Revelações Digitais?
Além do que pode respingar da Operação Lava Jato, muitos outros problemas não faltam para serem investigados cuidadosamente na Petrobras. As compras das refinarias Pasadena (Texas), Nansei (Japão) e San Lorenzo (Argentina). Aluguel de plataformas superfaturadas, terceirizações e quarteirizações milionárias, absolutamente sem controle e que podem ser fontes de “mensalões”, superfaturamento nos contratos bilionários de obras que mal começam e nunca terminam, como a Refinaria Abreu e Lima (Pernambuco) e o complexo Petroquímico do RJ (em Itaboraí).
A BR Distribuidora sofrerá uma devassa por causa das ações sobre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Além dela, merecem apuração também outras bilionárias “caixas Pretas” que envolvem as finanças da empresa: Petrobras International Finance (PFICO) e Petrobras Global Finance B. V. (sediada em Rotterdam, na Holanda, que capta euros e dólares para a estatal). Também precisa ser visto como ocorreram investimentos da Petrobras no fundo BB Millenium - operado em 2006 e 2007, com a ajuda de grandes bancos transnacionais e brasileiros. Sem falar de negócios com a Odebrecht (Brasken), White Martins (Gemini) e BGT Pactual (PetroÁfrica), entre outros.
Todos esses fatos, alguns com investigação da Polícia Federal ou denúncia pelo Ministério Público Federal, já bastariam para a abertura de uma CPI exclusiva para a Petrobras. Mas, se nenhuma CPI for aberta, nada se altera. A Justiça, se acionada, tem a obrigação de impedir que dirigentes da empresa e seus conselheiros saiam impunes, no final das contas, que rendem grandes prejuízos à União (acionista majoritária) e aos investidores minoritários.
Vale repetir as palavras do procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, definindo bem a situação surreal da estatal de economia mista: “A Petrobras está afundando. Há uma mistura de má gestão com o fato de ter se tornado um braço político do governo. Se a empresa não fosse pública, já tinha quebrado”.
Agora, o desafio é a energia para solucionar tantos problemas e tornar a Petrobras uma empresa com boa governança e lucrativa para os investidores e brasileiros que dela dependem.
Fonte:fonte: GLOBO
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