domingo, 27 de abril de 2014
Quem quer matar Paulo Costa, Pizzolato, Vargas...?
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Alguém já ouviu falar na “República de Londrina”? Quem conhece a política paranaense a fundo garante que é o grupo de lá quem domina os negócios mais lucrativos no desgoverno federal do PT. Eles dividem a hegemonia com os paulistas: o presidentro Lula, os reeducandos José Dirceu e José Genoíno, e os bem educados Antônio Palocci Filho, Aloísio Mercadante e Guido Mantega. A Presidenta Dilma Rousseff – que posa de gerentona – é uma mera marionete de todos eles. Por isso, perderá a reeleição com o afundamento do PTitanic no oceano de lama.
Têm origem política em Londrina: Gilberto Carvalho, Paulo Bernardo, Gleise Hoffman, Miriam Belchior, André Vargas (agora em desgraça) e o falecido deputado federal, salvo pela morte da condenação no Mensalão, José Janene. Pelo menos os dois últimos, vivos ou mortos politicamente, sempre tiveram relações de grana com o doleiro Alberto Yousseff, também de Londrina, poderosíssimo porque sua família opera para o grande capital da comunidade judaica e libanesa no Brasil. Youssef é sócio de Paulo Roberto Costa – ex-diretor da Petrobras que agora se diz jurado de morte.
O empresário Hermes Magnus, dono da empresa Dunel Ltda, que foi sócio do falecido deputado mensaleiro José Janene, revelou à revista IstoÉ o impressionante esquema de corrupção operado por Alberto Youssef, com ramificações nos Correios, que dá uma dimensão de como agia a facção criminosa da República de Londrina. Assustadora é sua versão sobre o poder do esquema: “Janene batia no peito para dizer que só ele e o Zé Dirceu poderiam derrubar o Lula. Mas que o mensalão é da política, sempre existiu. O Janene distribuía dinheiro para políticos em sua Mansão. Dava churrasco todo sábado. Vi lá o deputado André Vargas, o ex-prefeito Barbosa Neto, a quem deu R$ 150 mil. O deputado João Pizolatti, PP, estava sempre lá”.
A Operação Lava Jato ameaça passar o rodo na cúpula da República Sindicalista do Brazil, começando pela animada turma de Londrina. Por isso, está aberta a temporada de traições e riscos concretos de mortes para aqueles que são arquivos-vivos de um esquema de corrupção nunca antes visto na história deste Brasil. O primeiro a dar um sinal concreto de que a coisa beira a fatalidade é Paulo Roberto Costa – que já é réu pelas maquiagens para lavar dinheiro desviado de contratos da Petrobras. O problema é que ele não falou a verdade no bilhete ao advogado, no qual relata ter sido ameaçado por um agente federal, na carceragem provisória da Superintendência da PF, em Curitiba.
A versão não contada – que vazou ontem à tarde, é que Paulo Roberto recebeu um recado de dois outros presos provisórios, na ida para o banho de sol. A dupla advertiu Paulo que “dois caras viriam presos de Brasília para fazê-lo”. Na linguagem das cadeias, fazer alguém significa “assassinar”. Mesmo não acreditando na versão de Costa sobre a ameaça vinda de um policial federal, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, já determinou que ele seja transferido para uma ala de presos especiais do Presídio Estadual de Paraquara II, na região metropolitana de Curitiba. Preso desde março, por tentativa de destruição de provas, Paulo tende a passar um bom tempo hospedado na cadeia. A PF abriu um procedimento administrativo e um inquérito para apurar o que de fato aconteceu com Costa em suas dependências.
Outro cabra ameaçado de morte é o principal arquivo-vivo da transferência de grana roubada e lavada no esquema do Mensalão. Como o Alerta Totaljá tinha antecipado (vide a nota “Vade retro”, na edição de 6 de fevereiro), a Itália vai devolver ao Brasil o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro na Ação Penal 470. Contra Pizzolato pesa o fato de, mesmo tendo dupla cidadania tupiniquim-italiana, ter fugido daqui usando o passaporte falsificado em nome do irmão Celso Pizzolato, morto em 1978.
O Procurador do Ministério Público italiano, Alberto Candi, já se manifestou à Corte de Apelação de Bolonha pela extradição daquele que promete ser um dos mais incômodos personagens para a petralhada em plena véspera da reeleição perdida. Entregar Pizzolato (ainda preso por falsidade ideológica e documental) será o troco dos italianos pelos petistas terem dado asilo ao ex-terrorista e ativista de esquerda Césare Battisti... O pior é que a Itália deve mandar junto todas as provas de transferências bancárias feitas na França, na Suíça e na própria Itália. Pizzolato teria usado nomes de italianos e marroquinos como “laranjas” para enviar dinheiro ao Brasil.
Antes que se desfaça a dúvida se Pizzolato realmente corre risco de vida ao voltar ao Brasil (como alegam seus defensores), complica-se a situação de outro personagem candidato a fazer companhia a Celso Daniel (prefeito de Santo André sequestrado, torturado, seviciado e assassinado em 2002 – um cadáver politicamente insepulto de um crime nunca esclarecido de verdade que apavora a cúpula petista). O candidato a arquivo-morto chama-se André Vargas que se desfiliou ao PT semana passada, muito PT da vida por ter sido abandonado pelo comando partidário. A mágoa maior de André é com ninguém menos que Luiz Inácio Lula da Silva – a quem atribui ter sido o autor de seu “justiçamento partidário”.
André só continua deputado federal, até quando der, para não ser imediatamente preso. Só a parte do processo da Operação Lava Jato que liga seu nome ao doleiro Youssef já tem 60 mil páginas. Seu caso deve superar o volume do gigantesco processo do Mensalão, já que a Polícia Federal ainda precisa transcrever o teor de 27 HDs apreendidos na Lava Jato. Mas o que mais apavora a petralhada é o teor nos dois computadores apreendidos na sede da Petrobras. Lá podem estar as memórias de negócios de Paulo Costa com o doleiro Youssef, na triangulação com André Vargas, e outros personagens ainda menos votados, mas que logo devem aparecer nas páginas policiais.
Para descontrair de tanta sacanagem, as intercepções telefônicas legais das Operações Miqueias (que apura fraudes em fundos de previdência municipais) e da Lava Jato já servem até de inspiração para um filme do gênero comédia romântica. A coluna de Felipe Patury, na revista Época, revela que, em 28 de fevereiro, às 8h 33min, o doleiro Yousseff e o deputado federal baiano Luiz Argôlo (Solidariedade) mantiveram um papo pra lá de carinhoso. Argôlo soltou: “Você sabe que eu tenho um carinho por você e é muito especial”. Como Youssef respondeu “e eu idem”, o parlamentar abriu o coração: “Queria ter falado isto ontem. Acabei não falando. Te amo”. Youssef retribuiu: “Eu amo você também! Muitooooooooooo”.
Não se sabe se, nesse caso, dá para provar a tese de que o amor verdadeiro seja um contraegoísmo... Mas o deputado federal baiano merecia ganhar de presente um CD com o sambinha do Jards Macalé com a antológica música com letra de uma palavra só: “Coração”. De novo Luiz Argôlo, agora em uma das 400 trocas de mensagens do doleiro Faued Traboulsi. O papo amoroso foi na saída do aeroporto de Brasília, onde o parlamentar era aguardado pelo homem das verdinhas para a carona em uma BMW X6 branquinha. Segundo relato da coluna de Ricardo Boechat, na revista IstoÉ, Faued comemora: “Estamos bem, hein!”. E Argôlo complementa: “A gente vai dominar este País!”
“Tá tudo dominado” – como se diz na gíria da marginalidade... Infelizmente, o domínio não se dá através do amor verdadeiro... Mas através de uma evidente paixão pela corrupção, mexendo com o instinto basicamente macabro do ser humano na sociedade capitalista, sempre correndo atrás de dinheiro, sexo e poder... O caso concreto, no estágio atual dos escândalos da Lava Jato, Porto Seguro e operações afins, é que existe alto risco de morte de muitos envolvidos cuja memória representem risco para a cúpula da organização criminosa. Infelizmente, muita gente pode morrer. Mas não vai morrer de amor... Com certeza...
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