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segunda-feira, 10 de março de 2014

É DEMAIS !

Administrador do Cemitério explica, com detalhes, na CNV a Vala de Perus



Após 24 anos , finalmente, é confirmada, oficialmente, a minha versão sobre a Vala do Cemitério de PerusPor Carlos Alberto Brilhante Ustra – Cel Ref
Na década de 70, em São Paulo, os terroristas mortos em combate com agentes do DOI/CODI/II Exército eram, imediatamente, retirados do local onde morriam e conduzidos para as  dependências do DOI, onde eram identificados.
A perícia no local era impossível fazer porque os Grupos Táticos Armados (GTA) poderiam chegar de surpresa para resgatar os corpos ou então eliminar quem preservava o local durante o trabalho dos peritos. Vivíamos uma verdadeira guerra, combatendo inimigos que não usavam uniformes e que agiam infiltrados no seio do povo.
Imediatamente, entrávamos em ligação com o DOPS que providenciava o transporte do corpo para o Instituto Médico Legal, onde era feita a autópsia e a seguir o sepultamento. Normalmente eram sepultados no Cemitério de Perus, sempre em covas rasas, em caixões de madeira, no espaço reservado aos indigentes.
O nosso trabalho se encerrava quando  os corpos eram retirados do DOI . A autópsia era da responsabilidade do IML e o sepultamento  do Serviço de Sepultamento da Prefeitura.

Como atuavam na clandestinidade, os terroristas portavam uma carteira de identidade com outro nome que não o seu, fornecida por um órgão de identificação que se baseava numa certidão de nascimento falsa, por eles obtida em cidades do interior.

A certidão de óbito era feita com os dados desta carteira de identidade que, apesar de constar o nome  de outra pessoa, era verdadeira porque fora obtida num serviço de identificação e as impressões digitais e a foto eram as do falecido.

Normalmente  dávamos uma cópia desta identidade para a imprensa que noticiava as circunstâncias em que o terrorista morrera.
Em 1990, Luiza Erundina, então prefeita de São Paulo pelo PT, com a força do seu cargo, ajudou a esquerda no processo de “denúncias” contra os militares que combateram a luta armada, criando a Comissão Especial de Investigações das Ossadas de Perus.

Em 4 de setembro daquele ano, a prefeitura de São Paulo abriu com grande estardalhaço, com manchetes e mais manchetes na mídia, a Vala de Perus, localizada no Cemitério Dom Bosco, na periferia da cidade, onde estavam enterradas 1.049 ossadas de indigentes e, possivelmente, de alguns terroristas.
Ainda em setembro desse ano, no dia 17, instalou-se  na Câmara Municipal de São Paulo uma CPI para investigar as “irregularidades” na Vala de Perus.
De acordo com www.desaparecidospoliticos.org.br“em seis meses de atividades da CPI, foram realizadas 42 sessões ordinárias, uma extraordinária, várias diligências ao Sítio 31 de março de 1964, em Parelheiros, três visitas à Secretaria de Segurança Pública, cinco à Prefeitura Municipal, uma ao DHPD, duas ao Departamento de Comunicação Social da Secretaria de Segurança Pública, duas à Polícia Federal, duas ao Cemitério de Perus e duas à UNICAMP.”
 No dia 09/04/2003, o Serviço Funerário do Município de São Paulo publicou no Portal Prefeitura de São Paulo, sob o título: “SFMSP ajuda a resgatar a história política do Brasil”, uma matéria da qual destacamos:
“O Serviço Funerário também participou ativamente da localização das ossadas de mais de mil militantes políticos que foram assassinados e enterrados em vala clandestina do Cemitério de Perus. No dia 4 de setembro de 1990, os corpos foram exumados para análise e identificação.”
 Segundo a ONG Tortura Nunca Mais, foram 358 os mortos e desaparecidos em todo o Brasil e no exterior, incluídos os do Araguaia, os que se suicidaram, os que faleceram em acidentes de carro, os mortos em passeatas e arruaças. Já Nilmário Miranda, em seu livro Dos filhos deste solo, aponta 420 mortos, dos quais 23, segundo ele, não têm motivação política e um dos “mortos”, Wlademiro Jorge Filho, está vivo (página 468 do seu livro). O número portanto cai para 396 mortos.
De onde esse Serviço Funerário da Prefeitura, na época de Marta Suplicy do PT, tirou os mais de mil militantes políticos, enterrados na Vala de Perus? Por que mentir de forma tão leviana? Por que empregar a teoria de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, de que a mentira, muitas vezes repetida, se torna uma verdade? Qual o interesse da prefeitura e por que a irresponsabilidade em afirmar o que é inverídico?
Segundo a matéria, nenhum terrorista foi morto em combate com os órgãos de segurança, todos foram assassinados, e a vala comum,  passou a ser clandestina.
Depois da “descoberta da vala clandestina” foi erguido um muro como Memorial no mesmo local onde a vala se situava e até o arcebispo de São Paulo, D. Evaristo Arns, numa determinada data, que penso ser no Dias de Finados, lá rezou uma missa pela intenção dos “combatentes mortos pelos militares e ali enterrados clandestinamente”.
No dia 04/09/2012 foi feito o lançamento na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo o livro “Vala Clandestina de Perus”

Da redação jornal Brasil de Fato:
Será lançado na terça-feira ,04/09/2012 , na capital paulista, o livro “Vala Clandestina de Perus - desaparecidos políticos, um capítulo não encerrado da história brasileira”. O lançamento ocorrerá na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a partir das 19h.
A publicação relembra a abertura da vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em 1990, de onde foram retiradas 1049 ossadas não identificadas. A ação possibilitou o início de uma série de investigações, que puderam desvendar à sociedade, pela primeira vez, as atrocidades da ditadura civil-militar.
Familiares de vítimas e movimentos de defesa dos direitos humanos descobriram a vala no final da década de 1970, enquanto faziam buscas por seus parentes. Entretanto, a vala só pode ser aberta mais de dez anos depois, com o auxílio da então prefeita, Luiza Erundina.
A vala foi apenas um dos crimes registrados no Cemitério de Perus, construído em São Paulo na gestão de Paulo Maluf na Prefeitura. Desde sua inauguração, em 1971, o local foi marcado por irregularidades. Para lá eram levados indigentes, vítimas do esquadrão da morte e militantes políticos assassinados pelo regime. Os crimes renderam a Maluf e a outras autoridades da época ação civil por ocultação de cadáver.
Depois da abertura da vala, foi criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar esse e outros crimes. Os depoimentos e outros registros dos desdobramentos do caso estão no livro, que ainda reúne textos do presidente da Comissão de Anistia do governo federal Paulo Abrão, da ex-prefeita Luiza Erundina, do vereador Ítalo Cardoso e da ex-vereadoraTereza Lajolo, que fizeram parte daquela CPI; de Ivan Seixas, Maria Amélia Teles e Suzana Lisboa, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos; dos procuradores regionais da República Eugênia Augusta Gonzaga e Marlon Alberto Weichert, do antropólogo forense peruano José Pablo Baraybar, que estuda o assunto na América Latina; e do jornalista Luiz Hespanha, pesquisador da história da ditadura civil-militar instalada no Brasil em 1964”. 
A  calúnia da esquerda crescia, cada vez mais, sempre com o intuito de denegrir os militares, até que por um descuido do patrulhamento ideológico da esquerda, em 24/02/2014, o 
Corpos de militantes sepultados em Perus eram marcados como terroristas, diz ex-administrador
Eles eram enterrados como indigentes em caixões simples de madeira e em covas rasas separadas”
GUSTAVO URIBE (EMAIL • FACEBOOK • TWITTER)
Publicado: 24/02/14 - 14h26
Atualizado: 24/02/14 - 17h48
SÃO PAULO – Os corpos de militantes de esquerda que eram sepultados como indigentes no Cemitério de Perus, em São Paulo, muitos deles desaparecidos até hoje, chegavam sob forte esquema de segurança da ditadura militar e eram identificados na declaração de óbito com uma letra “T” vermelha, de “terrorista”. Em depoimento nesta segunda-feira à Comissão Nacional da Verdade, o ex-administrador do Cemitério de Perus Antonio Pires Eustáquio, que esteve à frente do posto entre 1976 e 1992, relatou que, segundo funcionários do cemitério que trabalharam no local no início dos anos 1970, os corpos eram enterrados como indigentes em caixões simples de madeira e em covas rasas separadas.
- Nas declarações de óbito, havia informações mínimas dos corpos que chegavam. E, normalmente, alguns vinham com uma letra “T”, vermelha. Eu descobri depois que ela se referia a terrorista. Essa declaração ficava em minha posse e, depois do sepultamento, ela era usada para efetuar o registro de óbito. A letra “T” vinha em cima da declaração de óbito – contou.
De acordo com ele, os corpos dos militantes de esquerda eram enterrados nas mesmas quadras que os demais indigentes.A diferença é que eles chegavam ao cemitério acompanhados de militares e policiais e costumavam ser trazidos individualmente em camburões. Na época, ele chegou a devolver alguns corpos que não batiam com as descrições físicas presentes nas declarações de óbito. O ex-administrador do Cemitério de Perus não soube quantificar a quantidade de fichas identificadas com a letra “T”, mas ressaltou que eram poucas.
- Segundo funcionários da época, no início quando chegava o corpo daqueles que eles chamavam de terroristas, vinha às vezes um só. Não era comum, porque quando eram indigentes comuns vinham cinco ou seis no mesmo camburão. E quando chegava um militante, vinha um aparato político junto, um forte esquema policial de militares e carros oficiais. E ficavam no portão do cemitério e não deixava entrar ninguém até que fosse sepultado aquele corpo "– disse.
Comento: Nenhum militar do Exército acompanhava o sepultamento. Se militares foram vistos nesta ocasião só poderiam ser policiais militares colocados à disposição do DOPS.
Ele relatou também que houve uma preocupação da administração funerária de São Paulo, na década de 1970, em dar fim aos restos mortais. A solução encontrada foi abrir uma vala comum, na qual foram despejadas as ossadas de cerca de 1.500 pessoas. Ele foi informado que, na vala comum, foram sepultados entre seis e oito militantes de esquerda. De acordo com ele, após a Anistia Política, ele foi orientado, em uma reunião na capital paulista, a “não fazer alarde” e nem dar entrevistas sobre a vala comum. O pedido foi feito por membros da administração funerária em São Paulo durante a gestão de Mário Covas (1983-1985).
- Na reunião, os meus superiores do serviço funerário lembraram que havia tido a anistia e que apareceriam muitos curiosos procurando por pessoas desaparecidas. E pediram que eu não mostrasse o livro (de óbitos). Era para ele (Mário Covas) estar presente, mas ele não foi – disse.
Comento: Acredito que a ausência de Mário Covas a que ele se refere, seria  na reunião na capital paulista com a administração funerária de São Paulo.
O ex-administrador do Cemitério de Perus afirmou ainda que foi ameaçado de morte após a descoberta da vala e teve de se esconder no interior do estado de São Paulo, abandonando seus familiares.(...)”
 Portanto, está esclarecida a verdadeira história da Vala clandestina do Cemitério de Perus.
 
Quem mandou abrir a vala e lá despejar os corpos dos indigentes,  entre eles seis e oito terroristas, foi a administração funerária de São Paulo, subordinada à Prefeitura Municipal de São Paulo, durante a gestão do prefeito Mário Covas
no período de  maio de 1983 até 1º de janeiro de 1986.
É impossível que Luiza Erundina, em 1990, quando fez o estardalhaço sobre a Vala de Perus, não soubesse que as 1049ossadas colocadas na vala, foram lá  depositadas por ordem da prefeitura . Também, é impossível acreditar que  e os inquéritos abertos por Erundina não chegassem à esta mesma conclusão.
Seria conveniente, em nome da verdade e da justiça, que os responsáveis pelo Memorial apagassem os dizeres que lá estão caluniando os militares e colocassem o nome da Prefeitura de São Paulo, cujo prefeito era o Sr Mário Covas, como o responsável pela abertura da Vala de Perus e por ter nela despejado as 1049 ossadas e entre elas as de os seis a oito terroristas.
E agora, a Comissão Nacional da Verdade vai ficar com qual versão? A de Erundina ou a do administrador de Cemitério de Perus?

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