Pesquisar neste Blog

sexta-feira, 14 de março de 2014

PREJUÍZO É DO BRASIL..LUCRO É DA FIFA

Valcke afirma temer que Copa no Brasil seja considerada "a pior" 

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo
  • Estadão Conteúdo
    Atrasos gerados por incidentes comprometem prazo de entrega dos estádios da Copa
    Atrasos gerados por incidentes comprometem prazo de entrega dos estádios da Copa

VEJA TAMBÉM

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse, em entrevista reproduzida no jornal britânico "The Times", temer que a Copa do Mundo do Brasil seja considerada a pior já feita. Com o título "Caos brasileiro faz Fifa temer que Copa no Brasil seja a pior" ("Brazil chaos leaves Fifa warning of the 'worst' World Cup"), o "Times" destaca a preocupação de Valcke com a instalação dos sistemas de telecomunicações e TI (tecnologia da informação) nos estádios que serão utilizados na Copa do Mundo, que terá início no dia 12 de junho, no Itaquerão, em São Paulo.
O temor do cartola se refere ao fato de que, nas arenas que ainda não estão prontas (Itaquerão, Arena Pantanal, Beira-Rio e Arena da Baixada), os sistemas de telecomunicações que vão permitir que os celulares e computadores do público e da imprensa sejam capazes de transmitir dados ainda não foram instalados. Sobre este assunto, o secretário-geral da Fifa declarou ao jornal londrino: "Nós estamos trabalhando em condições em que o cimento (das novas arenas) ainda não está nem seco. Nós ainda temos que instalar todo o sistema de TI para a imprensa".
Para Valcke, tais condições são muito preocupantes: "Sem os sistemas de TI e de telecomunicações instalados nos estádios, vocês (jornalistas) vão dizer que que nós somos os piores organizadores, e que esta (Copa) foi o pior evento".  Ele continua: "Acontece que, para instalar um sistema de TI em um estádio, são necessários pelo menos 90 dias, então temos que trabalhar por todos que têm interesse (no sucesso da Copa)". Falta três meses para o início da Copa.
Na última terça-feira, o UOL Esporte entrou em contato com a Fifa para confirmar as declarações de Valcke. De acordo com Delia Fischer, chefe do departamento de relações com a imprensa da entidade, é preciso entender o contexto em que Jérôme Valcke emitiu essas opiniões. "Ele estava falando sobre a dificuldade de prazo que existe para que sejam instalados os sistemas de telecomunicações nos estádios. Caso aconteçam problemas nesta área, são os próprios jornalistas que dirão que esta foi a pior Copa", disse ela, que ressaltou: "O que o senhor Valcke quis dizer foi que temos todos que trabalhar juntos para vencer este desafio", completou Fischer.
Já a reportagem do "The Times", publicada no último dia 4, amplia o leque de críticas a outras pontos da organização brasileira para a Copa. De acordo com o jornal, "não é apenas a construção de estádios que está muito atrasada no Brasil: obras essenciais em aeroportos também estão atrasadas, e linhas de trens urbanos também não ficarão prontas a tempo do torneio. 
Alvo de críticas
O Brasil tem sido alvo de críticas da imprensa internacional nos últimos tempos, na medida em que a Copa do Mundo se aproxima e há ainda muitas obras por terminar. Uma das mais duras reportagens a respeito da preparação brasileira para a Copa veio da revista francesa So Foot, no último dia 3, quando faltavam 100 dias para o Mundial. 
Logo no título, a publicação cravou: "Viva a Bagunça Brasileira!" – a palavra usada originalmente foi bordel, que em francês pode significar um prostíbulo ou simplesmente uma grande bagunça. No texto, a revista discorreu sobre os problemas de diferentes cidades-sede do país, indicando que em algumas é melhor "ver a Copa pela televisão".
Na última terça-feira, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, comentou a publicação: "Nós estamos fazendo nosso trabalho. Os estádios estão sendo construídos, os responsáveis estão fazendo o que podem fazer de melhor, mesmo quando há infortúnios. Não tenho tempo para saber o que a imprensa francesa pensa da própria França ou da Copa. A imprensa é livre, inclusive a nossa, para dizer o que quer. E nós somos livres para concordar ou não", disse.

Nenhum comentário: