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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O brasileiro admite......Rouba mas faz...

Corrupção

59% de aprovação? “Mas, pode-se dizer, é um grande mal ser enganado. Há um pior ainda: não ser

Por Jose Reis Barata Barata, em 23/01/2012 às 01:31, 2 comentários.


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  • 59% de aprovação? “Mas, pode-se dizer, é um grande mal ser enganado. Há um pior ainda: não ser enganado – Erasmo, R.”
    Nova pesquisa e lá está estampada mais uma descarada e estrepitosa mentira no país da esperteza, no país das antas: governo da presidANTA com 59% de bom e ótimo.
    Este discurso é mentiroso simplesmente por não refletir a realidade dos fatos; pela contradição nos seus próprios termos.
    O pequeno trecho que copio a seguir de Claude Jessua me fornece a base para o que percebo:
    “Nada poderia ser mais falso: se, conforme escreveu Lênin, “OS FATOS SÃO OBSTINADOS” é necessário admitir que ideologias, preconceitos e sistemas de pensamento o são ainda mais.”
    Os escândalos tipificados pela corrupção, furto e roubo de recursos públicos foram e é a rotina e marca do atual governo. Isto é fato na cabeça de gente séria e não exige pesquisa complexa ou austera interpretação matemática. Recuso-me a conversar com quem discorde. Por outro lado, em contrapartida, também é inadmissível crer que alguém aprove, fique feliz, considere bom ou ótimo ser furtado.
    Então, onde se esconde a contradição. Ora! No florido e festivo féretro da moral brasileira: “onde todos são ladrões, ninguém o é.” O mais fica pela grandeza do crime que inviabiliza a apuração dele, ou seja: o furto da esperança na lei que perfaz uma nação.
    Certo que não invado a frieza numérica da pesquisa em seus resultados interpretativos duvidosos por si, pela contradição que apresenta; menos ainda o sempre incógnito e flexível método utilizado e opções espúrias oferecidas na prática de aplicação dele. Números – bem mais do que as palavras – necessitam de interpretação; e, pesquisas produzem números que são a maior falsidade já produzida pela razão humana: “Mas o formalismo matemático, cujo meio é o número, a figura mais abstrata do imediato, fixa, em vez disso, o pensamento na mera imediatez – HORKHEIMER, Max; ADORNO, Theodor W ”.
    Num país em uma conjuntura marcada pela dúvida, descrença e esperteza, onde o apogeu da máxima oriunda da sabedoria popular: “farinha pouca meu pirão primeiro” é indiscutível, somente estas duas vertentes já se impõem como definitivas para desacreditar, no mínimo por em dúvida o significado de qualquer pesquisa por mais verdade que ela contenha.
    Que o homem sempre decide segundo sua própria e particular motivação parece que rejeita argumentos comprobatórios. Assim, no bojo de um ciclo meramente financeiro global confuso, pouco nítido; de uma infernal jogatina universalizada; transferidor de salários e recursos naturais e não de renda cada vez mais acumulada erodindo a economia; uma cínica e generalizada hipocrisia impera: roubam, mas distribuem! Não se percebendo, assim, que a origem do furto que enriquece poucos e atola na miséria definitiva milhões é o seu próprio patrimônio.
    Não importa que o “governo” seja ladrão, desde que eu receba meu quinhão.
    “…:a pobreza é sórdida porque coloca os homens sobre o ditame absoluto de seus corpos, isto é, sob o ditame absoluto da necessidade que todos os homens conhecem pela mais íntima experiência e fora de qualquer especulação – H. Arendt”

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