Lewandowski age como advogado de defesa e inocenta petista mensaleiro.
Na semana passada, Barbosa votou pela condenação de João Paulo pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Ontem, Lewandowski rejeitou todas as acusações. Candidato a prefeito de Osasco nas eleições deste ano, João Paulo mandou a mulher buscar R$ 50 mil numa agência bancária em 2003, quando o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza distribuiu milhões de reais a políticos do PT e outros partidos que apoiavam o governo Lula no Congresso. Pouco depois do saque, a Câmara dos Deputados assinou com uma das agências de propaganda de Valério um contrato de R$ 10 milhões.
Lewandowski acolheu os principais argumentos da defesa de João Paulo e concluiu que o deputado não teve influência na escolha da empresa de Valério, feita por uma comissão de licitação. Além disso, o ministro disse que o destino dos R$ 50 mil "foi comprovado". João Paulo diz que usou o dinheiro para pagar pesquisas eleitorais contratadas pelo PT e Lewandowski aceitou a explicação. O revisor criticou o Ministério Público Federal, responsável pela acusação, dizendo que ele lançou uma "tese abstrata" e baseada em "falsas premissas" contra o petista.
O ministro também votou pela absolvição de Valério e de dois ex-sócios acusados de participar dos mesmos crimes atribuídos a João Paulo. O julgamento será retomado na segunda-feira, quando Barbosa pretende responder aos argumentos usados por Lewandowski. Depois será a vez dos outros nove ministros do Supremo votarem. Advogados que atuam no processo e outros ministros consideram Lewandowski inclinado a inocentar boa parte dos réus do mensalão.
Mas na quarta-feira ele deu força a uma das principais teses da acusação ao votar pela condenação de um ex-diretor do Banco do Brasil acusado de desviar dinheiro do banco para o esquema e culpar Valério e seus ex-sócios pelo mesmo crime. Ao final da sessão, houve um atrito entre Lewandowski e o presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto. Barbosa disse que na próxima sessão vai rebater "as dúvidas e a divergência" de Lewandowski. O revisor pediu então a garantia de uma tréplica e ameaçou deixar o plenário se não puder falar. Depois que a sessão foi encerrada, Ayres Britto prometeu a Lewandowski que lhe concederá a palavra novamente na segunda-feira.(Folha de São Paulo)
Fonte:.(Folha de São Paulo)
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