Roseana do processo eleitoral, Ciro Gomes subiu como alternativa de 3ª via.
Dois fatos então se seguiram: a Carta ao Povo em Junho de 2002 onde então o PT se comprometia a dar continuidade à política dentro das regras democráticas e econômicas diminuindo a rejeição de Lula, e os episódios que levaram à queda de Ciro Gomes no início da campanha.
Com Serra apresentando rejeição acima de 40%, e Lula reduzindo a sua a patamares abaixo de 35%, a eleição de Lula se deu no primeiro e segundo turnos.
O mesmo ocorreu nas eleições de 2006 e 2010, onde os candidatos do PT situavam-se em patamares de rejeição abaixo dos 35%, e os do PSBD acima de 40%.
A inflação acima do crescimento do PIB por dois anos consecutivos levou à diminuição de 10% do poder de compra do cidadão, e não há tempo hábil até as Eleições de 2014 para o Governo atender à “voz das ruas”, nos quesitos da saúde, educação, e mobilidade urbana.
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