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terça-feira, 25 de novembro de 2014

É UMA VERGONHA !

Avassalador

 por Gustavo Krause


Segunda-feira, 16/11/14, em entrevista coletiva, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, declarou o seguinte: “Temos contratos com a SBM de operação de oito FSOPS (navios-plataformas) com performance acima da média. Não vamos interromper contratos com ela nem com outras empreiteiras que estão trabalhando conosco até que tenhamos informações que sejam tão avassaladoras assim que justifiquem que nós encerremos os contratos”.
A declaração merece detida análise.
Vamos a ela: a Sra. Graça Foster fez esta declaração ao admitir que sabia do caso de suborno, embora, em junho, quando prestou depoimento na CPI Mista da Petrobras, mencionou, apenas, possíveis erros de “um trabalho técnico”; (b) a SBM Offshore, empresa holandesa, informou, em maio, que houve pagamento de propinas a funcionários da Petrobras; (c) a referida empresa celebrou um acordo com o Ministério Público holandês e comprometeu-se a pagar 240 milhões de dólares para encerrar as investigações; (d) no entanto, segundo a presidente da empresa, a SBM não participará de “nenhuma licitação” e, quanto aos contratos em curso, eles serão mantidos a não ser que informações “tão avassaladoras assim que justifiquem que nós encerremos os contratos”.
Inacreditável, mas real. “Avassalador” é, convenhamos, um adjetivo assustador. “Os adjetivos passam, e os substantivos ficam” ensinava o gênio da raça, Machado de Assis. Particularmente, entre dois adjetivos escolho um substantivo. No caso, o substantivo é suborno, corrupção, escândalo que valem por si sós, independente dos qualificativos.
Neste sentido, a Sra. Foster, ao adjetivar, quis revelar as proporções gigantescas da pilhagem que sofreu a Petrobras. Mais que uma grande empresa, a Petrobras é um verdadeiro símbolo do nosso progresso e da nossa capacidade de explorar, ainda hoje, a mais cobiçada das fontes energéticas, o petróleo; uma obra que mobilizou forças nacionalistas bem intencionadas; obra construída com o suor de milhares de trabalhadores decentes, dedicados, competentes, afirmando, perante o mundo, um valioso patrimônio de saberes tecnológicos e de possibilidades econômicas. Hoje, anda olhando pro chão, triste, envergonhada, enfraquecida.
Com efeito, testei o sentimento das pessoas, indagando o que entendiam por avassalador e houve uma coincidência na associação de ideias: um tsunami. Ou seja, a percepção desviou do sentido etimológico de avassalador, que avassala, que torna vassalo; desviou, inclusive, do sentido figurado segundo o qual avassalar é dominar, submeter, cativar, seduzir; vai, além da construção poética de Lenine, na música, “Aquilo que dá no coração/E nos joga nessa sinuca/que faz perder o ar e a razão/E arrepia o pelo da nuca/Aquilo reage em cadeia/Incendeia o corpo todo/Faísca, risca, trisca, arrodeia/Dispara o tiro certeiro/Avassalador/Chega sem avisar/Toma de assalto, atropela..”
A rigor, a palavra conota destruição. E, de fato, o que está em jogo é um conflito entre as forças destruidoras da corrupção e a resistência das nossas instituições, por consequência, o êxito ou o fracasso de um projeto de nação.
Infelizmente, o projeto de poder, colocado em prática pelo conjunto de forças políticas hegemônicas, tem como estratégia o aparelhamento do Estado, o discurso e a ação populista de sedução das massas, a cooptação dos movimentos sociais e da base parlamentar mediante o argumento infalível do dinheiro.
Em paralelo, a dialética dos donos do poder obedece a uma fórmula simples e eficaz: eu faço, mas quem não faz?, patifaria com patifaria se anulam, e mais, abre-se a vala comum, com a ajuda o sentimento de desencanto com os políticos, e… é tudo igual. As mídias disponíveis e subservientes se encarregam de bombardear a consciência dos cidadãos.
Tudo é feito em nome de uma grande causa. Os fins justificam e legitimam os meios: roubar é expropriar; matar é justiçar; mentir? legal, desde que os resultados apareçam. Afinal de contas, a pureza dos propósitos está contida no determinismo da marcha da história, na superioridade ética do “novo homem” e na utopia do “novo mundo” onde jorrará leite e mel.
Se vai jorrar leite e mel, duvido. É mais provável que, ao se enfiar o dedo em qualquer ponto do amplo espectro dos malfeitos (detestável eufemismo para a grossa bandalheira), vai jorrar um líquido escuro e viscoso.
Não é petróleo. É lama mesmo. Avassaladora.

Fonte:https://www.facebook.com/edvaldo.morais.

O RASTRO DE MUITA LAMA...

MPF viaja para a Suíça para recuperar dinheiro roubado da Petrobras. Paulo Roberto Costa tem R$ 68 milhões depositados em apenas uma conta.

Dois procuradores do Ministério Público Federal (MPF), responsáveis pelas investigações da Operação Lava-Jato, embarcaram nesta segunda-feira para a Suíça para tentar localizar o dinheiro que pode ter sido desviado da Petrobras para contas no país. O Ministério Público suíço localizou e deve entregar extratos de uma conta do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, acusado de participar do esquema de cobrança de propina, informou o “Jornal Nacional”, da Rede Globo. A conta do ex-executivo da Petrobras tem saldo de cerca de US$ 27 milhões. 

A força-tarefa do MPF tentará descobrir a origem do dinheiro e procurar se foram feitas transferências para outros envolvidos no esquema. Os procuradores também vão procurar provas de que outros envolvidos na Operação Lava -Jato tenham movimentado dinheiro no exterior. Entre eles, está outro ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, que está preso em Curitiba, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Conforme Paulo Roberto Costa, eles também participavam do esquema, sendo que Baiano seria operador do PMDB nos desvios de dinheiro da Petrobras. 

A informação foi corroborada por outro executivo, da empresa Toyo Setal, chamado Júlio Camargo. Em um depoimento à Polícia Federal, ele garantiu ter feito depósitos no valor de R$ 6 milhões. A quantia, afirmou, era para a diretoria de Serviços, comandada por Duque. A maior parte foi depositada no banco Credit Suisse, em contas indicadas por Duque e pelo subordinado dele, o gerente de Serviços da estatal, Pedro Barusco.

Júlio Camargo também disse que repassou entre R$ 12,5 milhões e R$ 15 milhões para Fernando Baiano. Segundo o executivo da Toyo Setal, esse dinheiro foi levado para um banco no Uruguai e para várias contas indicadas pelo lobista no exterior. Com a identificação de todas essas contas e movimentações, o MPF pretende, o mais rápido possível, iniciar os processos para repatriar o dinheiro. (O Globo)

PASSAR RECIBO DE CORRUPÇÃO ? CERTEZA DE IMPUNIDADE...

TERÇA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2014

Mesmo com provas de superfaturamento apresentadas pelo TCU, Dilma Rousseff recebeu obras em caráter definitivo, sem ressalvas,"oficializando" a corrupção.

Dilma inaugurando o Canal do Sertão Alagoano, junto com Fernando Collor de Mello: ela sabia que a obra tinha um superfaturamento de R$ 37 milhões, segundo relatório do TCU. Obra foi feita pela Queiroz Galvão, envolvida até o pescoço na Operação Lava Jato.

O Tribunal de Contas da União (TCU) deve pressionar o governo a "devolver" obras públicas nas quais foram detectadas irregularidades graves. A estratégia para tentar reaver parte do gigantesco rombo causado por serviços mal executados e superfaturados prevê uma recomendação para que sejam anulados os "termos de recebimento definitivo" das obras, documento pelo qual o governo atesta que os empreendimentos foram devidamente entregues pelas construtoras.

O plano de invalidar o recebimento já é avaliado para alguns processos referentes à Ferrovia Norte-Sul, uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na qual o TCU identificou até agora R$ 538 milhões em sobrepreço. Desse montante, quase R$ 185 milhões vieram de contratos com as empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato. Apesar das várias irregularidades previamente apontadas, vários trechos da estrada de ferro já foram concluídos e entregues ao governo.

Uma lista de empreendimentos fiscalizados pelo TCU aponta que não se restringe à Petrobras o roteiro de irregularidades em contratos bilionários entre o governo e as principais construtoras do país. Obras rodoviárias, de abastecimento de água, metrô e até a construção de uma universidade entraram no rol dos negócios sobre os quais pairam indícios sérios de malfeitos graves.

Um dos mais emblemáticos é a Norte-Sul. Segundo o TCU, o governo não observou as normas legais e contratuais relativas à responsabilização das construtoras pela deficiência de qualidade da obra do trecho que liga os municípios de Ouro Verde e Jaraguá, em Goiás. Os problemas resultaram em um dano de R$ 14 milhões ao erário, o que levou o tribunal a solicitar - sem sucesso - que a empreiteira Constran arcasse com o prejuízo.

"Diante de tais não conformidades, a comissão sugeriu à Valec retenção, estorno e glosa dos valores apontados, bem como a aplicação de sanções. No entanto, a Valec não comprovou o saneamento dessas não conformidades, nem a responsabilização das contratadas", diz o documento. De acordo com o TCU, a Valec emitiu termo de recebimento definitivo (TRD) da obra "sem constar nenhuma pendência".

Diante de tal cenário, uma saída analisada no tribunal é solicitar a anulação do ato pelo qual a obra foi entregue. Isso só pode acontecer, entretanto, após esgotadas as oitivas com as empreiteiras, que estão em andamento. Se os argumentos para o sobrepreço não convencerem, a área técnica do TCU poderá recomendar a algum ministro que submeta ao plenário a anulação do TRD - que protege juridicamente as empreiteiras contra qualquer questionamento. A anulação desse documento é inédita no tribunal e, caso venha a ser aprovada, tende a gerar uma batalha judicial com as empreiteiras.

O lote citado pelo TCU foi entregue em março de 2013 pela Constran. Ao Valor, a empresa informou que sempre prestou esclarecimentos ao TCU e que ainda não há decisão final sobre o caso apontado. O tribunal de contas viu indícios de sobrepreço em vários outros trechos da Norte-Sul tocados por empreiteiras envolvidas na Lava Jato. Há irregularidades, por exemplo, em contratos com Queiroz Galvão e Camargo Correa.

A Queiroz Galvão aparece em pelo menos outras quatro grandes obras com sobrepreço identificado pelo TCU. A empreiteira liderou o consórcio responsável pela construção de dois lotes da Vertente Litorânea, adutora de 112 km que levará água do rio São Francisco para 13 municípios da Paraíba. Foi detectado um sobrepreço de pelo menos R$ 33 milhões nas obras.

Outro projeto hídrico com as digitais das empreiteiras citadas na Lava Jato é o Canal do Sertão Alagoano. A construção do primeiro trecho, de 45 km, foi firmada mediante um contrato de R$ 240,8 milhões entre a Queiroz Galvão e a Secretaria de Infraestrutura de Alagoas. Sete aditivos foram acordados. No último, houve acréscimo de 45,7% no valor contratual. O sobrepreço apurado é de R$ 37 milhões.

Ainda na região Nordeste, a Queiroz Galvão liderou o consórcio construtor da linha sul do metrô de Fortaleza. O TCU recomendou retenção dos repasses para a obra, que tem sobrepreço estimado em R$ 44 milhões. Entre as justificativas dadas pelo consórcio para os valores, chegou a ser mencionado o trânsito caótico da capital cearense, que teria diminuído sensivelmente a velocidade média dos caminhões que abasteciam de insumos os canteiros de obras.

A empresa ainda aparece ao lado da OAS na implantação e pavimentação da rodovia BR-448, no Rio Grande do Sul, onde o TCU identificou superfaturamento de R$ 56 milhões. Questionada, a Queiroz Galvão reiterou apenas que todos os seus contratos seguem a legislação vigente. A assessoria de imprensa da OAS não respondeu.

Outra obra rodoviária contestada pelo tribunal é a duplicação BR-381, em Minas Gerais, que tem a Engevix como sócia. De acordo com a fiscalização, o consórcio alterou premissas do projeto básico e entregou um traçado mais sinuoso e ondulado do que o previsto. A empresa não se manifestou. Não bastassem as obras de infraestrutura, até a Universidade Federal de Integração Latino-Americana surge no radar dos contratos suspeitos. O TCU viu riscos de prejuízo de R$ 14 milhões e "atrasos injustificáveis" na construção do campus de Foz do Iguaçu (PR). Responsável pela obra, a construtora Mendes Júnior não respondeu. (Valor Econômico)

Viva a responsabilidade fiscal da Dilma! Achacadores do PT e do PMDB emitem nota e recolhem imposto da propina recebida.

Primeiro dos executivos presos na Operação Lava-Jato a admitir que pagou propina no esquema da Petrobras, Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, trouxe à tona um novo nome a ser investigado. Trata-se do empresário Shinko Nakandakari, que, segundo o executivo, atuava como operador do esquema de corrupção na Diretoria de Serviços da Petrobras, comandada por Renato Duque, ao lado de Pedro Barusco, ex-gerente executivo da área de Engenharia da estatal que se dispôs a contar o que sabe ao Ministério Público Federal e devolver US$ 97 milhões. Os advogados de Fonseca entregaram nesta segunda-feira à Justiça Federal do Paraná várias notas fiscais relativas à propina. Elas foram emitidas a favor da LFSN Consultoria e Engenharia, no valor de R$ 8,863 milhões, e teriam como finalidade pagar a propina a políticos. 

 
A LFSN Consultoria pertence a Shinko, a Luís Fernando Sendai Nakandakari, que seria filho dele, e a Juliana Sendai Nakandakari. O endereço informado à Receita Federal é um apartamento num prédio residencial no bairro do Brooklin, na Zona Sul de São Paulo, que está em nome de Luís Fernando. Os pagamentos da Galvão foram feitos por meio de transferências eletrônicas a Luís Fernando e Juliana. Nas notas, aparece que o pagamento foi feito por serviços prestados. 

As notas fiscais — várias delas com o valor de R$ 660 mil — foram emitidas entre 2010 e 2014. Segundo a planilha de pagamentos apresentada à Justiça pela Galvão Engenharia, o primeiro pagamento ocorreu em novembro de 2010 e o mais recente é de 25 de junho de 2014 — cerca de dois meses depois de a Operação Lava-Jato ter sido deflagrada pela Polícia Federal. As notas têm valores entre R$ 115 mil e R$ 750 mil.

Fonseca se dispôs a fazer acareação com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e com o doleiro Alberto Youssef, na tentativa de provar à Justiça que, ao contrário da acusação que lhe é imputada, ele não fazia parte da organização do cartel de empreiteiras, mas foi vítima de extorsão. É o mesmo argumento apresentado em depoimento pelo vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, que pagou R$ 8 milhões ao doleiro. 

Em depoimento à Justiça, Fonseca afirmou que cedeu à pressão de Shinko porque a Galvão Engenharia vinha sendo sucessivamente preterida, e o nome da empresa havia sido excluído da lista das “convidadas” a participar da licitação. Disse ainda que o dinheiro era destinado ao caixa do PP.
Shinko Nakandakari é um dos denunciados num processo de improbidade administrativa envolvendo a construtora Talude, contratada pela Infraero para obras no aeroporto de Viracopos, em Campinas. 

O valor inicial do contrato, assinado em 2000, foi de R$ 13,892 milhões. Seis meses depois da assinatura, foi feito um aditivo de R$ 1,904 milhão. O segundo aditivo, de R$ 1.540.352,97, ocorreu em 2011. Para o Ministério Público Federal, não havia razões para firmar os aditivos, que tornaram a obra mais cara. O caso está na Justiça.

Fonseca cumpre prisão preventiva na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ao pedir pela liberdade dele, os advogados argumentam que a Galvão Engenharia pertencia ao “grupo A”, a elite de fornecedores da Petrobras, mas havia deixado de receber os convites da estatal para disputar licitações. Inconformada, a construtora teria encaminhado pelo menos 20 requerimentos à Petrobras, entre 2006 e 2014, relembrando aos executivos da estatal o padrão de excelência de seus serviços e pedindo que fosse incluída em certames em curso.
Os advogados dizem ainda que, se estivesse participando de um “conluio” com outras empreiteiras, a Galvão Engenharia não precisaria pedir à Petrobras que a convidasse para as licitações. Os depoimentos de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef incriminam Fonseca. Costa afirmou que ele participava do esquema de cartel, e Youssef diz ter tratado com ele o fechamento de contratos entre a Galvão Engenharia e suas empresas de fachada, como forma de viabilizar o pagamento das propinas. Foram apreendidos pela PF contratos da Galvão Engenharia com empresas que eram usadas pelo doleiro para movimentar recursos ilícitos. A empresa depositou pelo menos R$ 4,179 milhões na conta da MO Consultoria, uma dessas firmas de fachada. 

A Galvão informa ter participado de 59 licitações na Petrobras. Os contratos individuais da empresa com a estatal, entre 2009 e 2013, somaram R$ 3,474 milhões. A Galvão atuou também em consórcios. Na semana passada, o advogado de Fonseca, José Luis Lima, disse que a empresa obteve contratos com a Petrobras “de forma lícita”, mas depois passou a ser vítima de extorsão. ( O Globo )

domingo, 23 de novembro de 2014

COMO FICA OS INVESTIDORES ?

Conhecida na Petrobras como "Ruivinha", por estar toda enferrujada, Pasadena deu prejuízo contábil de U$ 530 milhões.


A polêmica refinaria de Pasadena já era malvista pela área técnica da Petrobras desde o início do processo de avaliação para a aquisição. O desconforto era tal que a refinaria americana tinha um curioso apelido dados por funcionários antes da realização da compra. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, que no cargo desde 2003, contou em depoimento à Comissão Interna de Apuração que a refinaria era chamada de “ruivinha”, e explicou o motivo mostrando o desconforto com o negócio: Pasadena estava toda enferrujada. 

“Pessoas desta sede viajaram para avaliação in loco, e houve reação negativa dessas pessoas, que não gostaram do que viram e apelidaram a refinaria de ruivinha, porque estava tudo enferrujado. Havia sentimento muito negativo, mas também desejo muito forte da área Internacional de que o negócio ocorresse”, disse Barbassa em 13 de maio deste ano. 

Apontado no relatório da comissão como principal articulador do negócio e responsável em dez das 11 irregularidades levantadas pela investigação interna, o ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró atribuiu o mau estado de conservação à falta de preocupação dos americanos com “aparência”. Ele foi ouvido antes de Barbassa, em 5 de maio. 

“Questionado sobre as recomendações iniciais das avaliações, com itens apontando deficiências, o depoente declara que as refinarias nos EUA não têm a mesma preocupação com a aparência como ocorre com as da Petrobras (meio-fio pintado de branco, tanques pintados etc.)”, registra o extrato do depoimento do ex-diretor internacional. Cerveró foi além, dizendo que eventuais problemas nunca foram apontados pela área técnica como “algo inaceitável ou irreparável”. Destacou que a refinaria nunca tinha sido proibida de operar nos EUA. 

PREJUÍZO CHEGA A US$ 530 milhões
O GLOBO teve acesso ao relatório da comissão e aos extratos dos depoimentos prestados. Além de Cerveró, foram apontados como responsáveis pelas irregularidades o ex-presidente José Sérgio Gabrielli, os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Jorge Zelada e cinco funcionários. O documento foi encaminhado à área jurídica, para se avaliar a obrigatoriedade de enviá-lo ao Ministério Público Federal. A refinaria foi comprada da belga Astra Oil por US$ 1,25 bilhão, em 2 operações. A Petrobras já reconheceu prejuízo contábil de US$ 530 milhões. 

Em seu depoimento, Barbassa fez diversas críticas ao negócio. Para ele, o processo de compra foi “bem rápido”, e a Diretoria Internacional tinha autonomia “muito grande” e adotava procedimentos “mais simplificados”. Destacou que a compra da 1ª metade começou a ser negociada no fim de 2005, e em fevereiro de 2006 já foi aprovada pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração. Barbassa disse que a diretoria, em fevereiro, não sabia das cláusulas Marlim e “put option”, que garantiam rentabilidade mínima à sócia e obrigavam a Petrobras a comprar a 2ª metade em caso de desacordo comercial. Afirmou que as cláusulas estavam no anexo XXX e só foram conhecidas após aprovado o negócio. Mas frisou que isso ocorreu antes da assinatura do contrato, em setembro de 2006. Disse que o negócio não foi desfeito pois, na Diretoria Internacional, “havia muita vontade de levar adiante”. 

Barbassa contou que só em 2007 sua diretoria conseguiu precificar a cláusula Marlim, e passou-se a saber quanto representariam os 6,9% de rendimento mínimo à Astra. Não disse qual seria esse custo, mas frisou não ser usual que se oferecesse ao vendedor parte do que seria ganho no futuro. Observou que a ampliação da refinaria para 200 mil barris/dia foi adiante mesmo estando no contrato a manutenção em 100 mil barris/dia. Isso gerou briga com a sócia. Afirmou que a compra da 2ª metade foi negociada para se livrar das duas cláusulas. Barbassa disse que Pasadena deu prejuízo todos os anos até 2013 e defendeu seu fechamento. 

Cerveró apoiou a condução do negócio. Disse não ser comum se alongar sobre “cláusulas de saída” quando se negocia proposta de compra. Seu advogado, Edson Ribeiro, enviou depois carta registrando que a responsabilidade pela compra era do Conselho de Administração, então presidido pela presidente Dilma. Gabrielli também defendeu na comissão a lisura da compra. Em depoimento em 7 de maio, destacou a necessidade de, naquele momento, investir-se em refino no exterior. Costa respondeu a perguntas da comissão antes da delação premiada. Seu atual advogado, João Mestieri, disse que o ex-diretor “não teve nada a ver” com a compra de Pasadena. Mas não comentou a informação de que na delação Costa admitiu ter recebido US$ 1,5 milhão para não atrapalhar o negócio. (O Globo)

MINISTÉRIO PÚBLICO ? JUIZ NÃO TOMOU CONHECIMENTO !

Mensaleiro José Dirceu desobedece ordem judicial e está curtindo fim de semana no sítio de Vinhedo.

O ex-ministro José Dirceu chegou a São Paulo na quarta-feira da semana passada e estava em sua casa em Vinhedo, a 80 quilômetros da capital, quando soube que teve o benefício de viajar suspenso pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Condenado a dez anos e dez meses de prisão, Dirceu informou, por meio de sua assessoria, que retornará à Brasília quando for notificado pela Justiça da decisão de Barroso. Seu advogado, José Luís de Oliveira Lima, afirmou que, até as 17h deste sábado, o ex-ministro ainda não tinha recebido a notificação.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, suspendeu neste sábado a decisão do juiz Nelson Ferreira Junior, da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas do Distrito Federal, que autorizou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a passar duas semanas em São Paulo. Barroso, que é relator do processo que julgou Dirceu no caso do mensalão, argumentou que não houve qualquer comunicação formal a ele da decisão tomada pelo juiz e pediu informações, com a máxima urgência, dos fundamentos da decisão. Dirceu cumpre pena em prisão domiciliar em Brasília.

No despacho, Barroso diz que a decisão deverá ficar suspensa até que receba esclarecimentos. Ele ainda destacou que a autorização de viagem foi dada mesmo com o parecer desfavorável do Ministério Público (MP).

Conforme o GLOBO revelou na sexta-feira, o juiz Nelson Ferreira Junior atendeu a pedido de Dirceu e autorizou que ele viajasse entre São Paulo e Vinhedo, no interior do estado, onde tem residência em um condomínio. A autorização foi dada para viagem entre os dias 18 de novembro e 2 de dezembro. No pedido à Justiça, Dirceu argumentou que precisa viajar para cuidar de seu escritório. O ex-ministro aproveitou também para pedir para passar o Natal em Passa Quatro, no sul de Minas, onde vivem sua mãe e irmãos. O MP se pronunciou contra as duas viagens, mas juiz autorizou a ida a São Paulo e disse ser ainda cedo para decidir sobre viagem no período natalino.

Segundo informações obtidas pelo GLOBO, Dirceu viajou para São Paulo ao obter a autorização do juiz. Ele, entretanto, deverá retornar a Brasília assim que for intimado oficialmente, caso contrário estará descumprindo as regras do regime domiliciliar, sob pena de perder o benefício, informou a assessoria do STF.

Procurado, o advogado José Luís Oliveira Lima não quis confirmar o paradeiro de seu cliente: - Não me cabe dizer onde ele está. Lima afirmou ainda que a decisão de Barroso lhe causou estranheza e ressaltou que recorrerá da decisão. - Causa estranheza à defesa a decisão do ministro Barroso por alguns motivos: primeiro, o Ministério Público não interpôs nenhum recurso contra a decisão do juiz das Vara de execuções; em segundo lugar, o ministro Barroso declinou a competência para a Vara de execuções para questões como requerimentos, como este objeto de cassação da decisão. Meu cliente, quando for formalmente intimado, irá cumprir a decisão, mas vou interpor a medida cabível contra essa decisão - disse. 

Dirceu foi condenado a sete anos e onze meses, por corrupção ativa, no processo do mensalão. O ex-ministro foi preso no dia 15 de novembro do ano passado, mas conseguiu no dia 28 de outubro o direito de cumprir a pena em regime domiciliar, em Brasília. (O Globo)

Fonte:http://coturnonoturno.blogspot.com.br/

ATÉ TU COSTA!

SÁBADO, 22 DE NOVEMBRO DE 2014

Humberto Costa, pitbull da Dilma e do PT no Senado, levou R$ 1 milhão de propina, segundo delação premiada.



O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), recebeu R$ 1 milhão do esquema de propinas e corrupção na Petrobrás para sua campanha em 2010, segundo afirmou o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa em um dos seus depoimentos da delação premiada.

O petista integra uma extensa lista de políticos acusados pelo ex-diretor da Petrobras na delação por meio da qual espera ter sua pena reduzida. Dos depoimentos sigilosos, já vieram à tona outros nomes de supostos beneficiários de dinheiro de propina dos contratos da Petrobras, como o da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, também do PT, o do ex-senador, já morto, Sérgio Guerra, do PSDB, e o do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, que também já morreu.

Gleisi e Campos teriam recebido o dinheiro, por meio de intermediários, para campanhas políticas. Guerra teria recebido o dinheiro para abafar as investigações de uma CPI sobre a Petrobrás instalada no Congresso Nacional no ano de 2009. Gleisi, o PSDB e o PSB negam ter recebido propinas, assim como o líder do PT no Senado.

No caso de Humberto Costa, o ex-diretor da estatal disse que o dinheiro foi solicitado pelo empresário Mário Barbosa Beltrão, amigo de infância do petista e presidente da Associação das Empresas do Estado de Pernambuco (Assimpra). Paulo Roberto Costa afirmou que o dinheiro saiu da cota de 1% do PP – Partido Progressista que tinha o controle político da diretoria Abastecimento da estatal. 

Ainda segundo o ex-diretor, outras unidades da companhia foram loteadas para o PT (Serviços) e o PMDB (Internacional). Cada diretoria arrecadava 1% de cada grande contrato. A Diretoria de Serviços, sob o comando político do PT, realizava todas as licitações das demais unidades e, por isso, o partido ficava com os outros 2% sobre os contratos da estatal, segundo o ex-diretor de Abastecimento.

Paulo Roberto Costa assumiu o cargo em 2004, por indicação pessoal do então deputado José Janene (PP-PR), que integrava a base aliada do Palácio do Planalto na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Janene, que foi réu no processo do mensalão, morreu em 2010. Segundo o delator, o PP decidiu que tinha que ajudar na candidatura de Humberto Costa, razão pela qual teria cedido parte de sua comissão. Paulo Roberto Costa afirmou ainda que, se não ajudasse, seria demitido. 

Humberto Costa foi eleito em 2010, o primeiro senador pelo PT de Pernambuco. Antes, havia exercido cargo de secretário das Cidades de Pernambuco (2007 a 2010) no governo Eduardo Campos e foi ministro da Saúde no primeiro mandato de Lula, de janeiro de 2003 a julho de 2005. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás relatou que conheceu Humberto Costa ainda no Ministério da Saúde. Em sua delação, Paulo Roberto Costa disse que “um amigo” de Humberto Costa, o empresário Mário Beltrão, lhe pediu colaboração de R$ 1 milhão para a campanha do petista ao Senado, em 2010.

Ele não soube informar como ocorreu o repasse do dinheiro, mas declarou que o empresário lhe confirmou o pagamento. Disse, também, que o seu contato era sempre com Mário Barbosa Beltrão, que dirige a Associação das Empresas do Estado de Pernambuco, “entidade sem fins lucrativos” e que anuncia como meta “a prestação de serviços aos seus associados e a defesa dos seus interesses legítimos junto aos órgãos governamentais”. Assimpra criou o “Grupo de Trabalho pelo Desenvolvimento de Pernambuco” que promove reuniões mensais “com a participação de empresários, políticos, formadores de opinião, com a finalidade de discutir os problemas de Pernambuco e apontar solução.

A lista de parlamentares que teriam sido beneficiados pelo esquema da Petrobras, segundo a delação de Paulo Roberto Costa, tem 32 nomes, entre deputados e senadores. Parte das revelações do ex-diretor da estatal petrolífera foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, antigo parceiro de José Janene – ambos apontados como mentores da Lava Jato. O doleiro está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato, desde 17 de março. Paulo Roberto Costa está em regime de prisão domiciliar, em seu apartamento, no Rio. (Estadão)

DIGNIDADE EM PESSOA...

Cerco sobre políticos corruptos aperta ainda mais: juiz Moro amplia investigação sobre empresas de Youssef até 2014.



Após colocar na prisão os executivos das maiores empreiteiras do País, o juiz da Lava Jato Sérgio  Moro (foto) autorizou a extensão da quebra do sigilo bancário das empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef para o ano de 2014. Com a medida, pela primeira vez a operação vai conseguir identificar o que foi movimentado nas empresas utilizadas pelo doleiro para lavar dinheiro do esquema criminoso que envolvia pagamento de propinas a agentes públicos, políticos e executivos durante o período eleitoral.

Foi autorizada a extensão das quebras dos sigilos da GFD Investimentos, RCI software, Empreiteira Rigidez e MO Consultoria. A medida atende à solicitação do Ministério Público Federal que, junto com a Polícia Federal, suspeita que as doações das grandes empreiteiras para campanhas eleitorais deste ano sejam, em parte, lavagem de dinheiro desviado dos contratos da Petrobras.

Além dos valores movimentados pelas empresas de fachada do doleiro, que receberam dinheiro de empreiteiras envolvidas em ao menos 9 obras da Petrobras, segundo as investigações, a extensão da quebra do sigilo, que abarca de 1 de janeiro até 14 de novembro deste ano, vai alcançar o período eleitoral no qual as campanhas da situação e da oposição receberam vultosos repasses das mesmas empresas investigadas pela Lava Jato. 

Além da Petrobras, Youssef tinha negócios envolvendo concessões públicas e obras em todo o País. Em sua residência, a Polícia Federal apreendeu uma lista com 750 contratos públicos que o doleiro teria intermediado junto a grandes empreiteiras, de 2009 a 2012.

Até o momento, as investigações destrincharam as movimentações bancárias das empresas de fachada de Youssef entre 2009 e 2013, período no qual, por exemplo, elas receberam ao menos R$ 37 milhões somente das empresas do Grupo Sanko, que fornecem material para as obras de Abreu e Lima tocadas pelo Consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa. Além disso, em outubro a PF já havia intimado as empreiteiras citadas na Lava Jato a explicar repasses que somavam R$ 31,5 milhões, a duas empresas do doleiro.

Para o juiz, os dados até agora comprovam o articulado esquema montado na estatal. "Em síntese, e em cognição sumária, há prova de que as empreiteiras, em cartel, frustraram licitações da Petrobras, manipularam o preço dos contratos, lavaram o produto do crime por intermédio de Alberto Youssef, e pagaram vantagem indevida a agentes públicos, como Paulo Roberto Costa, ex-Diretor de Abastecimento da Petrobrás", assinala Moro na decisão.(Estadão)

Fonte:http://coturnonoturno.blogspot.com.br/

VACCARI, VAI PARA O BREJO !

Chegou a hora de Vaccari, o tesoureiro petista do mensalão e do petrolão.

Vaccari, o tesoureiro histórico do PT.

Desde 2005, quando eclodiu o escândalo do mensalão, uma palavra é capaz de tirar o sono dos militantes do PT: tesoureiro. Foi a ligação entre o responsável pelas finanças do partido, Delúbio Soares, e o empresário Marcos Valério que levou à ruína de líderes históricos do PT, como José Dirceu e José Genoino. “Presidente, o Delúbio vai botar uma dinamite na sua cadeira”, afirmou o ex-deputado federal Roberto Jefferson, em junho de 2005, ao relatar uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva meses antes. 

O desfecho do mensalão é conhecido. Dirceu, Genoino, João Paulo Cunha e o próprio Delúbio acabaram condenados e presos. Lula enfrentou sua maior crise política, e seu mandato ficou sob risco. Transcorridos nove anos, o rastilho de pólvora do petrolão, o escândalo de corrupção na Petrobras, ameaça chegar até o Palácio do Planalto. A dinamite agora atende pelo nome de João Vaccari Neto, sucessor de Delúbio na Tesouraria do PT.

Nos últimos dias, o nome de Vaccari ressurgiu com força nas investigações sobre o petrolão. Mesmo diante da cautela com que o juiz federal Sergio Moro vem conduzindo as apurações da Operação Lava Jato, a quantidade de citações a Vaccari e as evidências que o ligam ao esquema sugerem que ele, mesmo sem ter sido indiciado pela Polícia Federal, será um dos próximos alvos da operação. 

Sem compromisso com a cautela que rege o bom processo judicial, a CPI mista da Petrobras, no Congresso Nacional, quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Vaccari, numa vitória da oposição. “Como o tempo da Justiça é outro, a CPI tem a função de investigá-lo, porque Vaccari é o elo direto do esquema com o PT”, afirma o senador José Agripino (DEM-RN), um dos líderes da oposição no Congresso. Assim como Delúbio cuidou das contas da campanha de Lula em 2002, Vaccari atuou nas finanças das campanhas de Dilma, em 2010 e neste ano. A quebra de seu sigilo preocupou o Palácio do Planalto.

Um advogado que atua na defesa dos presos na Lava Jato e é ligado ao PT disse a ÉPOCA que o futuro de Vaccari está atrelado aos depoimentos de Renato Duque, o ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, cuja prisão preventiva foi decretada na semana passada pelo juiz Sergio Moro. 

Em seu despacho, Moro disse que ele (Duque) tem uma “fortuna” em contas secretas no exterior. Com base na delação premiada do executivo Julio Camargo, da empresa Toyo Setal, os investigadores identificaram uma empresa offshore, a Drenos, controlada por Duque e com contas na Suíça. Camargo afirmou ter pagado propina a Duque. Em seu depoimento, Duque negou.“Se Duque contar tudo o que sabe, não há como Vaccari resistir”, diz o advogado. (Revista Época)

Fonte:http://coturnonoturno.blogspot.com.br/

PROTEGER COM A IMPUNIDADE...

Para evitar punições mais duras aos "cumpanhêros", Dilma engaveta a regulamentação da Lei Anticorrupção.



A Lei Anticorrupção, em vigor desde 29 de janeiro deste ano, mas ainda à espera de regulamentação pela presidente Dilma Rousseff, não pode ser utilizada para punir os desmandos de empresários e empreiteiras envolvidos no atoleiro de corrupção na Petrobras, mas parte de suas inovações, como a possibilidade de acordos de leniência com corruptores, deve ser colocada em prática pela CGU para mapear detalhes da trama criminosa, exigir ressarcimento dos cofres públicos e fixar multas milionárias às companhias malfeitoras. “No caso da Lava Jato, as empresas podem chegar a um acordo, denunciar quem praticou os atos e quem recebeu dinheiro da corrupção, restituir os cofres públicos, pagar altas multas como pena e então não ser impedidas de participar de novas licitações”, explica Navarro.

Responsável por mediar as prováveis negociações, o ministro Jorge Hage já recebeu pedido de uma das empresas citadas na Lava Jato para firmar um acordo de leniência e da holandesa SBM Offshore, que admitiu ter pago propina a funcionários da Petrobras. No governo, a estimativa é que as demais empresas citadas na operação da Polícia Federal recorram ao mesmo caminho para conseguir manter a condução de obras e evitar o risco de serem declaradas inidôneas. Nos Estados Unidos, um dos países que serviu de inspiração para a elaboração da lei anticorrupção, 95% dos casos de irregularidades envolvendo empresas acabam em acordo, segundo estatísticas apresentadas pelo governo brasileiro.

Apesar de poder ser utilizada parcialmente contra as empresas citadas na Lava Jato – na prática, como estímulo a acordos de leniência –, a aplicação completa da lei, inspirada em modelos da Alemanha, Reino Unido, França, Estados Unidos, Chile, Colômbia e México, esbarra há quase um ano na paralisia do Palácio do Planalto, que não regulamentou trechos importantes da nova legislação. Sem um decreto presidencial, a Lei Anticorrupção permanece sem parâmetros para dosimetria de multas a empresas corruptoras ou para atenuantes a companhias que tiverem aderido a políticas de governança e integridade. 
Depois de ter prometido, no início do ano, a regulamentação rápida da lei, o ministro Jorge Hage voltou a dizer nesta semana esperar que a pendência seja resolvida “brevemente”. Diante de um escândalo de outra galáxia, como bem classificou o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, é difícil entender a resistência de Dilma. (Revista Veja)

Um artigo publicado no Estadão de ontem contesta a falta de regulamentação da Lei Anticorrupção. Leiam aqui. 

AS MENTIRAS TEM PERNAS CURTAS !

DOMINGO, 23 DE NOVEMBRO DE 2014


As quatro grandes mentiras espalhadas pelos corruptos pegos na Lava Jato.

Observem que são quatro as mentiras que estão sendo espalhadas pelos corruptos do PT e da sua base aliada sobre os efeitos tenebrosos da Operação Lava Jato. O objetivo, é óbvio, é tangenciar as investigações, impedindo que a Justiça determine  punições exemplares contra os envolvidos.

mentira número 1 tem como porta-voz a própria Presidente da República, Dilma Rousseff: o Brasil vai parar se as empreiteiras forem declaradas inidôneas, o que pode significar mais prejuízos do que os causados pela corrupção. É um raciocínio imoral! O mesmo argumento safado foi usado por Lula em 2009, quando ficou sabendo oficialmente da corrupção nas obras da Petrobras. Dilma tenta impor a tese de que dos males o menor, quando deveria festejar a condenação dos culpados. De um lado, diz que não atrapalha as investigações, como se pudesse! De outro, pinta um quadro horroroso que sugere desemprego e recessão. Ora, o afastamento das empreiteiras do Clube da Corrupção abrirá espaço de mercado para outras empresas, brasileiras ou multinacionais, hoje alijadas das obras por esta verdadeira máfia. O que Dilma parece querer com este argumento mentiroso é a continuidade do esquema corrupto que financia a sua base aliada.

mentira número 2 tem como arauto o ministro da Justiça, aquele mesmo que afirma que este mar de lama é resultante da "cultura" do brasileiro, dando como exemplo um síndico do prédio que superfatura o capacho da recepção. É um argumento imoral, nojento, que ofende a grande maioria do povo brasileiro.  Nivela os brasileiros pelos corruptos do partido a que ele pertence. José Eduardo Cardozo, partindo desta falsa premissa, ataca o financiamento privado de campanha, uma tese petista que consolidará esta quadrilha no poder. Para um governo sujo e corrupto, que usa a Petrobras, os Correios, o cadastro da Bolsa Família, os jatinhos da FAB e toda a máquina pública para eleger os seus candidatos, nada melhor do que defender o fim das doações privadas. Por que o PT não dá o exemplo e não muda o seu estatuto, determinando que não mais aceitará doações de empresas? Não precisa de lei! 

A mentira número 3, plantada ontem por um colunista que publica qualquer bobagem como se fosse verdade, atende a interesses difusos: segundo ele, há mais de 250 parlamentares citados na Operação Lava Jato. A esgotosfera petista, composta pelos blogs financiados por estatais, entre elas a própria Petrobras, agasalharam a tese. Imediatamente. É  óbvio que este factóide é uma tentativa de constranger deputados e senadores, é uma informação falsa destinada a incentivar uma operação abafa nas investigações. O juiz Sérgio Moro tem impedido que nomes de políticos sejam  citados nos depoimentos para que não haja mudança de foro da sua instância para o STF. Nem mesmo os presidentes da Câmara e do Senado seriam capazes de lembrar o nome de 250 congressistas, quanto mais estes operadores que só tratam com os cardeais dos partidos.

Por fim, a mentira número 4 é a preferida dos advogados: os empreiteiros eram obrigados a pagar propina ou teriam as obras paralisadas, as faturas não pagas e quebrariam. Oh, dó! Só mesmo sendo muito idiota para não perceber que os únicos perdedores com o propinoduto foram os brasileiros, pois os preços das obras foram superfaturados, com propinas e lucros escorchantes sendo colocados no orçamento. Todos os corruptos saíram ganhando, basta olhar os gordos e recheados balanços desta meia dúzia de construtoras que formavam o Clube da Corrupção. Com a Operação Lava Jato todos perdem, menos aquela meia dúzia de advogados que formam o Clube de Proteção ao Crime e que todos conhecemos da TV Justiça, nas inesquecíveis sessões do mensalão.

sábado, 22 de novembro de 2014

O CHEFÃO VETOU E PERMITIU...

22/11/2014
 às 6:08

A CAPA DE VEJA – E-mail de 2009 de Paulo Roberto Costa à então ministra Dilma defende uma “solução política” para manter fluxo de dinheiro para a quadrilha que operava na Petrobras. E a “solução” saiu da caneta de LulaLula e Dilma: Um só governo

É, meus caros… As coisas podem se complicar bastante. Reportagem de capa da VEJA, que começa a chegar às bancas, traz um fato intrigante, com potencial de uma  bomba. Para chegar ao centro da questão, é preciso proceder a alguma memória.
As circunstâncias
Paulo Roberto Costa, como ele mesmo deixa claro em seus depoimentos, foi posto na direção de Abastecimento da Petrobras em 2003 para delinquir — ainda que lhe sobrasse um tempinho ou outro para funções regulares. Sua tarefa era mexer os pauzinhos para garantir sobrepreço em contratos, que depois seria convertido pelas empreiteiras em dinheiro e distribuído a uma quadrilha.
Costa, como também confessou, era o homem do PP no esquema — embora a maior parte da propina que passava por sua diretoria, assegurou, fosse mesmo enviada ao PT. Notem: ele nunca disse de si mesmo que era um só um sujeito honesto que foi corrompido pelo sistema. Ele confessou que tinha uma tarefa. Segundo seu depoimento e o do doleiro Alberto Youssef, o petista Renato Duque cumpria a mesma função na Diretoria de Serviços, operando para o PT, e Nestor Cerveró seria o homem do PMDB na diretoria da área Internacional.
O e-mail
Note-se: Costa começou a operar na Petrobras em 2003. E eis que chegamos, então, ao Ano da Graça de 2009. Não é que o diretor de Abastecimento da Petrobras resolve cometer uma ousadia? Atropelando a hierarquia da empresa, decidiu mandar um e-mail à então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também presidente do Conselho da Petrobras. Transcrevo trecho de reportagem da VEJA. Prestem atenção!
“Paulo Roberto Costa tomou a liberdade de passar por cima de toda a hierarquia da Petrobras para alertar o Palácio do Planalto que, por ter encontrado irregularidades pelo terceiro ano consecutivo, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia recomendado ao Congresso a imediata paralisação de três grandes obras da estatal — a construção das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná, e do terminal do porto de Barra do Riacho, no Espírito Santo. Assim como quem não quer nada, mas querendo, Paulo Roberto Costa, na mensagem à senhora ministra Dilma Vana Rousseff, lembra que nos anos de 2008 e 2007 houve ‘solução política’ para contornar as decisões do TCU e da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.”
Por que diabos o diretor de Abastecimento da estatal enviaria uma mensagem à ministra sugerindo formas de ignorar as irregularidades nas obras apontadas pelo TCU? E, como fica claro, o tribunal já havia identificado problemas em 2007 e em 2008.
A síntese
Então façamos uma síntese deste notável momento em quatro passos, como está na reportagem:
1 - Um corrupto foi colocado na Petrobras para montar esquema de desvio de dinheiro para partidos aliados do governo Lula.
2 - Corrupto se mostra muito empenhado em seu ofício, o que lhe permite conseguir propinas para os políticos e, ao mesmo tempo, enriquecer.
3 - Corrupto se preocupa com a decisão do TCU e do Congresso de mandarem cortar os repasses de recursos para as obras das quais ele, o corrupto, tirava o dinheiro para manter de pé o esquema.
4 - Corrupto acha melhor alertar as altas autoridades do Palácio do Planalto sobre a iminência da interrupção do dinheiro público que alimentava o propinoduto sob sua responsabilidade direta na Petrobras.
VEJA encaminhou a questão ao Palácio do Planalto e, como resposta, recebeu a informação de que a Casa Civil, de que Dilma era titular, enviou à Corregedoria Geral da União todas as suspeitas de irregularidades. Certo! O Palácio, no entanto, preferiu não se manifestar sobre o e-mail enviado pelo agora delator premiado à então ministra.
Essa mensagem foi apreendida pela Polícia Federal nos computadores do Palácio do Planalto em operação de busca e apreensão relacionada à investigação sobre Erenice Guerra. Dilma não pode se calar sobre a mensagem em que um dos operadores do maior esquema de corrupção jamais descoberto no país sugere ao governo uma “solução política” que garantisse o funcionamento do propinoduto.
E o que aconteceu?
Eis o busílis. O então presidente Lula usou o seu poder de veto, passou por cima do TCU e do Congresso e mandou que o fluxo de dinheiro para as obras suspeitas fosse mantido. Era, como evidencia o e-mail de Paulo Roberto a Dilma, tudo o que queria o corrupto.
Leiam mais um parágrafo da reportagem:
“Durante oito meses, a equipe do ministro Aroldo Cedraz, que assume a presidência da corte [TCU] em dezembro, se debruçou sobre os custos de Abreu e Lima. A construção da refinaria estava ainda na fase de terraplenagem, mas os indícios de superfaturamento já ultrapassavam os 100 milhões de reais. A Petrobras, porém, se recusava a esclarecer as dúvidas.  O ministro chegou a convocar o então presidente da companhia, Sérgio Gabrielli, para explicar o motivo do boicote.  Depois de lembrado que poderia sofrer sanções se continuasse a se recusar a prestar esclarecimentos, Gabrielli entregou 10.000 folhas de planilhas ao tribunal. Para a surpresa dos técnicos, as informações não passavam de dados sem qualquer relevância.”
Se Dilma e Lula não sabiam, como dizem, da quadrilha que operava na Petrobras, quem, então, sabia? Como é que um diretor de Obras de uma estatal ousa sugerir saídas “políticas” a uma ministra para tornar sem efeito as apurações de um órgão de Estado?
A mensagem de Paulo Roberto a Dilma deixa claro, quando menos, que ela e Lula ignoraram os sinais de que uma máquina corrupta operava na maior empresa do país — uma estatal. Máquina corrupta que servia a três partidos da base: PT, PMDB e PP.
Yousseff disse em seu depoimento que Lula e Dilma sabiam de tudo. Isso, claro!, requer provas. Se provado, a presidente cairá. O e-mail de Paulo Roberto demonstra que, quando menos, a então ministra foi enganada. Mas enganada por quem? Então um diretorzinho da Petrobras propõe que o governo adote uma “solução política” para tornar sem efeito uma decisão do TCU e do Congresso, e a ministra achou isso tudo normal?
Pior: a “solução política” foi adotada, e Lula vetou a suspensão de repasse às obras com evidências de corrupção — o que está agora comprovado. Era o que Paulo Roberto queria: o fluxo normal de dinheiro para o propinoduto. Afinal, ele foi feito diretor em 2003 para isso.
Aguarda-se que Dilma diga o que fez com o e-mail que lhe foi enviado pelo agora corrupto confesso. VEJA já está nas bancas de São Paulo e, em breve, nas de todo o Brasil. Leiam a reportagem completa.
Por Reinaldo Azevedo

Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/